domingo, 30 de abril de 2017

Banco de Poupança (Oshchadbanco) concluiu a transferência de fundos de Yanukovych.

Banco de Poupança concluiu a transferência de US $ 1,5 bilhões roubados pelo rodeamento de Viktor Yanukovych e confiscados hoje pela Procuradora Geral.
Vysokyi Zamok, (Castelo Alto), 28.04.2017














O tribunal de última instância permitiu o confisco de 1,5 bilhões de dólares, presos, que pertenciam ao ex-presidente Yanukovych e seu cerco. 
"Agora realiza-se a transferência desses recursos ao orçamento do Estado" - acrescentaram no Conselho de Segurança Nacional. 

Turchenov explicou, porque o dinheiro de Yanukovych devolveram através dos tribunais.  
Devido à recusa do Parlamento em aprovar a lei sobre confisco especial, a Procuradoria Geral através dos tribunais transferiu para o orçamento do Estado 1,42 bilhões de dólares presos nas contas de empresas não residentes, relacionadas com Viktor Yanukovych e sua comitiva.

Isto foi dito pelo Secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa (NSDC). Turchenov durante a entrevista no "Savings Bank", informou o Serviço de Imprensa do Conselho de Segurança Nacional.
Segundo o secretário do Conselho Nacional de Segurança, "um ano e meio acontecia uma epopeia, quando pela iniciativa dos deputados Pashybskyi, Vinnyk, Chornovil, outros, foi apresentada a lei sobre confisco, o qual o Parlamento recusava-se votar".

Dado que o Parlamento não tomou esta posição, quero agradecer a Procuradoria Geral, pessoalmente ao Procurador-Geral da Ukraina Yuriy Lutsenko, porque eles trabalharam profissionalmente e receberam não simplesmente a decisão sobre provisório confisco, mas a decisão final quanto a transferência destes fundos para o orçamento do estado da Ukraina", - disse Turchenov.

O secretário do NSDC disse que a decisão do Tribunal, que permitiu o confisco, era de princípio, porque esses recursos preveem financiamento para compra estatal de produtos de defesa.
Também, eu acredito que, além da segurança e defesa, uma considerável parte do dinheiro poderá ser usada para financiamento de programas sociais sérios, para proteção de nossos cidadãos", disse ele.

Segundo Turchenov, a gestão do"Savings Bank" iniciou a decisão do tribunal e junto com o Tesouro do Estado deve formalizar estes valores para as contas estatais.

O dinheiro confiscado do ex-presidente Viktor Yanukovych deve ir para fortalecimento das Forças Armadas, necessidades sociais dos militares e outras camadas da população, disse Poroshenko por ocasião da cerimônia de entrega, aos guardas de fronteira, de modernas comunicações de rádio, recebidos dos Estados Unidos.

"Eu vim aqui após ter sido informado pelo Procurador -Geral e Secretário de Segurança e Defesa. E hoje, a zero hora entrou em vigor - o confisco de 1 bilhão e 400 milhões de dólares (segundo pesquisa hoje, 30 de abril, um USD vale 26.525 UAH - OK)

O dinheiro foi roubado do povo da Ukraina, retirado do bolso de cada ukrainiano. E hoje, com nossos esforços conjuntos, graças aos investigadores da Procuradoria Geral, nós restauramos a justiça e devolvemos o dinheiro para o orçamento do Estado", - disse Poroshenko.
"Eu me dirigi ao governo e ao parlamento, para que aprovem alterações relevantes ao orçamento do Estado - e o primeiro uso prioritário deste dinheiro será para restauração da capacidade de combate das Forças Armadas, da Guarda Nacional, do Serviço de Segurança da Ukraina, do Serviço Nacional de Fronteiras e da Polícia Nacional", - disse o Presidente.
Também estes fundos devem ir para a construção de uma fábrica para produção de munição, compra de novos meios de guerra eletrônica, novos radares e drones".

É muito importante começar a construção de novos albergues para militares contratados, e hotéis militares nos territórios de cada brigada. Esta é uma nova abordagem para a proteção social dos militares".
É importante, que parte desses fundos vá para construção de um centro de reabilitação para soldados da ATO que sofreram durante a agressão russa. (Muitos passam por reabilitação nos países vizinhos ou, até, nos Estados Unidos" - OK).

"E ainda, o presidente quer usar uma parte desses fundos para "proteção social das populações mais vulneráveis - para que eles não sejam gastos nas necessidades diárias, mas investidos na infra-estrutura, e por muitos anos trabalhem para o povo ukrainiano."

"Esta é a renovação da justiça, e isto é, o que espera de nós o povo ukrainiano após a Revolução da Dignidade, após o Maidan", disse Poroshenko.

Poroshenko: "O julgamento do ex-presidente Yanukovych começará no dia 4 de maio, há provas irrefutáveis. O julgamento do ex-presidente, sob a acusação, será à revelia. A acusação é traição ao Estado. A acusação foi estabelecida com investigação, peritagem, provas irrefutáveis e inegáveis", - disse o Presidente. Segundo ele, este também é um passo para renovação da justiça, bem como o confisco dos bens de Yanukovych.

Lutsenko: "A decisão sobre confisco de fundos de Yanukovych não se sujeita a recurso". "No plano legal tudo foi perfeitamente realizado, informou o procurador-geral Yuri Lutsenko sobre entrada em vigor  da decisão do tribunal sobre o confisco de 40 bilhões de UAH (hrevnia) recursos do assim chamado "obshchak" (Não consegui encontrar a tradução desta palavra, pelo sentido da frase talvez possamos imaginar o significado - OK) de Yanukovych, que foi formado por seus auxiliares do agrupamento criminoso. Ele observou que a esta decisão já não cabe recurso e, por isso, hoje, já acontece a sua implementação pela transferência destes fundos dos bloqueados recursos do Savings Bank, que pertenciam a grupo criminoso, para o orçamento do Estado", - diz no comunicado.

