sábado, 30 de dezembro de 2017

Ucranianos na Polônia encontraram o Eldorado.
Vysokyi Zamok, (Castelo Alto), 18.07.2018
Yakov Glovatscky
Quanto recebem nossos trabalhadores no país vizinho?


Três dos quatro ucranianos que foram trabalhar na Polônia ganham menos que os locais. No entanto, para o mesmo trabalho nas margens do Vístula eles têm três vezes, ou até cinco vezes mais do que na Ucrânia. Sobre isto escreve a edição Wprost. 
A maior diferença nos salários é observada na construção, onde a remuneração polonesa é de 390% da ucraniana. Quase quatro vezes mais os ucranianos ganharão como caixas ou vendedores, três ou mais - na esfera de transporte e logística.

- Trabalhador da Ucrânia, encontrando um emprego num hotel polaco e trabalhando legalmente durante 9 meses, pode ganhar tanto, quanto receber na Ucrânia em quase 3,5 anos pelo mesmo trabalho. Além disso, as acomodações são muito mais baratas. Nosso "Barômetro de Imigração Trabalhista" registra que dois em cada três ucranianos gastam, com moradia na Polônia não mais de 500 "zloty" por mês. Por um lado, isso se deve ao fato de que muitos empregadores oferecem benefícios adicionais aos ucranianos, do outro - os trabalhadores do Leste, interessados em ganhos rápidos, por isso eles coletam, não gastam dinheiro, - diz Krzysztof Inglot, presidente de pessoal.

A relação dos ramos mais rentáveis para trabalhadores migrantes na Polônia oferece a construção. A comparação de institutos de estatística dos dois países (Serviço de Estatística da Ucrânia e do Gabinete Central de Estatística da Polônia, para o primeiro trimestre de 2.018 mostra que o salário médio na indústria da construção ma Ucrânia é de apenas 976 zlotys, e na Polônia - 4747,27 zlotys. Isto significa que os ucranianos, nas margens do Vístula, podem obter cinco vezes mais do que obtém na sua terra natal. A construção é o ramo no qual a maioria dos trabalhadores 
migrantes do leste trabalha. Somente em 2017 eles enviaram até 214 mil declarações com a intenção de trabalhar nesta área. A emigração trabalhista à Polônia também é confortável aos ucranianos que trabalham no ramo de hotéis e restaurantes. O salário mensal médio neste setor na Ucrânia é de 784 zloty, enquanto na Polônia - 3557,15 zloty. Assim a diferença é de até 350%. Dados dos Ministérios do Trabalho e da Política Social indicam que, em 2017, os empregadores do setor hoteleiro e alimentício apresentaram 42.000 declarações de intenção de fornecer emprego aos ucranianos.

Os trabalhadores de processamento industrial também têm benefícios financeiros, quando trabalham na Polônia. Os proprietários de empresas locais pagam quatro vezes mais que seus colegas na Ucrânia. Neste setor, um ucraniano só precisará de uma semana para obter o equivalente a remuneração mensal em sua terra natal. Os empregadores neste setor precisam atualmente 217 mil pessoas para trabalhar em seus negócios.

Dados do Escritório Central de Estatística mostram que, no primeiro trimestre de 2.018, o rendimento médio no setor comercial era de 4.600 zlotys. Isso significa que um ucraniano, ocupado com venda, por exemplo caixa ou vendedor, por mês, na Ukraina recebe 1.248 zlotys, na Polônia, trabalhará por quantia equivalente, pouco mais de uma semana. No ano passado, os empregadores deste ramo, solicitaram 63 mil trabalhadores da Ucrânia, aos quais estarão dispostos a fornecer trabalho.

O setor de transporte e logística cresce constantemente. Isto é evidenciado pelo grande parque automobilístico e instalações de armazenamento, que se constroem intensivamente. Um resumo do mercado de armazéns cobrem agora 13,9 milhões de metros quadrados, o que é 20% mais, que no ano passado. Além disso, há um nº recorde de armazéns que estão sendo erguidos (1,8 milhões de metros quadrados).  E isso cria um aumento na demanda por pessoal de manutenção. 76 mil pedidos em 2017 - tal é o interesse dos empregadores poloneses neste campo, nas mãos de trabalhadores ucranianos. Aqui, ganhos  - 220 por cento em comparação com os ucranianos: 4166,1 zloty contra 1266 zloty. 

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Comissão veneziana e educação na Ukraina: língua ukrainiana - base do estado.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade) 14,12.2017
Bohdana Kostyuk


Kyiv - A Comissão de Veneza reconheceu o objetivo "legítimo e louvável" a promoção e fortalecimento da língua estadual da Ukraina, mas observou: a crítica das normas para o ensino de línguas minoritárias parece justificada. A nova lei da Ukraina "Sobre educação", que entrou em vigor em 28 de setembro deste ano, causou críticas e mais críticas dos vizinhos da Ukraina devido ao chamado "artigo linguístico". Alguns representantes de minorias nacionais húngaras, romenas e russas alegaram que a lei discriminava as minorias nacionais, já que a língua estadual ukrainiana era definida como língua da educação. Em Kyiv, no enanto, considera-se: discriminação contra as minorias é a situação em que os graduados das escolas com ensino em línguas minoritárias, muitas vezes não conhecem, suficientemente, a língua estadual, limitando suas oportunidades e direitos.

O ponto final nas discussões sobre o "artigo linguístico" da lei sobre educação devia colocar a Comissão Veneziana, que mais de um mês estudava o 7º artigo da lei e, finalmente tornou sua decisão pública

A maioria de observações foi levantada pela comissão no curto prazo da realização das novas regras na formulação do artigo. Atualmente, de acordo com a lei, o artigo "linguístico" deve, definitivamente, entrar em vigor em 2010.

As conclusões da Comissão de Veneza sobre o artigo "linguístico" da Lei da Ukraina "Sobre educação" são fundamentadas e construtivas, disse no ar da Rádio Liberdade a assessora do Ministro da Educação e Ciência Ivanna Kobernyk. Segundo ela, este artigo pode ser especificado com atos legislativos adicionais.

Uma das recomendações da comissão - prolongar o período de transição para implementação do artigo - o Ministério da Educação da Ukraina reconhece válido "do ponto de vista pedagógico" e apoia plenamente esta recomendação. Isto foi afirmado no comentário do Ministro.

O presidente do Parlamento ukrainiano, Andriy Parubiy, assegurou que a lei é válida "do ponto de vista" pedagógico" e apoia plenamente esta recomendação. Isto é afirmado nos comentários feitos pelo ministro.
Ele, também, assegurou que a lei educacional não mudará, sobre isso concordaram os parlamentares ukrainianos e os peritos da Comissão de Veneza. Os esclarecimentos sobre a implementação do artigo serão feitos através de outros documentos.

