terça-feira, 29 de agosto de 2017

Europa deve lembrar: os soldados da UNR em 1920, salvavam-na do comunismo.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 28.08.2017
Yuriy Savitsky

(UNR - República Popular da Ukraina, que em 1917-1920 controlava os territórios do centro, leste e sul da Ukraina)

Ministro da Defesa da Polônia, Antoni Mazerevech coloca uma coroa de flores no monumento aos soldados da UNR em Varsóvia, em 15 de abril de 2017. (Inscrição na foto: Ukraino, Ukraino, eis aqui seus filhos...)
Varsóvia - Ao mundo é necessário lembrar que os ukrainianos, não pela primeira vez detém o imperialismo russo, que deseja penetrar na Europa, acreditam as figuras públicas ukrainianas na Polônia.  Na véspera do Dia da Independência da Ukraina eles apelaram aos ukrainianos do mundo todo para lembrar os soldados da República Popular da Ukraina, os quais a quase 100 (cem anos) ajudavam Polônia a resistir ao ataque dos bolcheviques. Também diz o apelo, que o exército ukrainiano defendia Europa da ameaça, que vinha de Moscou. Os autores do recurso acreditam que entre os eventos entre 1920 e atual guerra no leste da Ukraina podem ser feitos claros paralelos.

Nestes dias de agosto, a quase 100 anos atrás decidia-se o destino da Polônia e, possivelmente, do restante da Europa. Os bolcheviques declaravam, que iriam ao Ocidente "através dos cadáveres da Polônia  branca", e o Primeiro Exército Equestre, sob o comando de Semen Budyonny "lavaria as botas" nos rios franceses Sena e Marne.

Mas em agosto de 1920 a estrada para Europa, que atravessava Polônia, bloqueou a 6ª Divisão de Infantaria do Exército da República Popular da Ukraina sob o comando do Coronel  zaporozhtsia Mark Bezruchka. Seu vice era de Odessa Vsevolod Zmienko.  Os ukrainianos, junto com os poloneses, defenderam heroicamente a cidade Zamosth.

Monumento aos soldados do exército ukrainiano, no cemitério militar ukrainiano, em Varsóvia.
Monumento aos soldados do exército ukrainiano, no cemitério militar ukrainiano, em Varsóvia.

Segundo os historiadores, apos a derrota nesta cidade Semen Budyonny deixou de ser o "vitorioso, que constantemente vencia o exército polonês", diz Roman Drozd, historiador ukrainiano , da Polônia. 

"Os acontecimentos de 1920 - é uma grande conquista do exército polonês, mas também do exército da República Popular da Ukraina. Se não fossem eles, e os historiadores aqui concordam, talvez o comunismo chegaria à Espanha, e quem sabe se não teria ido ainda mais longe" - diz o historiador.

Então, além dos ukrainianos, poucos estavam prontos, para oferecer apoio à recém restaurado estado polonês, diz a famosa na Polônia, figura pública Krzyszof Stanowski.

Ele observa: "Juntamente com o exército polonês, em resultado do acordo político-militar, celebrado entre Polônia e República Popular da Ukraina, nesta guerra lutaram soldados poloneses e ukrainianos. Os soldados ukrainianos, com exceção de um pequeno grupo de voluntários dos Estados Unidos e indivíduos de outros estados, bem como consultores militares franceses, foram os únicos soldados, que realmente se opuseram à invasão soviética.

Stanowski, todos os anos em agosto, visita os túmulos dos soldados da República Popular da Ukraina, que se encontram no cemitério de seu natal Lublin. O governo comunista considerava esses túmulos, como túmulos de seus inimigos. Então, aos túmulos dos seguidores de Petliúra vinham escondido.

Túmulo do soldado desconhecido do Exército da República Popular da Ukraina, no cemitério militar ukrainiano, em Varsóvia.

Por que sobre os eventos dos anos de 1920 é necessário lembrar agora?

O ativista ukrainiano Yuriy Reit considera a salvação de numerosos túmulos de soldados da UNR, no território polonês, uma questão de sua vida. Reit contou à Rádio Liberdade, que primeira vez ele veio ao cemitério ukrainiano em Varsóvia ainda jovem de 16 anos, mas, já então os túmulos estavam muito destruídos.