Lutsenko observou que estes fundos "foram roubados de cada ukrainiano. "Nós trabalhamos duro por seis meses, a fim de apresentar um resultado jurídico, no plano legal e perfeitamente realizado".

Yanukovych nega s US $ 1,5 bilhão e entrou com uma ação para proteção de sua honra devido a alegações sobre a remoção de $ 1,5 bilhão. Seu advogado Vitaly Serdyuk, sobre o confisco de 1.5 bilhões de dólares, disse que isto é mentira. Que ele possui, em mãos, uma declaração de contas de Viktor Yanukovych do "Savings Bank".  A quantidade de dinheiro que Yanukovych possui neste banco é, cerca de 28 milhões de UAH, que esta quantidade está presa e não está sendo confiscada agora. E que esta conta é particular, economias pessoais. Ele pede que a Procuradoria Geral da Ukraina apresente os documentos.

Lutsenko: O dinheiro de Yanukovych vem de centenas de contas. A transferência de recursos do ex-presidente Yanukovych e sua equipe será concluída até o final do dia. Ele declarou que a decisão foi emitida pelo Tribunal Kramatorsk um mês atrás. Não houve apelação, a decisão entrou em vigor (Kramatorsk, na região leste, da província Donetsk, com cerca de 173.700 habitantes - OK). Ele acrescentou que o dinheiro não vem de uma única conta, mas várias.

"Lutsenko disse que o $ 1,5 bilhão foi "lavado" em cerca de 500 empresas". Ele declarou isto em uma conferência de imprensa. "E que através destas 500 empresas, o dinheiro caía à chamada "lavanderia global". Acompanhar a sua exata passagem esforçavam-se os juízes de instrução da Procuradoria Geral, os serviços do Financial Monitoramento, nossos colegas do exterior. Isto aconteceu através de várias empresas", - disse o chefe da GPU.

No final, os recursos vinham à tona no Chipre e Letônia, depois na Ukraina, onde as próximas a Yanukovych empresas compravam, especialmente produzidos para esta finalidade títulos de 8% anuais em moeda estrangeira. Todos os fundos em 2014 foram congelados em contas de "Savings Bank", , "Eximbank" e "Privatbank", e agora, pela decisão do Tribunal da cidade Kramatorsk foram confiscados e transferidos para o tesouro do Estado. "Eu me surpreendo, porque a mafia colombiana  não aproveitou tão bela oportunidade de lavagem de recursos financeiros", resumiu Lutsenko.

Lutsenko disse que serão infrutíferas as chances de Yanukovych de escapar dos roubados $ 1,5 bilhões. Ele declara que a tentativa dos advogados de  Yanukovych em provar que, as companhias das quais confiscaram $ 1,5 bilhões, não se relacionam com seu cliente.

"Eu tenho decisões judiciais, que claramente estabelecem que a organização criminosa de Yanukovych fez tais passos financeiros e estes recursos, desta organização criminosa confiscam-se hoje. Estes recursos não são do cidadão físico Yanukovych... Advogado, certamente, tem direito a quaisquer ações. Na verdade, isto nós observamos já por dois meses. Penso que ainda vamos observar por muitos meses, porque a Procuradoria Geral da Ukraina também prepara-se a 4 de maio, quando começará o julgamento do cidadão Yanukovych, que é acusado de traição do estado",- disse Lutsenko.
Segundo suas palavras, a existência de uma organização criminosa liderada por Yanukovych e uma série de outras pessoas, tais como Arbuzov, Kurchenko, Klemenko, - legalmente  estabelecida.

"A primeira sentença no caso desta organização entrou na força da lei. Então os fundos desta organização criminosa liderada por Yanukovych confiscam-se hoje para o orçamento do Estado", - disse o procurador geral.

A transferência, de confiscados pela Procuradoria Geral, do grupo criminoso, de $ 1,5 bilhão  completou-se! A operação foi executada através dos computadores por boas trabalhadoras do "Oshchad" - escreveu ele.

Lutsenko disse, se isto fosse em notas de 200 dólares, seu peso seria de 15 toneladas: a olho - elefante africano com bebês. Ele acrescentou que a questão agora é com o governo e parlamento.

"É necessário, que ainda neste ano os cidadãos comuns da Ukraina possam sentir o resultado desses fundos retornados da máfia". - disse Lutsenko.

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 29 de abril de 2017

Voos charter da delegação ukrainiana para Minsk pagam pessoas privadas anônimas - "Esquemas".
Rádio Svoboda (Rádio Liberdade), 29.04.2017
Notícias do "Esquemas".
Avião Bombardier Global Express 6000 com registro austríaco e número de bordo OE-IDO o qual constantemente usa Viktor Pinchuk . 






(Lembrando: Viktor Pinchuk, empresário ukrainiano, político, filantropo, genro do ex-presidente ukrainiano Leonid Kuchma. Fundador de consultoria de investimento "EastOne" e instituição de caridade Viktor Pinchuk Foundation. Um dos oligarcas mais ricos da Ukraina. Em 2008, candidato para o ranking das 100 mais influentes personalidades mundiais na arte contemporânea - OK).

Para participar nas reuniões do Trilateral grupo de contato em Minsk a delegação ukrainiana  usa aviões particulares. Isto foi fixado pelos jornalistas do program a"Esquemas", projeto comum da Rádio Liberdade e TV
"UA Primeiro". Os membros da delegação se recusam dizer, quem paga a sua viagem entre Kyiv e Minsk nos charteres.
Os jornalistas tornaram-se testemunhas de, no mínimo, quatro vezes, quando a delegação usou aviões particulares para voos, para conversações em Minsk.