"Foi acordado que o 7º artigo da lei não mudará, ele continuará com a mesma redação. Concordamos, que podemos trabalhar nos momentos da implementação da lei sobre o ensino secundário. Como presidente do parlamento ukrainiano, eu enfatizei que não vejo mudanças possíveis para este artigo, - declarou Andriy Parubyi - durante uma visita de trabalho na região de Lviv.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Pavlo Klimkin, em um blog no site "Verdade Européia" disse que, para Ukraina, é muito importante que a Comissão de Veneza considera ser legítimo o "fortalecimento da posição do idioma ukrainiano na educação e seu estudo obrigatório por todos os cidadãos do país.

"Alguns dizem que aos húngaros e romenos retirarão o direito de estudar no seu idioma nativo. Isso, absolutamente, não é verdade! Mas os cidadãos ukrainianos devem dominar o idioma ukrainiano, e isto é, realmente, muito interessante para todos, inclusive para as comunidades nacionais, - disse Klimkin durante sua viagem à Transcarpathia.

Ao mesmo tempo, o ministro critica a posição dos estados vizinhos que consideram a lei educacional discriminatória precisamente para o uso na educação. Segundo ele, Ukraina, como um estado independente e soberano liberta-se dos restos do colonialismo soviético e dos complexos de inferioridade, o que pode não ser apreciado pelos vizinhos.

"Na Rússia "irmandade maior" é paranoica e extremamente agressiva" - Pavlo Klimkin.

"Nossos parceiros devem perceber, o mais cedo possível, que temos direitos, ao estado, iguais e equivalentes a eles - não mais, mas não menos... Se em nossos amigos europeus há manifestações de atitudes de "irmão maior" a atitude à Ukraina é esporádica e explica-se, muito provavelmente, pela inércia do pensamento e fatores políticos internos, então na Rússia o "irmão-maior" é paranoico e extremamente agressivo. Rússia não pode reconciliar-se com a perda de sua principal colônia", - enfatiza Klimkin.


- Sem o idioma ukrainiano nossos cidadãos não têm futuro no próprio país. E isto se refere a todos, inclusive os russos - Paulo Klimkin, dirigente do Ministério de Assuntos Internos da Ukraina.

"A nova lei sobre educação oferece oportunidades suficientes para o desenvolvimento de línguas de minoras nacionais. Juntamente com as comunidades, temos de desenvolver um plano para sua aplicação. Sem o idioma ukrainiano, nossos cidadãos não têm futuro em seu próprio país. E isso se aplica a todos, inclusive os russos.

Língua russa: próxima pedra de tropeço?

Não apenas o chefe do Ministério das Relações Exteriores, mas também os especialistas independentes, não ignoram as declarações dos representantes da Rússia, bem como os comentários da Comissão de Veneza quanto ao uso na educação do idioma russo e outras línguas que "não são as línguas oficiais da União Européia". Os profissionais ukrainianos: à língua russa não ameaçam problemas nem na esfera educacional, nem na informativa. 

De acordo com Oleg Slabospitsky, coordenador do "Setor Público do EuroMaidan, que trabalha no campo da educação juvenil, os ukrainianos ainda estão sob influência da Rússia, estando em contato diário com publicações em língua russa, projetos humanitários e científicos, etc.

"Se estamos falando sobre o sistema educacional, é estranho para mim quando alguns funcionários públicos não assumem uma posição rígida sobre esta questão, porque recuar mais já não há para onde. Nos países europeus, as pessoas devem conhecer o idioma do estado em que vivem e com o qual elas se identificam", afirmou o especialista à Rádio Liberdade.

Slabospitsky também considera inadmissíveis os fatos, quando nas instituições educacionais da Ukraina, de diferentes níveis, os educadores que devem ministrar aulas no idioma estatal, passam ao idioma russo, inclusive, também entre si, eles de comunicam em russo. É improvável que tal atitude com a língua estadual vai inspirar respeito ao idioma ukrainiano nos estudantes, observa o especialista. E, os jovens no Transcarpathia, estudando  em idioma húngaro, é duvidoso que se identificarão com Ukraina, acrescenta Slabospitsky. (Percebam a diferença: Enquanto os ukrainianos não respeitam seu próprio idioma no seu país, os húngaros, vivendo no país que não é deles, lutam para preservar o seu idioma - OK).

Nós temos conhecimento, que mesmo em algumas universidades existem problemas no ensino da língua ukrainiana, não reconhecendo-a como estatal. Se na escola e na universidade, e fora do processo educacional, os estudantes não recebem nenhuma informação na língua ukrainiana, então essa pessoa depois entende: ela não se associa a este país", - disse Slabospitsky.

No momento, o Ministério da Educação aconselha não politizar a decisão da Comissão de Veneza sobre a educação e propões três modelos para a introdução do seu artigo "linguístico". O primeiro modelo prevê a possibilidade de ensinar com o idioma nacional dos grupos minoritários (que vivem na Ukraina) todas as matérias da 1ª a 11ª  (ou 12ª) séries, concomitantemente com o idioma ukrainiano. Este modelo funcionará para aqueles grupos que têm seu próprio estado para desenvolver a terminologia do idioma, ou não vivem no ambiente de seu idioma, Por exemplo, os tártaros da Criméia não têm nenhum outro estado que pudesse desenvolver a terminologia de seu idioma. O segundo modelo pode ser aplicado no desenvolvimento das comunidades nacionais, cujos idiomas pertencem aos idiomas da União Européia. O terceiro modelo propões às crianças cujas línguas nativas estão relacionadas ao idioma ukrainiano, deixando o estudo do idioma russo como uma das matérias.

Prezados leitores: Que o Natal de vocês seja a esperança do ano que está por vir, com todas as realizações possíveis e imaginárias. É o que lhes desejo!

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Comissão européia e educação na Ukraina: língua ukrainiana - base do estado.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 14.12.2017
Bohdana Kostyuk

Ação em Kyiv em apoio da língua ukrainiana - sem idioma não há nação.

