quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O mundo sobre Saakashvilli: Não compreensível fraqueza do governo ukrainiano, jogo a favor da Rússia e sinais de autoritarismo. Como reagiu a mídia líder estrangeira à situação em torno de Saakashvili.
Semana ua, 06.12.2017
Yuri Lapayev 

(Prezados, as notícias sobre Saakashvili no dia de ontem, ocuparam os jornais ukrainianos. Eram apoios e "verdades" de muitas pessoas nas ruas a favor de Saakashvili, e muitas pessoas demonstrando sua desaprovação quando solicitadas pelos repórteres. Tudo parecia muito maluco. Felizmente o dia de hoje amanheceu tranquilo - então vamos ao assunto - OK).

"Semana, ua": Os eventos que cercaram a detenção e posterior libertação de Saakashvili tornaram-se tema principal da imprensa ukrainiana. No entanto, não só ukrainiana, pois uma reação violenta também apareceu nos meios de comunicação estrangeira.

"The Washington Post":  Assim, o conhecido jornal americano The Washington Post, comentando o caso de Saakashvili, observou que a detenção do político georgiano suscitou temores de que Ukraina passa enfrentar a mais séria crise política desde a Revolução de 2.014. Observou-se que, Saakashvili conquistou ampla popularidade na Ukraina devido à sua campanha contra a corrupção nos órgãos estatais, aproveitando a decepção dos ukrainianos nas ações do presidente em exercício Petro Poroshenko. O ex-governador (da Geórgia) realizou uma série de manifestações, pedindo a renúncia do presidente, mas as manifestações não tiveram impacto significativo no desenvolvimento da situação. Além disso, os autores americanos apontaram que, de acordo com as pesquisas, Saakashvili detém cerca de 1 -2% do apoio da população, por isso torna-se incompreensível, porque o governo, no geral, coloca-se com tanta seriedade, à sua perseguição, porque os acontecimentos, semelhantes ao que aconteceu na terça-feira, próximo ao Parlamento, podem, apenas, fortalecer sua classificação. Por sua vez, a agência de notícias Reuters disse, que mesmo com a falta de apoio nacional a Saakashvili, seu desejo de deslocar Poroshenko pode, de alguma forma, prejudicar os políticos ukrainianos imbuídos do desejo de pertinência pró-européia.

Atlantic Council: O centro analítico americano Atlantic Council, para descobrir o ponto de vista do conflito, realizou uma pesquisa com especialistas. Assim, Michael Carpenter, ex-vice-secretário do ministro de Defesa dos Estados Unidos disse, que tais acontecimentos, favorecem, apenas a Rússia. Segundo ele, Saakashvili chegou à Ukraina em circunstâncias muito estranhas, mas seu caso deve ser considerado de acordo com a lei, e não de uma posição de força. William Taylor, um ex-embaixador dos EUA na Ukraina tem uma posição semelhante. Ele acredita que Ukraina, no momento, enfrenta duas guerras, uma contra Rússia e outra contra corrupção. E, ela não deverá abrir a terceira frente contra si mesma. É especialmente importante que em tais condições ter um poder realmente "limpo". 
Por sua vez, outro ex-embaixador da Ukraina, e agora diretor do Centro Eurasiano John Herbst, enfatizou, que as notícias de Kyiv são alarmantes para todos os amigos da Ukraina. Nas condições de luta contra a agressão russa, o país precisa de paz e reformas internas. E os políticos locais, em sua opinião, devem esquecer suas diferenças e se concentrar nos interesses nacionais.

As edições alemãs Frankfurter Allgemeine Zeitung e Bild comentando os recentes acontecimentos em Kyiv, enfatizaram, que uma possível fonte de financiamento dos protestos podem ser os políticos que fugiram para Moscou depois da Revolução da Dignidade. Exatamente isto, segundo os autores, é a razão pela qual é considerado pelas autoridades como infrator.

La Monde: O jornal francês Le Monde chamou a libertação de Saakashvilli  uma séria humilhação do poder. (Saakashvilli, ontem, foi detido, mas posteriormente libertado - OK). Enfatizava-se, que esses eventos mostraram a fraqueza e indecisão dos órgãos governamentais, o que é catastrófico para sua imagem. Ao mesmo tempo, o artigo avalia, negativamente, o uso das forças de segurança para fins políticos. Observa-se, que tais ações podem aumentar a determinação dos protestantes e aumentar o seu número, e Saakashvilli receberá uma imagem de mártir e lutador. Além disso, a edição francesa argumenta, que a luta com os georgianos é uma manifestação de tendências autoritárias, às quais as autoridades estão cada vez mais inclinadas. E os eventos de 5 de dezembro são considerados um certo início da campanha eleitoral de 2.019. Ao mesmo tempo, é indicado que há sérias disputas entre aqueles, que acreditam que as autoridades , apesar de lentas, mas realizam reformas necessárias para solução de problemas atuais na economia e na guerra, e também aqueles que culpam o governo pela corrupção em vez de combater esses crimes.

Tradução: O. Kowaltschuk

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