Especificamente, 26 de agosto, os negociadores ukrainianos, ou seja, Leonid Kuchma, Iryna Gerashchenko, Yevhen Marchuk, assessor do presidente do SBU Yuri Tandit, e também o representante especial da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) no grupo de contato de Minsk Martin Saydik, usavam para voo a aeronave Bombardier Global Express 6000, com o número de bordo OE-IDO e registro austríaco.




Segundo presidente da Ukraina e representante do lado ukrainiano, no grupo de contato Leonid Kuchma no VIP Terminal do aeroporto de Kyiv, 26 de agosto de 2016.


Representante da Ukraina no grupo de contato Yevhen Marchuk no VIP terminal do aeroporto de "Kyiv" em 26 de agosto de 2016.


A autorizada pelo presidente em solução pacífica da situação nas regiões Donetsk e Lugansk Iryna Gerashchenko no VIP - terminal de "Kyiv" em 26 de agosto de 2016.

Os repórteres perceberam que esta aeronave é sempre usada pelo Oligarca Viktor Pinchuk. "Esquemas" enviou uma pergunta a Viktor Pinchuk pedindo para dizer, se o oligarca cedeu este avião para os voos do grupo de contato Trilateral, para negociações em Minsk e, em que condições. No entanto, resposta não veio.

Em 4 de agosto, de Minsk veio Gulfstream G200 com a senha OE-HSN e registro austríaco. Nele vieram Viktor Medvedchuk, Yevhen Marchuk, Martin Saydik e Yuri Tandit.


No dia 21 de dezembro de 2016, os representantes da Ukraina voltaram de Minsk em um avião particular Bombardier Challenger 300. Vieram o primeiro vice-presidente do Parlamento e o autorizado do presidente da solução pacífica no Donbas Iryna Gerashchenko, membro do grupo de contato trilateral Leonid Kuchma, bem como o enviado especial da OSCE Martin Saydik. Este avião com o número OE-HDI também tinha registro austríaco.




De acordo como registro de aeronaves da Áustria, o avião serve=se com a companhia Lauda Motion. No entanto no site da empresa não há esse bordo na relação de aviões que são arrendados livremente.

Em 16 de janeiro de 2017 após a primeira reunião deste ano, do grupo de contato Trilateral, de Minsk a Kyiv veio uma aeronave com registro austríaco e número de bordo OE-HSN. Este avião, já pela segunda vez traz os negociadores para Ukraina. Nele vieram Leonid Kuchma e o enviado especial da OSCE Martin Saydik.


Representante do lado ukrainiano no grupo de contato Leonid Kuchma no aeroporto de "Kyiv" em 16 de janeiro de 2017.


"Esquemas" telefonou para uma empresa ukrainiana, para saber quanto custa o aluguel de charter Kyiv-Minsk-Kyiv.

"Com seis assentos para passageiros, o valor do voo a Minsk durante o dia, se lá não houver permanência noturna, pela manhã para lá, e volta antes da noite, então será 7.800 euros", - informaram.

"Também os jornalistas perguntaram, quanto custa o uso VIP - terminal do aeroporto "Kyiv". Custa 200 dólares por um passageiro, por voo na saída, e 200 dólares na chegada. Partida - chegada - 400 dólares.

O assessor do chefe do SBU Yuri Tandit admitiu que, às vezes o grupo usa charter, mas de quem é, ele não sabe. "Nós realmente voamos para Minsk, mas de quem são as aeronaves, eu não sei.

Irena Gerashchenko, durante uma viagem, concordou em responder às perguntas do repórter no Facebook. "O Estado não financia os vôos charter. Isto eu, com responsabilidade, declaro. Como são usados aqueles, que os usam, - isto não é por conta do Estado", - declarou ela.

O serviço de imprensa de Leonid Kuchma aconselhou perguntar à administração presidencial: "Para todas as perguntas, quanto ao trabalho do lado ukrainiano no grupo de contato tripartite, por favor, dirijam-se à Administração Presidencial."

"Esquemas" dirigiram-se à Administração Presidencial da Ukraina com a questão, se os voos são reembolsados a partir do orçamento do Estado. Lá disseram, que não dispõem da informação solicitada.

Já durante a transmissão veio a resposta ao questionamento de "Esquemas", do escritório central da OSCE.
"Como regra geral, todos os membros da OSCE, com sede em Kyiv voam para Minsk nos voos regulares UIA (Ukraina
International Airlines) ou Belavia para participação nas reuniões do grupo de contato trilateral. Em alguns casos, o representante especial do Presidente da OSCE, embaixador Martin Saydik é convidado a se juntar a eles em voo charter", - diz a resposta.

Outros figurantes não responderam aos pedidos de comentário.
Apenas no último ano em Minsk houve cerca de 30 reuniões, anunciadas publicamente, do grupo Trilateral de contato para resolver o conflito no Donbas.
(E, se ao menos houvesse algum resultado desses encontros. Até agora não houve nenhum -OK)

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Saiu da caldeira de Ilovaisk, mas morreu no arco de Svitlodarsk: o povo de Volenh despediu-se com Sergio Mokrenko, de 23 anos.
Ukraina Moloda (Ukraina Jovem), 15.03.2017
Nina Romaniuk


Cada morte na frente - indescritivelmente dolorosa. E cada vez, quando vem do leste a negra notícia, escapa do peito: "Por quê?!"

Por que a bala  ou um fragmento escolhem os melhores, mais corajosos, mais puros? "Volenhane" (Pessoas da região de Volynh - OK), novamente perderam seu herói e filho: Sergio Mokrenko, 23 anos, lutador da 54ª brigada, morreu no último dia de inverno, no arco de Svitlodarsk, durante um grande bombardeio, junto com companheiro-irmão de Luhansk.