Kyiv - a Comissão de Veneza reconheceu o objetivo "legítimo e louvável" a promoção e fortalecimento da língua estadual da Ukraina, mas observou: a crítica das normas para o ensino de línguas minoritárias parece justificada. A nova lei da Ukraina "Sobre educação", que entrou em vigor em 18 de setembro deste ano, causou críticas e mais críticas dos vizinhos da Ukraina devido do chamado "artigo linguístico". Alguns representantes de minorias nacionais húngaras, romenas e russas alegaram que a lei discriminava às minorias nacionais, já que a língua estadual ukrainiana era definida como a língua da educação. Em Kyiv, no entanto, considera-se: discriminação contra as minorias é a situação em que os graduados das escolas com ensino em línguas minoritárias, muitas vezes não conhecem, suficientemente, a língua estadual, limitando suas oportunidades e direitos.

O ponto final nas discussões sobre o "artigo linguístico" da lei sobre educação devia colocar a Comissão Veneziana, que mais de um mês estudava o 7º artigo da lei e, finalmente tornou sua decisão pública.

A maioria de observações foi levantada pela comissão no curto prazo de realização das novas regras na formulação do artigo. Atualmente, de acordo com a lei, o artigo "linguístico", deve, definitivamente, entrar em vigor em 2020.

As conclusões da Comissão de Veneza sobre o artigo "linguístico" da Lei da Ukraina "Sobre educação" são fundamentadas e construtivas, disse no ar da Rádio Liberdade a assessora do Ministro da Educação e Ciências Ivanna Kobernyk. Segundo ela, este artigo pode ser especificado com atos legislativos adicionais. 

Uma das recomendações da comissão - prolongar o período de transição para a implementação do artigo - o Ministério da Educação da Ukraina reconhece válido "do ponto de vista pedagógico" e apoia plenamente esta recomendação. Isto foi afirmado no comentário do Ministro.

O presidente do Parlamento ukrainiano, Andriy Parubiy, assegurou que a lei é válida "do ponto de vista pedagógico" e apoia plenamente esta recomendação. Isto é afirmado nos comentários feitos pelo ministro. E que a lei não mudará. 

Sobre isso concordaram os parlamentares ukrainianos. Os peritos da Comissão de Veneza e os esclarecimentos sobre a implementação do artigo serão feitos através de outros documentos.

"Foi acordado que o 7º artigo da lei não mudará, ela continuará com a mesma redação. Concordamos, que podemos trabalhar nos momentos da implementação da lei sobre o ensino secundário. Como presidente de parlamento ukrainiano, eu enfatizei que não vejo mudanças possíveis para o 7º artigo - declarou Andriy Parubyi - durante uma visita de trabalho na região de Lviv.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Pavlo Klimkin, em um blog no site "Verdade Européia" disse que, para Ukraina, é muito importante que a Comissão de Veneza disse ser legítimo o "fortalecimento da posição do idioma ukrainiano na educação e seu estudo obrigatório por todos os cidadãos do país.

"Alguém diz que aos húngaros e romenos retirarão o direito de estudar no seu idioma nativo. Isso, absolutamente, não é verdade! Mas os cidadãos ukrainianos devem dominar o idioma ukrainiano, e isto é realmente muito interessante para todos, inclusive para as comunidades nacionais, - disse Klimkin durante sua viagem à Transcarpathia.

Ao mesmo tempo, o ministro critica a posição dos estados vizinhos que consideram a lei educacional discriminatória precisamente para o uso na educação. Segundo ele, Ukraina, como um estado independente e soberano liberta-se dos restos do colonialismo soviético e dos complexos de inferioridade, o que pode não ser apreciado pelos vizinhos.

"Na Rússia "irmandade maior" é paranoica e extremamente agressiva." - Paulo Klimkin.

"Nossos parceiros devem perceber, o mais cedo possível, que temos direitos ao estado, iguais e equivalentes a eles - não mais, mas não menos... Se em nossos amigos europeus há manifestações de "irmão maior" o que explica-se, antes de tudo com inercia do pensamento e fatores de política interna, então na Rússia o "irmão maior" é paranoico e extremamente agressivo. Rússia não pode reconciliar-se com a perda de sua principal colônia" - enfatiza Klimkin.

SEM IDIOMA UKRAINIANO NOSSOS CIDADÃOS NÃO TEM FUTURO NO PRÓPRIO PAÍS. E ISTO SE REFERE A TODOS INCLUSIVE OS RUSSOS - Paulo Klimkin, dirigente do Ministério de Assuntos Internos da Ukraina.

"A nova lei sobre a educação oferece oportunidades suficientes para o desenvolvimento de línguas de minorias nacionais. Juntamente com as comunidades, temos que desenvolver um plano para sua aplicação. Sem o idioma ukrainiano, nossos cidadãos não têm futuro em seu próprio país. E isso se aplica a todos, inclusive os russos.

Língua russa: próxima pedra de tropeço?

Não apenas o chefe do Ministério das Relações Exteriores, mas também os especialistas independentes, não ignoraram as declarações dos representantes da Rússia, bem como os comentários da Comissão de Veneza quanto ao uso na educação do idioma russo e outras línguas "que não são as línguas oficiais da União Européia". Os profissionais ukrainianos: à língua russa não ameaçam problemas nem na esfera educacional, nem na informativa.

De acordo com Oleg Slabospitsky, coordenador do "Setor Público do Euromaidan", que trabalha no campo da educação juvenil, os ukrainianos ainda estão sob influência da Rússia, estando em contato diário com publicações  em língua russa, projetos humanitários e científicos, etc.

"Se estamos falando sobre o sistema educacional, é estranho para mim quando alguns funcionários públicos não assumem uma posição rígida sobre esta questão, porque recuar mais já não há para onde. Nos países europeus, as pessoas devem conhecer o idioma do estado em que vivem e com o qual elas se identificam", afirmou o especialista à Rádio Liberdade.

Slabospitsky também considera inadmissíveis os fatos, quando nas instituições educacionais da Ukraina, de diferentes níveis, os educadores que devem ministrar aulas no idioma estatal, passam ao idioma russo, inclusive também, entre si, eles se comunicam em russo. É improvável que tal atitude com a língua estadual vai inspirar respeito ao ukrainiano nos estudantes, observa o especialista. E, os jovens no Transcarpatia, estudando em idioma húngaro, é duvidoso que se identifiquem com Ukraina, acrescenta Slabospitsky. (Percebam a diferença: enquanto os ukrainianos não respeitam seu próprio idioma, usando o russo no seu próprio país, os húngaros, vivendo no país que não é deles, lutam para preservar o seu idioma - OK).

"Nós temos conhecimento, que mesmo em algumas universidades existem problemas no ensino da língua ukrainiana. As pessoas até deixam de se identificar com Ukraina, não reconhecendo-a como estado. Se na escola e na universidade, e fora do processo educacional, os alunos e estudantes (Na Ukraina a designação "estudante" é usada apenas no ensino universitário, até lá os alunos podem ser chamados "shkolhari" (escolares), "uchni" (que estudam) - OK) não recebem nenhuma informação na língua ukrainiana, então essa pessoa depois entende: ela não se associa a este país", - disse Slabospitsky.