Segundo Reit, assim que o exército soviético chegou ao território da Polônia em 1944-1945, os comunistas começaram destruir os cemitérios, onde foram enterrados os soldados da UNR. Por exemplo, em Varsóvia, de 300 túmulos restaram apenas 107. E, mesmo aqueles, de acordo com o estadista, não estão em boas condições.

"Eu penso, que temos, diante de nós, três anos", diz Yuri Reit. - Esses lugares permanecerão ainda 10 - 15 anos, sua condição técnica não é das melhores, e eu pergunto, quando meus netos vierem, será que as cruzes estarão em pé? Hoje a questão é aos dirigentes do Estado ukrainiano e aos líderes do Estado polonês: o que podemos fazer, para preservar esses túmulos nos próximos 100 - 200 anos, porque a memória desses pessoas deve permanecer."

Guarda honorável polonesa, no Dia do exército polonês junto ao monumento aos soldados em Varsóvia, 15 de agosto de 2017.
Reit observa, que a memória dos Petliurivtsiv (seguidores de Petliura, líder ukrainiano - OK), enterrados no solo polonês, deve ser cuidada não só pelos ukrainianos e poloneses, mas também por aquelas nações que eles defenderam do comunismo: O estadista explica, porque ele e seus companheiros de armas escreveram um apelo, dedicado aos eventos de quase 100 (cem) anos atrás.

"Nós decidimos, que a primeira tarefa - é restaurar a memória dos poloneses, e lembrar, que ao seu lado, 14 mil soldados ukrainianos participaram do "Milagre sobre Wisla". "Estes são os soldados que lutaram na guerra polaco-bolchevique", - enfatiza Yuriy Reit.

De acordo com Krzyszof Stanowski, os acontecimentos de 1920 seria mais correto denominar não guerra polaco-bolchevique, mas guerra polaca e ukrainiana contra o bolchevismo. Stanowski acredita que a aliança polonesa e ukrainiana de 1920 é especialmente importante lembrar agora - no momento em que os ukrainianos e poloneses tentam indispor. Em sua opinião, pode-se perceber certos paralelos entre os acontecimentos de 100 anos atrás e a atualidade.

"É extremamente importante para que nós e os poloneses lembremos que, naquele dificílimo momento juntos lutaram soldados poloneses e ukrainianos. Isso lembra aqueles momentos complicados que ocorreram durante o Maidan ou a Revolução Laranja, quando milhares de poloneses simpatizavam, apoiavam Ukraina, e mais tarde quando começou a ocupação da Criméia e a Guerra no Donbas, os poloneses procuravam ajudar aos fugitivos e aos que se preocupam para que Ukraina mantenha suas fronteiras", - disse Reit.

Guarda honorável polonesa no Dia do Exército polonês junto ao túmulo do general do exército da UNR Mark Bezruchka, 15 de agosto de 2017.
Por sua vez, o historiador Roman Drozd diz, que os eventos da década de 1920 precisam ser lembrados aos europeus atuais, porque eles não um alerta sobre o possível desenvolvimento da situação no continente.

"Precisa dizer que, como os ukrainianos, então, queriam parar o imperialismo russo ou soviético, assim agora temos esse mesmo evento. Bem, é preciso dizer que, então, Ukraina não tinha aliados, porque Polônia era um aliado até certo momento, assim agora o mundo deve lembrar e esforçar-se para aprender com a história daqueles eventos, que realmente pode acontecer que Rússia queira recuperar o seu império", acredita o historiador. 

Os iniciadores do apelo de Varsóvia aos ukrainianos do mundo acreditam que agora já é necessário iniciar os preparativos para o centésimo aniversário da Batalha de Varsóvia. Em sua opinião, os ukrainianos, que em 1920 participaram da guerra vitoriosa contra os bolcheviques, devem ser homenageados no mais alto nível, na Ukraina e na Polônia, bem como falar sobre eles ao mundo. A iniciativa foi apoiada pelo presidente do Congresso Mundial dos ukrainianos Eugene Czolij.

Ministro da Defesa da Polônia, Antoni Mazerevech, coloca uma coroa de flores no túmulo do General do exército da República Popular da Ukraina, Mark Bezruchka.





Guarda polonesa honorável no Dia do Exército polonês junto ao monumento aos soldados da UNR em Varsóvia, 15 de agosto de 2.017.
Tradução: O. Kowaltschuk

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