Naquele dia, ele devia receber a ordem "Pela coragem" de III grau, pelas lutas naquele arco de Svitlodarsk, onde em dezembro de 2016 recebeu vários ferimentos por estilhaços. Mesmo não concluindo o tratamento adequadamente, no hospital , o rapaz retornou à frente e pediu para estar na frente, porque por ele esperavam os "pobrateme"... (pobratem é o melhor amigo é, principalmente, costume de guerra. Pelo "pobratem" dão a vida para salvá-lo, se necessário - OK)

Esteve no Maidan, foi ao Donbas como voluntário.

Ele parecia tentar o destino, que sempre lhe foi favorável, embora a morte andava em seus calcanhares. Sergio veio ao Maidan, foi ferido, mas, após algum tratamento, já estava pronto para defender Criméia dos ocupantes russos.

Eles eram sonhadores, esses garotos, prontos para tomar sobre seus ombros quase infantis toda a responsabilidade pelo destino do país, quando os grandes "tios" nos mais altos cargos, estavam assustados e não sabiam como agir. E essas crianças estavam prontas para ir, lutar e morrer pela Ukraina.

Não foi surpresa, quando começou a guerra no Donbas, Sergio foi como voluntário para o próprio inferno. Espartano, ele esteve nos pontos mais quentes, saiu da caldeira de Ilovaisk, recebendo "de presente", muitos fragmentos, mas sobreviveu.

Enquanto ele lutava, os corações de duas avós não aguentaram. Penalizado pelos pais, após o tratamento, o rapaz ficou em casa por algum tempo, tentando adaptar-se à vida civil, sem deixar de ajudar os rapazes no leste, engajou-se no voluntariado.

Mas não resistiu por muito tempo: Já em setembro de 2016 assinou contrato e novamente foi servir na zona da ATO. Explicava seu passo, não como servir pelo dinheiro mas proteger seu país de origem. Porque podia, como milhares de seus compatriotas, ir à Polônia e auferir muito mais dinheiro, e sem risco de vida. Ou envolver-se com contrabando, como fazem os moradores de sua fronteira nativa Shatsk.

No entanto, Sergio, apesar de pouca idade, era guerreiro e professava o princípio: "Por que esperar, quando alguém fará, se isto eu posso fazer". Numa das últimas entrevistas, à pergunta, por que não termina a guerra, ele respondeu:
"Não há recurso humano. Motivado patrioticamente, organizado, pronto para tudo pela Ukraina. (Também com o exemplo dos governantes, não há o que esperar. - OK). Agora para o serviço militar, contratual, vem os homens que, na maioria querem ganhar dinheiro, obter status de veterano em ações de combate, como também por benefícios e recompensas. Mas, assim que a bala passa zunindo, tais soldados entram em pânico e fogem. E, ainda, 5% de soldados bebem. Com bêbados na frente também não têm sentido, apesar de que eles são punidos por beber álcool. Nós eramos apenas 28 pessoas, quando atacamos a rota inteira de "separas" no arco de Svitlodarsk e retomamos as posições fortificadas do inimigo.

É com tais que devemos conquistar a vitória.

Declarou-se à amada e concordaram com o casamento.

Em janeiro, Sergio estava de licença, depois dos ferimentos. Visitou todos os parentes, como se sentisse que não voltaria. Antes da partida declarou-se à amada e concordaram com o casamento.

Ele prometeu voltar. Mas não cumpriu sua palavra. Em 28 de fevereiro Sergio morreu. No dia 24 de março completaria 24 anos...

Seu amigo Andrew Demyanchuk, com quem ele esteve no Maidan, escreveu: "Algo preciso dizer... Ele era meu "pobratem" e amigo... apenas parece que não consigo... Eu devo lembrar quando no Maidan, no primeiro assalto em Mariinka, nós, estando juntos, após um minuto nos perdemos. Eu me assustei e ignorando os ataques e explosões, corria e procurava por ele. E, quando o encontrei, com ferimentos no nariz, mão e joelho feridos, abracei-o e fiquei extremamente feliz, como se não o tivesse visto uma centena de anos. Muito em breve novamente o abraçarei..."

O nativo Shatsk e vizinho Liuboml de joelhos encontravam seu herói e filho, milhares de seus compatriotas o acompanhavam à última jornada. Não sei como superará esta desgraça sua mãe doente.
É difícil e doloroso ler a enxurrada de avisos e comentários sobre a morte de Sergio. Eles possuem muita emoção e amarga verdade. Porque quando morrem na guerra rapazes tão jovens - a alma e o coração dilaceram-se.

Muito caro é o preço que pagamos pelos erros dos políticos, presidente, deputados! Quantos mais filhos irão para o outro mundo, para que vocês saciem-se e comecem pensar não sobre seu bolso, mas sobre Ukraina? Os heróis não morrem. Mas basta falar estas frases secas. O filho morreu, ele já não existe. Ele não teve tempo para casar, ter um filho, e aos pais sofrimento até o fim da vida. Este é o pagamento para seu super lucro e distribuição de esferas de influência. Vocês são pessoas obsoletas e inúteis! Quantas mais crianças vocês matarão?" - explodiram com raiva as redes sociais.

Como são lindos, os nossos filhos! Nós traímos nosso país e nossos filhos pagam por isso! Que tristeza! O país cobrem consigo as crianças. Crianças que não sobreviveram até a primavera... Eterna honra e memória a você, filho. Você morreu também por mim. E por aqueles do governo, que escondem seus filhos da guerra, e sozinhos ganham dinheiro no sangue."
- O que acrescentar a estas palavras. 
- Sergio Mokrenko será jovem para sempre; Shatsk prestou homenagem ao seu herói.