No momento, o Ministro da Educação aconselha não politizar a decisão da Comissão de Veneza  sobre a educação e propõe três modelos para a introdução do seu artigo "linguístico". O primeiro modelo prevê a possibilidade de ensinar o idioma nacional aos grupos minoritários (que vivem na Ukraina) todas as matérias da 1.ª a 11ª (ou 12ª) séries, concomitantemente com o idioma ukrainiano. Este modelo funcionará para aqueles grupos que não tem seu próprio Estado para desenvolver a terminologia do idioma, ou não vivem no ambiente de seu idioma. Por exemplo, os tártaros da Criméia não tem nenhum outro estado que pudesse desenvolver a terminologia de seu idioma. O segundo modelo pode ser aplicado no desenvolvimento das comunidades nacionais, cujos idiomas pertencem aos idiomas da União Européia. O terceiro modelo propõe às crianças cujas línguas nativas estão relacionadas ao idioma ukrainiano, deixando o estudo do idioma russo como uma das matérias.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Foto reportagem: "Marcha pelo Impeachment liderado por Saakashvili
Cronologia do dia.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 17.12.2017.

Em 17 de dezembro, os partidários de Saakashvili realizaram a terceira "Marcha pelo Impeachment". Rádio Liberdade observava os acontecimentos.
Anteriormente os adeptos de Saakashvili já realizaram ações semelhantes duas vezes em Kyiv.
Saakashvili foi preso no dia 8 de dezembro. De acordo com o Ministério Público, é suspeito do artigo  do Código Penal da Ukraina sobre "assistência a membros de organizações criminosas e cobertura de suas atividades criminais".

Em 05 de dezembro, o Procurador Geral da Ukraina, Yuriy Lutsenko disse que Mikheil Saakashvili, líder do partido do Movimento de "Novas Forças", recebeu do empresário Sergey Kurchenko, que se esconde na Rússia, meio milhão de dólares por suas ações na Ukraina. Ele interceptou conversas que confirmam este fato. Saakashvili diz que não são verdadeiras todas as acusações que lhe atribuem.

Em 11 de dezembro, o tribunal distrital de Pechersk, de Kyiv, recusou-se a aplicar a medida preventiva sob a forma de prisão domiciliar. O Ministério Público interpôs recurso contra essa decisão. 

Saakashvili, através de jornais, oferecia-se para ocupar postos de trabalho na Ukraina.












Mas, ao meio dia, no parque Shevchenko, em Kyiv, teve início a ação de simpatizantes do líder do "Movimento de Novas Forças", do ex-presidente da Geórgia, antigo presidente de ODA de Odessa Mikheil Saakashvili (ODA - Administração Regional de Odessa).


Suas exigências - aprovação de leis sobre o julgamento do presidente e eleições, criação de um tribunal anticorrupção, demissão do Procurador-Geral.


Os participantes passaram pelas ruas centrais de Kyiv, e pela rua Khreschatyk até a Praça da Independência. No centro de Kyiv reforçaram a segurança, nas ruas há muitos policiais.


Segundo estimativas da polícia, o número de participantes era de cerca de duas mil pessoas. Os organizadores anunciaram "coluna de muitos milhares de participantes".


Segundo a polícia, cerca de mil policiais e militares da Guarda Nacional providenciavam a ordem.


Mikheil Saakashvili anunciou sua intenção de estabelecer sua sede no Palácio de Outubro em Kyiv, 






"Agora nós vamos ao Palácio de Outubro, lá será a sede. Nós vamos promover piquetes sob Verhovna Rada (Parlamento), vamos exigir a aprovação de uma lei sobre impeachment, um tribunal anticorrupção, uma nova lei eleitoral. Estamos prontos a agir todos os dias. Estamos prontos para realizar uma ofensiva pacífica sobre os oligarcas", disse Saakashvili.




Depois disso, parte de seus seguidores passou do Maidan ao Palácio de Outubro, ao lado do qual houve confronto com a polícia.


Depois do confronto entre os adeptos de Saakashvili, que tentaram entrar no palácio, e policiais, o líder do "movimento das Novas Forças" chamou seus adeptos a se afastarem do prédio e retornar à Praça da Independência.


Nos confrontos ocorridos no centro de Kyiv, em 17.12.2017, receberam ferimentos 15 guardas nacionais e 17 policiais.


"Junto ao Palácio de Outubro os participantes da ação lançaram fogos de artifício, aplicavam pirotécnica, tentavam invadir  o palácio, organizaram o empurra-empurra com os aplicadores da lei, danificaram a porta do prédio. Naquele momento havia no prédio aproximadamente 800 espectadores, incluindo crianças", - informou o site do Ministério do Interior.


O que aconteceu hoje foi uma provocação clássica. Nossos deputados nos disseram que existiam duas salas, que podiam ser tomadas no caminho para o parlamento, onde as mulheres dos detidos oficiais devem criar uma sede.Nós fomos lá e vimos um grande número de Guardas Nacionais e eles, imediatamente, começaram a luta. Depois eu fui ao carro e disse: gente, saímos, nós não devemos ir na provocação", - assim Saakashvili descreveu a situação no centro de Kyiv.

Os embaixadores do Canadá e da Grã Bretanha na Ukraina, Roman Vashchuk e Judith Gough, condenaram o ex presidente, o georgiano Mikheil Saakashvili pela tentativa de captura do Palácio de Outubro.

"As tentativas de captura e danos causados aos edifícios públicos são abuso do direito a um protesto político", escreveu o embaixador do Canadá.
Mais tarde, eles foram acompanhados pela Embaixada dos Estados Unidos.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 17 de dezembro de 2017

​Política ukrainiana, de acordo com a tradição e gênero, é um show de circo e entretenimento.
Tyzhden ua. (Semana ukrainiana), 14.12.2017
Roman Malko


Afinal, essa é a melhor forma para as autoridades manipularem a sociedade para atender a seus interesses. Isso dura já quase três décadas, desde a restauração da independência, e ainda pode durar muito tempo.
Mudarão os atores locais, novas idéias serão introduzidas e tecnologias poderosas, mas tudo permanecerá, profundamente, como estava. Todos que moveram-se neste pântano, atuarão nos gêneros acima mencionados. Hábitos e tradições são difíceis de quebrar.

A situação atual de Saakashvili (ator brilhante), em vez daquele que lhe confiaram para desempenhar um papel importante, ou um conflito entre as agências de aplicação da lei - os promotores, a SBU, MIA & NABU, SAP - não originais, não é? Circenses na arena já houve muitos, e medir-se com parâmetros aqui gostam. Pode-se aprofundar nos detalhes e procurar quem age com detalhes  com NABU (Bureau Nacional Anti-Corrupção da Ukraina) e com 
que finalidade conduzir batalhas no Facebook, procurar traidores e patriotas, transferir tudo isso para realidade e conclamar os soldados para deixar suas posições e correr para espancar "o poder criminoso", mas "o poder criminoso esforça-se para gritar ainda mais alto, que todos, que não o apoiam, são colaboracionistas e traidores, que estão no fio de navalha de Kurchenko, apenas o que isto dará? Mesmo substituindo figuras no tabuleiro não mudará a essência do jogo. Porque Poroshenko estará no topo da piramide, Saakashvili ou, talvez, Kolomoisky ou Yulia Tymoshenko. Talvez até o "Washington DC" designe um de seus altos protegidos e o cercará com conselheiros, que com todas as forças trabalhará para influenciar na situação sem esperança, mas o cachorro não está enterrado lá.

O problema fundamental reside no fato de que, após o colapso da União Soviética, a estrutura do poder não foi formada. O verdadeiro governo com uma clara decisão administrativa vertical e pontos de decisão, com responsabilidade por essas decisões. No período comunista, tal vertical existia. Com suas hierarquias, com suas perversões, mas existia. O partido-ditador gerava as decisões, depois delegava-as para os órgãos do governo soviético, a todos os seus conselhos e comitês executivos. Tudo isso era cuidadosamente monitorado pelas autoridades, pelos órgãos de segurança. Após o desmantelamento das verticais comunistas, outras não criaram. O governo soviético, que na verdade permaneceu na Ukraina, foi modificado apenas ligeiramente, mas não conseguiu tornar-se um poder vertical em vista de sua natureza. O governo soviético (poder do conselho) é construído de modo que não pode ser governo e verticalidade ao mesmo tempo.

Kuchma, lembrando como era o governo comunista, tentava construir algumas, suas próprias verticais, mas por várias razões não conseguiu. Yushchenko nem sequer tentou. O único que conseguiu reverter temporariamente a história, mas já em quase aparência, foi Yanukovych. Ele, de alguma forma copiou o esquema bolchevique, mas o partido, no seu caso, foi substituído pela mafia. A direção passou às mãos de bandidos, o que permitiu que a vertical funcionasse. Mas - isto já é outra questão.

Hoje, apesar de todo entusiasmo e todo exército de funcionários no estado, não há pontos verticais de tomada de decisões. Nem no nível do presidente com sua autoridade e responsabilidade, nem no nível do presidente do governo, nem no nível do parlamento, ministérios ou outros órgãos executivos.

E, enquanto esse princípio não mudar, não importa quem será a cereja no bolo. Enquanto o sistema for como é, semi-capaz, que não querem mudar desde os tempos do comunismo, ele não funcionará. Aqueles, de quem depende isso, parece que na maioria das vezes não entendem (ou não querem entender) porque nem tudo cola--se, por que então o sistema funcionou, e hoje, não funciona. Em algum lugar, intuitivamente, eles sentem que falta algo, uma espécie de haste. As tentativas de usá-lo são, em grande parte, mal sucedidas. Lembramos os representantes do presidente no caso de Kuchma, olheiros de Yanukovych ou prefeitos presidenciais e não adotados no caso de Poroshenko. Diferentes variantes são possíveis, os nomes não são tão importantes. O principal é, que a estrutura do poder seja capaz de funcionar e desempenhas claramente as funções que lhe são atribuídas. Então não haverá desnecessária agitação atual. Será claro quem toma decisões e por elas responde. Porque hoje, apesar de toda ênfase e todo o exército o funcionário no estado, não tem pontos e decisões verticais para tomada de decisões. Nem no nível do presidente, com seus poderes e responsabilidades, nem no nível do governo, do parlamento, dos ministérios ou outros órgãos executivos.

Porque, o que está prescrito na Constituição e nas leis é apenas o que o apareceu. Mas, atrás de tudo isso, inevitavelmente, está a idéia da incapacidade do poder em geral e de Poroshenko, em particular, que está sentado em cima da pirâmide, que vive sua própria vida, independe de quem a coroe. É claro que, enquanto existir tal estrutura de poder, a pessoa que estará no topo, não tendo a sua vertical, não pode gerenciar esta máquina, porque a máquina está construída. E, consequentemente, o presidente será visto como impotente, ou como um cômico usurpador ou intrigante, mesmo quando, de fato, ele for um super messiânico. E, o próprio conceito de estado sofrerá uma desvalorização permanente, e todos os "amigos" mortais falarão sobre o projeto Ukraina como inviável, porque os ukrainianos, dizem eles, não são uma verdadeira nação.

Claro, não se trata de retornar ao modelo  bolchevique da estrutura do poder. Isto seria a cúpula da idiotice e colapso inevitável. Trata-se de conduzir o processo de decomunização para sua conclusão lógica. Não apenas com monumentos, apesar de que isso também é necessário. Hoje, como nunca, é importante criar um novo modelo para gerenciar o país. A sociedade, parece já amadureceu para esta transformação, o governo ainda não, mas isso é remediável, ele precisa ser estimulado. Somente quando este caos for desentulhado e conseguir-se construir um sistema real de responsabilidades, o circo finalmente terminará e os palhaços se dispersarão. E, somente a partir deste momento será possível falar sobre o retorno da Ukraina ao ventre da Europa e da sociedade de estados civilizados. Somente essa revolução será capaz de, finalmente, lançar o processo de desenvolvimento do país, que há décadas está à beira de sobrevivência e balança como condenado do Maidan ao Maidan.

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Como despovoam-se os "poroshenkivtsi": o que pensam sobre Poroshenko no Ocidente e sua luta contra a corrupção.
Ukraina Moloda (Ukraina Jovem), 12.12.2017
Natália Lebid

Se agora conduzir a conversa sobre o quanto "baixou" o futuro presidencial de Petro Poroshenko nas últimas semanas, a ilustração mais brilhante, é claro, será a longa história com Mikheil Saakashvili.

Esta história é sonante, feia e tal que ameaça consideráveis ameaças políticas ao presidente em exercício. Mas esta é a situação do ponto de vista do consumidor ukrainiano de notícias.
É preciso entender: O ocidente avalia os acontecimentos em outras posições.