(Presados, certo tempo atrás, apareceu a notícia de que um jovem, filho de um político importante, foi à guerra.
Fiquei um pouco surpresa. A permanência "na guerra" não foi longa, mas tudo bem, ao menos esteve lá por algum tempo. Recentemente li outra notícia referente ao mesmo caso.. O rapaz não chegou a permanecer no front, esteve próximo, na companhia de um militar importante. E, o quanto me lembro, não encontrei nos jornais que leio, mais nenhuma notícia sobre os filhos dos políticos ou dos ricos irem à guerra. A pátria deles é só para explorar? Infelizmente, parece que sim. OK)

Tradução: O. Kowaltschuk










segunda-feira, 24 de abril de 2017

"Legião georgiana": ações do Kremlin analógicas, na Georgia e Ukraina.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 05.04.2017.
Alexei Bratushchak











Oficiais georgianos com experiência de combate e habilidades militares da OTAN foram como soldados comuns às Forças Armadas da Ukraina. Para eles não importam os cargos e salários.

O principal - lutar contra o agressor.

Eles lembram, como em seu tempo os ukrainianos ofereceram o seu ombro aos georgianos, quando suas terras capturavam soldados russos. Então agora ajudam a defender o território ukrainiano. Esperam, que depois da reconquista de Donbas e Criméia poderão libertar Abcásia e Ossetia do Sul.

Por causa da participação nos combates no Donbas os legionários georgianos caíram em desfavor do oficial Tbilisi (Capital da Geórgia). E, na Ukraina precisam lutar não apenas com o inimigo na frente: paus na roda colocam até em Kyiv.



Em três frentes

Estou em Kyiv por causa dos problemas da Legião - avisa em conversa telefônica o comandante da "Legião georgiana" Mamuka Mamulashvili. Dentro de algumas horas nós nos encontramos na base da Legião. Conversamos num local, que é muito semelhante ao banheiro de um estádio de futebol, localizado próximo da pista de gelo "Atek". Aqui localiza-se a  "terceira frente" dos legionários.

"O problema é relacionado com um separatista, que recentemente foi libertado da custódia - diz Mamulashvili. - Ele foi "levado" em 2016 pelo financiamento de separatistas. (Eugene Kazmin, ex-deputado do Conselho da cidade de Sevastopol, do Partido das Regiões - Verdade Ukrainiana). Agora ele quer apoderar-se da base da Legião, que pertence a nosso voluntário, e começar aqui uma construção. Por isso nós conduzimos uma guerra com os separatistas, diretamente em Kyiv.

A  "Segunda Guerra" de sua Legião o comandante cita os problemas que surgem aos georgianos na fronteira ukrainiana. Segundo Mamulashvili, Ukraina recusa a entrada a mais de 100 (cem) pessoas - e, portanto, perde lutadores capacitados. Porque para estes georgianos a fronteira fechou-se, Mamuka não sabe. Mas afirma que, posteriormente, este problema ajudou resolver o chefe do Estado Geral Viktor Muzhenko.

A principal frente da "Legião georgiana" - 700 km a leste da capital. A unidade estrangeira na composição da 54ª Brigada Mecanizada luta em Stakhanov n arco de Svitlodarsk. E, supõem os georgianos, por causa de êxitos nesta frente, surgem problemas na reta-guarda.

Operação "Sukumi".

No final de 2016 a "Legião georgiana", juntamente com sub-unidades da 54ª brigada repeliu o inimigo de uma das alturas dominantes. Então a linha da frente recuperou algumas centenas de metros.

Em janeiro de 2017 os detalhes desta operação contou a este autor o comandante da operação Jaba Lelashvili, chamado de "Maestro". Segundo suas palavras precisaram três dias para reaver a região alta.
"No primeiro dia eles esperavam por nós, - lembra "Maestro". - Nosso primeiro grupo começou a se mover e devia ser o chamariz. O segundo grupo devia entrar do outro lado e aceitar a luta. Mas eles esperavam por nós, atiravam nos lugares que nós devíamos passar. E nós, no primeiro dia não avançamos, no segundo, também. 
Quando nós percebemos que eles relaxaram, nós, de repente, fizemos o assalto a este cimo. A luta durou 10 - 15 minutos, e eles deixaram as suas posições.

Para que a operação fosse bem sucedida, Lelashvili repetidamente aventurava-se em linhas inimigas e recolhia informações.  Certa vez a inteligência georgiana tanto adentrou, que quase chegou ao quartel-general do inimigo. Então o grupo legionário precisou enfrentar a luta
"Eles nos viram, quiseram levar-nos vivos - diz Lelashvili. - Gritavam, "ukrope" (Significa "endro" - não sei porque, mas este apelido pegou - OK), desistam, joguem as armas. Mas, em rendição nós não pensávamos, lançamos granadas, no abrigo havia oito. Depois nos perseguiram, mas como você vê, eu estou aqui.

Ainda n verão a inteligência da Geórgia informava, que nas posições do inimigo, próximo a Stakhanov - Pervomaisk os militantes já não eram do exército regular. Um pouco antes da operação "Sukhumi", realizou-se rotação. "As autoridades mudaram, as unidades mudaram, trouxeram  uma nova técnica. Além disso, havia soldados russos", - diz Lelashvili.

Pela operação "Sukhumi" Jaba Lelashvili recebeu medalha. Pelo serviço militar para Ukraina".

Com a experiência da OTAN .

Os georgianos estão na frente ukrainiana desde o início da guerra. Mamulashvili explica, que ainda durante o Maidan compreendeu: Rússia desencadeará guerra. E já então começou formar uma unidade de combate. Verdade, em 2014, tudo começou com alguns georgianos.