Correria nos telhados atrás do fujão Miho não é algo que, em primeiro lugar, se incorpora na memória de nossos parceiros.

Mas é o fato, que a economia sombria ficou em terceiro lugar no mundo, ou que Ukraina continua sendo o mais 
corrompido estado da Europa, pesa muito, muito. E mesmo que estas conquistas não sejam pessoais de Petro Poroshenko, sua enorme culpa reside na conservação desses fenômenos extremamente negativos. Este é precisamente o que, em primeiro lugar, não lhe perdoam no Ocidente.
Apesar de que um massacre brutal com opositores políticos não acrescenta pontos a mais ao cabeça do Estado.












"A divulgação pública pela Procuradoria Geral dos detalhes da investigação de fatos da corrupção enfraquece significativamente a capacidade do Escritório Nacional Anti-Corrupção de realizar investigações 
efetivas (foto Vladimir 
Solonko)





"Alma perdida na corrupção".

Mas, em geral, o Presidente Petro Poroshenko tem uma qualidade que, provavelmente, o torna inteiramente, uma pessoa feliz. Ele não percebe coisas óbvias. 

Enquanto o Ocidente preocupa-se com a perdida luta contra a corrupção na Ukraina, o garante promete criar mais uma estrutura anticorrupção. Em acréscimo aos já existentes NABU, NAZK (Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção), SAP (Procuradoria especializada anti-corrupção) e ainda não nascido tribunal anti-corrupção, cujo espírito invariavelmente paira sobre Ukraina, e abençoa todas as tentativas inférteis de seus líderes para levar o país à ordem.

No fórum de negócios realizado em 1º de dezembro, Petro Poroshenko falou sobre a necessidade de lançar mais uma unidade de luta. "Agora nós polimos outro projeto de lei - sobre o Escritório Nacional de Segurança Financeira da Ukraina. O escritório separará, da influência na economia e negócios, a GPU (Procuradoria Geral da Ukraina) , SBU (Serviço de Proteção da Ukraina), NABU e o Ministério do Interior, - já não citando sobre  "o imposto ou polícia", - acrescentou o chefe de Estado.

Infelizmente, Petro Oleksiyevich  (Os ukrainianos usam o derivado do nome do pai, que no caso é Oleksa. Meu pai chamava-se Estefano, Stepan em ukrainiano. Então eu usaria Oksana Stepanivna, depois o sobrenome.)
não entende que, nesta fase a criação de mais um sucedâneo da estrutura de forma alguma adoçará a impressão negativa, que estabeleceu-se sobre a vertical presidencial no Ocidente.

No contexto de todos os "erros", nos quais diretamente e não equivocadamente foi dito a Ukraina, pode-se mencionar também a declaração de porta-voz do Serviço Europeu de Ações Externas da Maya Kosyanchuch, que declarou sobre a inadmissibilidade de interferência da GPU no trabalho da Nabu.

"A divulgação pública pela Procuradoria Geral, dos detalhes da investigação de corrupção enfraquece significativamente as possibilidades do NABU (Escritório Nacional de Combate à Corrupção) para realizar investigações efetivas, além de minar a fé das pessoas na possibilidade de uma contra-ação efetiva contra a corrupção", - disse Kosianchuk.

O segundo sinal de alerta veio do Departamento dos EUA, que também ampliou seu apelo. O apelo continha uma citação de declarações do secretário estatal Rex Tillerson, ou seja - uma constatação rigorosa de que, "não há senso lutar pelo corpo da Ukraina no Donbas, se sua alma estará perdida na corrupção."

"Refletindo a vontade da nação da Ukraina, os Estados Unidos conclamam todos os ramos do governo da Ukraina para juntos eliminar a corrupção em todas as esferas governamentais. A destruição da corrupção - é a chave para alcançar estabilidade, segurança e prosperidade para os ukrainianos" - disseram no Departamento de Estado dos EUA. 
A declaração do Departamento de Estado foi tornada pública em 04 de dezembro, e já no dia 06 ela foi alcançada por extremamente afiada coluna de autoria de Leonid Bershidsky no site da agência "Blomberg".

"Ukraina Moloda", de passagem, já mencionou esta publicação. O último acorde deste opus pode ser interpretado arbitrariamente, amplamente - até uma chamada direta repetir "ao diabo", para Poroshenko, destino de Yanukovych.
Na verdade, a assim chamada coluna do autor, existe para transmitir as considerações subjetivas de uma determinada pessoa, mas não se deve esquecer, que o autor do texto é apenas um dos colunistas, cujo nome - legião. 
O ex-fundador da edição comercial "Slon-ru", ex-consultor da revista Focus e ex-editor da Forbes-UA, Leonid Berchidsky  pertence a mídia, de categoria de peso, cujas palavras são a chave para entendimento de muitos processos, modos ou intenções que amadurecem atrás das cenas da política mundial.
Simplificando, este colunista não só se deleita com o próprio ego, ele expressa em palavras aquilo que pensam as mais influentes instituições do mundo.
Às vezes, essas palavras soam como "rótulo negro" pirata para aqueles a quem são endereçados. Hoje, parece, que o "rótulo negro" recebeu Petro Poroshenko.

Não essa pessoa.

Tudo, começando com o título do artigo ("O ocidente apoia não aquela pessoa na Ukraina") e ao desenvolvimento das principais teses, deveria ter feito Petro Poroshenko estremecer com presságio ruim.
Aparentemente, à escrita do material de Bershidsky empurraram os acontecimentos em torno de Saakashvili, uma vez que este foi mencionado na publicação como uma visível crueldade do presidente Poroshenko, mas ainda assim Miho (de Miguel, nome de Saakashvili - O.K.) nesta narrativa é uma personagem menor.
O principal herói - sempre a insuperável corrupção ukrainiana. Parece, que no início, Poroshenko parecia mais aberto ao resto do mundo, que seu antecessor, presidente afastado Viktor Yanukovych.
Ele e seu primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk sabiam, o que queria ouvir o Departamento de Estado dos EUA. Após a revolução ukrainiana, os Estados Unidos e a UE, apoiaram Poroshenko e Yatseniuk como os próximos líderes da Ukraina.
Eles, por sua vez, venceram as eleições e tornaram-se políticos pró-ocidentais, que deveriam trazer Ukraina para Europa. Mas suas intenções revelaram-se interesseiras, escreve a edição.
Porque, no momento, quando Ukraina precisava dinheiro do Ocidente, Poroshenko e seus aliados políticos executavam indispensáveis para isto condições.
Criaram NABU e iniciaram o cargo de promotor anticorrupção.