"Os rapazes reuniu Mamulashvili - lembra "Maestro" (apelido de Jaba Lelashvili) " - Mamuka - pessoa com experiência.Ele era assessor do ministro da Defesa da Geórgia (2009-2012). Conselheiros simplesmente não indicam, se a pessoa não entende nada - ela não é escolhida. Georgianos, que na própria pátria serviram no exército, forças especiais, agências de aplicação da lei - pediram baixa e vieram para Ukraina. Eles já sabiam, que havia a Legião".

O pai do comandante da "Legião Georgiana" - conhecido na Geórgia general do Exército Zurab Mamulashvili. Sob seu comando Mamuka começou lutar aos 14 anos, durante a guerra na Abkhazia (1992-1993, do lado da Abkhazia tomou parte na guerra o exército russo (Verdade ukrainiana). - Então ambos passaram pelo cativeiro. Hoje os dois ajudam os ukrainianos contra os russos.

https://www.youtube.com/watch?v=wyeHssCwLiU

A base de legionários formam os oficiais georgianos que possuem vasta experiência militar, diz Mamulashvili.
"Nossos oficiais passaram pelo treinamento da OTAN. Eles estiveram em missões no Afeganistão, Iraque. Quase todos participaram dos combates na Geórgia, em 2008. Há aqueles que lutaram na década de 90" - diz o comandante. Por exemplo, o soldado do exército ukrainiano Jaba Lelashvili, na Georgia era comandante das forças especiais "Delta". Ele tem experiência de combate em 2008 e nos anos 90. Ele, desde criança lembra, que há 25 anos atrás pela Georgia guerreavam os ukrainianos.

No meu prédio viviam ukrainianos - amigos de meu pai, que lutaram conosco. Um deles, David Martenenko,  sempre jogava conosco - crianças. Agora meu pai esta doente, ele tem paralisia. Se ele estivesse bem, ele estaria aqui.

Os ukrainianos lutaram conosco também em 2008. Os georgianos nunca esquecem o bem, que recebem. E, nunca esquecem o mal.

À maioria dos soldados da "Legião Georgiana" os russos mataram irmãos, pais, amigos. Dois amigos meus mataram diante de meus olhos. É por isso que nós viemos aqui", - explica sua motivação para lutar pela Ukraina Lelashvili.

Lutamos contra Rússia na Georgia, agora lutamos com a Federação Russa na Ukraina.

Em 2014 os georgianos começaram lutar quase sem armas. Mas, após as primeiras lutas conseguiram apoderar-se das máquinas. Hoje, dizem, não têm problemas com as armas.
"Uma das primeiras operações foi em Zaitseve (aldeia em Gorlivka - Donetsk - (Verd. Ukrainiana) - lembra Lelashvili. - Nós, então, nem arma tínhamos. Para três pessoas um automático. - O restante - lutava com facas. Depois nós encontramos um depósito de armas, fornecemos a quem precisava. Eles viram, que nós não somos simplórios, não viemos de um Kolkhoz (Fazenda coletiva imposta aos povos oprimidos pela Rússia - OK), que nós também entendemos algo nesta questão.

Mais tarde os georgianos participaram das batalhas nas aldeias Klynove e Krasny Pahar (Hoje Vozdvyzhenka, aldeia entre Svetlodarsk e Popasna), foram cercados no aeroporto de Lugansk. Trabalharam com "Aydar", "Setor Direito", "Pacificador" e 24ª Brigada

Серпень 2014 року. Грузини разом з бійцями батальйону





Agosto  de 2014. Georgianos com os soldados do batalhão ukrainiano "Myrotvorets" (Pacificador).

Os legionários georgianos foram legalizados somente após o Parlamento ter permitido aos estrangeiros servir nas Forças Armadas da Ukraina. Em fevereiro de 2016 a "Legião Georgiana" entrou oficialmente às fileiras do 25º batalhão "Kyiv Rus"  na 54ª brigada mecanizada das Forças Armadas da Ukraina.

Mamuka Mamulashvili - Comandante da Legião Georgiana (Lutam contra ocupação russa mas usam, tal como os ukrainianos, o idioma russo. E muitos ukrainianos ainda defendem o idioma russo como idioma inteligente - simplesmente não consigo compreender - OK).
"Maestro"  lembra, que então nem mesmo lia o contrato para servir nas Forças Armadas da Ukraina. As condições não lhe interessavam - estava contente, porque podia lutar oficialmente.
"Para nós, após a assinatura do contrato nada mudou. Antes as lutas eram ativas. Agora - não. Agora, se não houver ordem do comandante, é como se estivéssemos com as mãos amarradas. Sem ordem, não lutamos. Mas, se há ordem - a ordem deve ser executada" - diz Lelashvili.

Além de cidadãos da Geórgia, à Legião também inclui lutadores dos EUA, Alemanha, Azerbaijão, Moldávia, diz Mamulashvili.
Todos os legionários são oficialmente legalizados. Nos próximos dias, os primeiros legionários georgianos receberão o status de "Participante de ações de combate".
Isto para nós é simbólico. Nós não podemos aproveitar os benefícios, que este status fornece, porque não somos cidadãos da Ukraina. Mas, os benefícios nós não precisamos. Isto, do ponto moral é correto - dar aos rapazes o comprovante de Participante de Ações de Combate, para que eles compreendam que fizeram algo para Ukraina", - explica o comandante da Legião.