Ao mesmo tempo, o procurador-geral Yuri Lutsenko, próximo de Poroshenko, começou uma guerra aberta contra NABU. No entanto, os EUA emitiram uma declaração, na qual condenavam "o fracasso da investigação da corrupção de alto nível, prisão de funcionários do Bureau Nacional Anti-Corrupção da Ukraina e apreensão de documentos secretos da NABU".

Como se comportou o presidente Poroshenko nesta situação? A questão é que, escreve Bershidsky, o líder da Ukraina sozinho, para si, escreveu a indulgência.
Poroshenko concluiu claramente, que ele não perderá o apoio político ocidental, enquanto ele tomar posição anti-russa.
Enquanto os líderes ocidentais  o consideram baluarte contra Rússia, ele pode agir dentro do país como qualquer outro político da velha escola, para o qual os limites entre poder, dinheiro e violência são borrados. (Como ilustração da última tese - basta mencionar os excessos em torno de Saakashvili).

No momento, mesmo os mais fortes apoiadores ocidentais do governo ukrainiano pós-revolucionário perceberam que algo estava errado com Poroshenko, continua Bershidsky .
"Parece, que o presidente Poroshenko se recusou de combater a corrupção, de quaisquer ambições para crescimento econômico, financiamento da UE ou FM" cita Bershidsky, o economista Anders Aslund.
"Nenhuma pressão amigável sobre ele funciona."

Se os ukrainianos sacudirem a apatia de si mesmos e fizerem com Poroshenko o mesmo que fizeram com Yanukovych (do contrário ele irá reeleger-se em 2019), tal erro não será repetido", - adverte o autor. 

Não é Putin que rouba na Ukraina.

Depois da agência "Blomberg" pronunciar-se sobre Petro Poroshenko, tomou a palavra a respeitada publicação americana "The Washington Post". Em 9 de dezembro publicou um artigo com um título bastante eloquente - "Ao Ocidente é hora de assumir uma posição mais rígida sobre Ukraina". Seu autor, como Leonid Bershidsky também começa analisando a situação dos jogos em torno da NABU.

O Serviço de Segurança da Ukraina, também como o Gabinete do Procurador Geral, com seus poderes quase ilimitados e 45 mil funcionários, organizam uma cruzada contra um pequeno Escritório de Anticorrupção, no qual trabalham não mais de 700 pessoas.

Imagine que a CIA (Agência Central de Inteligência) e o Procurador Geral dos EUA estão planejando a realização de uma operação contra uma unidade anticorrupção do FBI. Ativistas em Kyiv acreditam que estamos nos aproximando de um ponto de viragem. Se o Bureau Anti-Corrupção for cancelado ou enfraquecido, isto serão os sinos do funeral sobre a transparente democracia da Ukraina", escreveu Washington Post.
O jornal acrescenta: os governos ocidentais gastaram centenas de milhões de dólares dos contribuintes para apoiar as reformas anticorrupção. Chegou a hora de proteger os investimentos realizados. 

Tal mensagem será ainda mais importante à luz das testemunhas recentes de Poroshenko para fortalecer o poder antes das eleições programadas para o próximo ano.
O presidente e seus apoiantes pressionam a mídia e tomam medidas rigorosas contra seus críticos - e tudo isso acontece na ausência de indignação internacional.
Os jornalistas americanos também se concentram no fato de que Poroshenko protege-se, co o escudo, pela sua posição anti-russa.

"O Ocidente considera Poroshenko como um bastião, que dificulta a implementação de planos russos na Europa Oriental. O próprio Poroshenko deu ao Ocidente uma série de razões para pensar assim. Em seu discurso recente na ONU, Poroshenko lembrou a Rússia mais de 20 vezes. E a corrupção? Apenas uma vez."

"A este respeito, a posição de Poroshenko é muito diferente das opiniões de seu povo. Pesquisas independentes mostram que a corrupção é o que mais preocupa os ukrainianos - mais que até uma guerra (...) .

Não é Putin que rouba os fundos estaduais da Ukraina. Não é Putin que organiza buracos nas estradas. Não é Putin que ajuda os funcionários corruptos a escapar da prisão. Não é Putin que força a elite ukrainiana a evadir os impostos", - constata as coisas aparentes Washington Post. 

E conclui o seguinte: "Aliados estrangeiros podem ajudar Ukraina a acabar dom essa decomposição. Mas, eles podem fazê-lo apenas se deixarem de aceitar narrativas empregadas pelo governo e começarem a defender seus próprios investimentos no progresso da Ukraina. Caso contrário, os milhões gastos na Ukraina serão roubados (...). Os aliados da Ukraina também devem mostrar que eles sabem, como aproveitar não apenas a cenoura, mas também o cassetete. Eles devem alertar o governo de Kyiv, de que o recentemente introduzido regime de isenção de visto com os países da UE pode ser suspenso, se houver quaisquer tentativa de enfraquecer ainda mais o NABU".

Bem, tal "bastião" contra Ukraina nossos simpatizantes do além oceano, ainda não usaram. Se a agência "Blomberg" insinuou a necessidade de remover Poroshenko como tal, então Washington Post apresenta a perspectiva de perda de nosso país, do regime sem visto.

E isso, de fato, parece ser a principal bandeira nas mãos do presidente ukrainiano, que ele, sem interrupção agita. Perdendo-o Poroshenko ficará nu como o rei do conto de fadas de Anderson. Talvez apenas com uma falha de figueira não trazida à conclusão de reformas.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

​​O fator de desestabilização.
Tyzhden.ua (Semana Ukrainiana), 07.12.2017
Roman Malko

A história do destacado expatriado, presidente-reformador, democrata-meritocrático, que trouxe uma plêiade de compatriotas e pessoas de mentalidade afim à Ukraina, e depois deixou o poder e encabeçou uma cruzada contra "bareg" (Não encontrei a tradução, provavelmente é gíria - OK) e declarou, que tem a intenção de "estabelecer" uma ditadura da classe média, começou a adquirir evoluções inesperadas.


E, a divulgação da tribuna do Parlamento é apenas uma abertura. Mesmo que tudo o que foi dito e demonstrado pelo procurador-geral Lutsenko, da tribuna parlamentar, corresponde à verdade de cem por cento às forças de segurança ukrainianas, em torno de Saakashvili e companhia, ainda é muito duvidoso. Há tantas correntes subaquáticas e recifes, que diferente de circo você não pode denominá-lo. Aqui, se manifesta tudo: estupidez, irresponsabilidade, falta de profissionalismo, falta de princípios, competição raivosa, falta de desejo de tornar-se um simples peão nos jogos de estranhos. A situação de esforços conjuntos de muitos jogadores interessados não apenas na Bankova (centro do governo ukrainiano) ou acampamento próximo ao Parlamento, é levada a um tal absurdo, que ninguém mais pode prever como a situação poderá ser resolvida. As questões são mais numerosas que as respostas. O principal roteirista definitivamente errou na composição do enredo.