Mamulashvili diz, que os georgianos desde o início das ações de combate queriam obter o status oficial. Afinal, em sua opinião, todos os batalhões voluntários devem ser controlados pelo Ministério da Defesa, ou o Ministério dos Assuntos do Interior - porque, depois da guerra na Geórgia as unidades de voluntários não controladas transformaram-se em gangues.
Eles comparam a guerra com a Rússia em 2008 com ações de combate contra os russos na Ukraina. Lembram que a guerra na Rússia foi intensa. O exército da União Soviética incluía até aviação. Na Ukraina, fazer isto, os russos têm medo - Kyiv tem um sistema de defesa aéreo eficaz.
Em outras abordagens, as ações do Kremlin são análogas, tanto na Georgia, quanto na Ukraina.
"FSC" w "DNR" feitas como cópia da ocupada Abkhazia e Tskhinvali. Durante a ocupação, a situação, se não piorou, certamente não melhorou. A eles prometeram montanhas de ouro, que eles terão tudo. E, na verdade, tudo o que tinham, levaram - e não deixaram nada" - diz Lelashvili.

Geórgia inteira Rússia não conseguiu ocupar. Em compensação, Moscou conseguiu mudanças na elite política.
Hoje em Tbilisi - governo pró-russo, dizem os legionários georgianos. Em particular, com isso explicam os problemas que surgiram como o enterro, na Pátria, do legionário morto na Ukraina.

"Na legião houve perdas. Duas pessoas morreram. Foram enterrados na Geórgia. Com isso surgiram problemas por causa da posição pró-russa do governo georgiano. Apesar do fato de que o povo georgiano nos apoia totalmente. Mas o governo tenta, por todos os meios nos prejudicar.

Sob pressão estão nossas famílias. Se o governo descobre, que a pessoa pertence à Legião Georgiana,dão-lhe poucos dias para que ela deixe Geórgia. Isso é ilegal. Os soldados são advertidos verbalmente, para que não permaneçam no país por mais de 2 -3 dias. O governo teme concentração de legionários", - diz o comandante da Legião da Geórgia.

Jaba Lelashvili está convencido, que todos os georgianos, que lutam na linha de frente na Ukraina, são inimigos do governo pró-Rússia na Georgia - porque lutam os legionários, exatamente contra Rússia.
Por causa disso, ele não pode prever, quando poderá voltar para casa.  "Assim que devolvermos a Criméia, iremos retornar Abkhásia", - disse o "Maestro".

Portanto os Legionários preparam-se para criar uma companhia militar reforçada "Legião Georgiana", que passará sob o comando direto do comandante da brigada. Segundo Mamulashvili, tal iniciativa apresentou o chefe do estado maior Viktor Muzhenko.
Isto deve acontecer após a rotação. A legião, durante três meses removem da linha de frente. Durante esse tempo Mamulashvili planeja incluir novos oficiais, para aumentar o número de legionários para cem pessoas.

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 22 de abril de 2017

"NÓS CONSTRUÍREMOS MODERNA 
USINA DE RECICLAGEM".
Gazeta de Lviv conversou com o prefeito de Lviv sobre os principais problemas da cidade: lixo, construções ilegais, jardins de infância, manutenção de estradas e desenvolvimento de negócios. Também sobre a força política do prefeito - partido "Samopomich" (Auto Ajuda).
Sobre "Samopomich", blocada e Lutsenko.
- No Parlamento recolhiam assinaturas sobre a demissão do Vice Presidente Oksana Syroid, posição do prefeito neste caso.

Gazeta de Lviv, 03 de abril, 2017
Mariana Bilysh

- Oksana Syroid - um dos deputados mais profissionais do Parlamento, e hoje seu ofício - isto para Ukraina é grande possibilidade representar os interesses do país, quando ela participa de conferências internacionais. Ela goza de muito alto prestígio entre os colegas deputados. Por isso minha atitude a ela é muito positiva.

- Atualmente há a impressão de conflito entre o presidente do país e o prefeito. Verdade?

- A mim, não é correto responder a esta pergunta. Nós, com o presidente, ocasionalmente conversamos. E tudo o que eu penso, posso dizer-lhe de frente. Eu não sei, como ele recebe isto, agrada a ele ou não, mas eu estou preocupado com a situação atual no país. Acredito que pode-se fazer tudo melhor e mais qualitativo.

- Sobre o que foi sua última conversa com o presidente?

- Ela relacionava-se com a libertação de nossos prisioneiros ukrainianos, que foram pegos pelos combatentes no leste da Ukraina. No geral conversamos sobre a situação no país, discutimos muitos temas.

- Recentemente o Procurador-Geral Yuri Lutsenko disse que havia a possibilidade de sua demissão. O senhor conversou, diretamente, com Lutsenko sobre este assunto? O quanto é real esta questão?

- Eu, com ele, não tenho conversado. Ele, parece, comenta tudo no país - é assim o nosso procurador geral. A facção "Samopomich" não votou nele porque o Procurador Geral deve ser uma pessoa que tem estudos jurídicos. Sem educação jurídica, trabalhar neste posto, eu penso que não é ético.

- Se houve apelos oficiais da Procuradoria, além das declarações de Lutsenko, nas redes sociais?

- Muitas perguntas, muitas e diversas investigações, que surgem no conselho municipal. Para você compreender, conosco trabalham os melhores - investigadores da Procuradoria Geral, investigadores da Procuradoria Militar, investigadores do SBU (Serviço de Proteção da Ukraina), isto é, todo o aparelho do poder o Estado lança, para pescar algo incompreensível na cidade de Lviv, na Câmara Municipal. Até agora eles não acharam nada. Porque não há nada. Mas sangue eles bebem muito e tempo também roubam muito. Continuam as buscas. Muito tempo. 

- Um dos organizadores do bloqueio no Donbas era o representante da "Auto-Suficiência" Semen Semenchenko. Como você avalia as declarações, que o partido "Auto-Suficiência" deveria compensar as perdas sofridas pela Ukraina em consequências do bloqueio organizado por um membro da "Auto-Suficiência" Semenchenko?