A desestabilização na Ukraina é muito necessária ao Kremlin, e é difícil não perceber o prazer histérico nas palavras de Peskov. "Estamos observando com interesse" e "Claro, essa é a principal dor da Ukraina, aqui, com certeza, tal coisa, nem ao inimigo não desejarás..."

Claro, nela estão interessados diversos inimigos pessoais de Petro Poroshenko e as autoridades, que ele personifica. E aqueles, que escondem-se atrás de nomes do código "Kurchenko", que supostamente distribui dinheiro, porque a ele, no mínimo, precisa confirmar de algum modo, sua utilidade aos patrões atuais, e aqueles, que residem no lago de Genebra ou Tâmisa, e os que são compadres de diversos presidentes, vizinhos ou seu antigo. Interessados em balançar o barco, e quem não se encaixou no governo, mas muito gostaria de chegar lá, e aqueles que labutam pelo pão de cada dia, e simplesmente os fãs do chamuscado.

Claro, todos tem diferentes interesses. Os jogadores globais estão interessados em capitalizar os protestos e levá-los sob seu controle para a possibilidade de modelagem adicional para si. Obviamente, não interesses esportivos. Cada investidor primeiro cuidará o retorno do investimento. Os oligarcas perderam algo no sentido de acesso aos  ativos estatais e aos fluxos orçamentários. Aludir ao seu poder e capacidade de influenciar a política no regime de ação direta é uma ferramenta bastante eficaz. Exemplos não faltam: os assim chamados protestos de sindicatos dos mineiros na primavera de 2015 foram aberta chantagem de Rinat Akhmetov. Mas esta "beleza do jogo" compreender não era difícil. Combinações em torno dos protestos, liderados por Saakashvili, são mais complexos, e os beneficiários neste processo são muito mais numerosos. No entanto, ao que parece os interessados nos resultados precisarão reagrupar suas forças..

Os executores também precisam de capitalização para sua própria participação no processo, do qual eles também esperam seus dividendos, mas não como retorno do anteriormente perdido ou gasto, mas das autoridades. Observando o público que constitui o núcleo do irreconciliável movimento de protesto, é difícil não notar sua  variedade. Quem não está aqui? Estão os românticos que, geneticamente não gostam do governo e estão prontos para lutar contra ele somente por prazer, e úteis tipos ociosos, que há muito tempo, ganham para compra de apartamentos ou veículos, e, claro, degenerados cínicos, que se preocupam com o que vendem, imaginando-se líderes históricos. Infelizmente, todos eles obtiveram a possibilidade de aparecer apenas devido a circunstância banal -  falta de vontade de Petro Poroshenko para, realmente, viver de maneira nova (no bom sentido), como ele prometeu... Foi Poroshenko quem abriu esta caixa de Pandora, da qual surgiram todos esses marginais, companheiros de oligarcas e inimigos, ou simplesmente ofendidos.

"MIHOMAYDAN (Mihomaidan:  Miho é uma abreviatura do nome Mykhailo, ou Miguel em português - OK). E SUA REVELAÇÃO É APENAS COMEÇO, INFELIZMENTE, DE ALGO MUITO GRANDE E DESAGRADÁVEL, TAL DESATINO AINDA HAVERÁ MUITOS, E COM SAAKASHVILI NÃO CESSARÁ. A AVALANCHE DA LOUCURA APENAS CRESCERÁ.

Graças ao esquema proposto, no qual conseguiu-se integrar os necessários aventureiros (A tradução também admite: velhacos, patifes - OK) fujões, pode-se realizar os planos (já parcialmente anunciados) a sua neutralização, privação de negócios na Ukraina e confisco de saque. Aqui, Saakashvili pode revelar-se apenas como um conveniente pato colocado, o qual, segundo as palavras de um deputado, apenas  "conduziram como um idiota". Seja por causa de sua própria atitude sem escrúpulos, de quem aceita dinheiro, ou seja pela ineptidão de seus funcionários. Em qualquer caso, em operação bem sucedida, tudo poderia funcionar. Mas ela, obviamente derrubaram. No início esperavam, até o herói acordar, depois davam voltas, permitiram mostrar-se no telhado, (ele, realmente foi fotografado no telhado -OK) reunir um grupo de apoio, no final direcionaram a máquina, com o detido, para armadilha, apesar de que a rota estava limpa de manifestantes, para fuga. Àqueles, dos quais dependia a conclusão bem sucedida da operação, obviamente não desejavam, mais uma vez esforçar-se. E, talvez, tudo foi deliberadamente feito exatamente assim.

É improvável que a realização da operação "neutralizar Saakashvili" foi decidida por acaso. Os oponentes começaram falar sobre impeachment do presidente. No entanto, isto Petro Poroshenko é duvidoso que tema. Miho, provavelmente, joga pela dissolução do parlamento, do que pela derrubada do presidente. Não se deve esquecer a chama do confronto entre Procuradoria, NABU (Gabinete Nacional Anti-Corrupção da Ukraina) e SBU (Serviço de Segurança da Ukraina), a lei em disputa sobre a reintegração do Donbas, o orçamento - todos esses dispositivos com os jogos de Miho ficaram na sombra.

"O presidente domina a situação" - disse a representante de Petro Poroshenko. No entanto, aos comentários não recusou-se o chefe de Estado: ele agradeceu aos agentes da lei pelo serviço e disse que Saakashvili era "uma empresa financiada por Moscou". Ele gostaria de colocar um ponto final, mas...

"Mihomaydan" e sua exposição são apenas o começo de algo, infelizmente, muito grande e desagradável. Tais acontecimentos ainda haverá e haverá, e com Saakashvili apenas não terminarão. O pior que anular os acontecimentos não será possível. A avalanche de insanidade apenas crescerá e toda ela é impregnada com tal dose de mentira que não pode ser dirigida por nenhum organismo sadio. Quanto mais próximo das eleições de 2014 (primeiro presidenciais, depois parlamentares), mais surgirão dispostos a "desenvolver", então serão maiores as proposições daqueles, que estarão prontos para garantir indispensável imagem e o espetáculo dessas apresentações não renunciará à perseguição "no telhado", testemunha da qual (dificilmente por acidente) tornou-se todo o país.

Tradução: O. Kowaltschuk