- O bloqueio foi organizado pelos cidadãos da Ukraina, que se rebelaram contra o comércio no sangue.( Esta expressão  "no sangue" é usada na Ukraina. Pelo que eu entendo é quando a situação é mais grave, mais dolorosa - OK). Que lá havia representantes de diversos partidos, é - fato. E, que lá estavam nossos colegas da "Auto-Suficiência, também é fato. Eu não conheço exemplos no mundo, como é possível ganhar a guerra, quando paralelamente conduz-se comércio com o inimigo ou invasor. Hoje, há uma decisão do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ukraina que acabou com esta prática vergonhosa. Veremos como se desenvolverão os acontecimentos. (No jornal de 17.04.2017, Verdade Econômica há a seguinte notícia: FR tornou-se o principal fornecedor de carvão na Ukraina - Imprensa. Será que o carvão virá da Rússia ou dos territórios ukrainianos ocupados? Ou tanto faz, porque afinal é a mesma coisa - OK).


Sobre o lixo, usina de reciclagem e novo polígono (Lá usam a palavra polígono. Segundo Aurélio, entre outros: região plana, limitada por uma linha poligonal fechada. No dicionário ukrainiano as explicações coincidem. Apenas nós não estamos acostumados a este uso da palavra - OK) Lviv recebeu financiamento do exterior para resolução do problema do lixo - uma quantia do governo francês e crédito do Banco Europeu de Investimentos (BEI)

- Em que estágio encontram-se esses dois projetos?

- No momento, o governo ukrainiano fica de lado e observa, isto na melhor das variáveis, como os governos de outros países nos ajudam. Em particular, o governo francês concedeu esta subvenção  para os trabalhos complexos, relacionados com o projeto, recultivação do presente polígono e preparação de toda a documentação para realização e apresentação de propostas relativas à construção da nova empresa de reciclagem dos resíduos. Trabalha a companhia francesa "Edzhis" - uma companhia profissional, começou o seu trabalho.

- O próximo passo - procedimentos de concurso. Nós vamos usar os fundos BEI. Queremos construir em Lviv uma moderníssima empresa de transformação de resíduos. Nada assim na Ukraina existe. Queremos recuperar o polígono, levar em conta a experiência que os franceses usaram durante o projeto de recultivação do aterro em Marselha, que é um dos maiores da Europa. Esta, aliás, é uma das exigências dos moradores de Malehov e Hrybovychi, que os projetos sejam executados pela empresa que possui experiência profissional e já implementou projetos semelhantes.

- O trabalho já começou? A cidade já recebeu o dinheiro do governo francês?

- O dinheiro transferem diretamente para empresa francesa, e ela faz toda a parte do projeto. A empresa "Edzhis" já iniciou o trabalho.

- Quando serão anunciadas as propostas?

-Agora eles trabalham no projeto. O próximo passo - adaptação de suas decisões às estruturas ukrainianas e obtenção de todas licenças. Nós pretendemos começar a recultivação ainda este ano, e também, este ano iniciar a construção da usina.

- Mas esta usina será capaz de reciclar 100% dos resíduos que a cidade produz?

- No longo prazo, este complexo deve sair "a zero", ou seja, nós não deveremos ter mais nenhum resíduo, tudo deve ser reciclado. Na primeira etapa, parte de resíduos haverá, mas será um composto que poderá ser usado na agricultura.

- Ou seja, com o lançamento da fábrica, a cidade não precisará mais de aterro?

- Haverá necessidade por algum tempo. Para você entender a usina deverá ser construída, no mínimo, em dois anos. E, todo esse tempo, da cidade, devem retirar-se, diariamente, 600 toneladas de lixo. Por isso, ao mesmo tempo, nós necessitamos de um aterro de reserva, o conselho da cidade concorda em financiar este projeto. Eu espero, que os nossos líderes, concomitantemente, nos ofereçam uma área que melhor nos atenda neste projeto. O problema que se abateu sobre Lviv, também se abateu sobre os moradores das regiões: Pustomytivsk, Zhovkivsk, Horodotskyi e Kam'ianok - Buskyi.

Para construção precisaremos dois anos. Se começarmos ainda este ano, deveremos ter a usina pronta em 2019. É o que nós gostaríamos - Mas nós não sabemos que outros obstáculos nos prepararam os nossos "amigos".

- Esta fábrica terá a possibilidade de aceitar mais resíduos que são produzidos em Lviv. Nós sempre estaremos prontos para dar a mão aos que precisarem.

- Os custos, na primeira fase, são de aproximadamente 35 milhões de euros. São suposições porque poderemos obter a quantia exata quando o projeto estiver pronto. A construção será realizada pelo empréstimo do BEI, que fornece fundos para 20 anos a 1% ao ano.

A usina deve estar fora da cidade de Lviv. Tudo  que está além dos limites da cidade é competência das autoridades da "oblasth" (estado). Portanto, nós esperamos obter uma oferta decente, a qual poderá fornecer todas as autorizações necessárias, mas nós, como cidade, estamos prontos para financiar, integralmente esta construção. A própria cidade, sem "oblasth", a área para usina não encontrará jamais.

Agora, parcialmente, desbloquearam  o aterro de Lviv, mas eu entendo, que o desbloqueio é temporário. E isto, mais uma vez mostra, a artificialidade na criação do problema. Porque, tais aterros há até demais, e todos eles, com alegria, estão prontos para receber nossos resíduos. Mas, quando não lhes permitem fazer isto, quando aos aterros vem o representante da lei e realiza "conversas preventivas" com os representantes dos órgãos locais, convencendo-os que nunca devem aceitar o lixo de Lviv, para não terem problemas... Este é o caminho para lugar nenhum.  Porque as pessoas de Lviv são mais inteligentes que aqueles que intentaram esta aventura do lixo. O último polígono aonde nós levávamos o lixo, é na cidade Pokrovsk. O acordo foi assinado até março de 2018, o polígono aceitou o lixo apenas dois dias. Vieram as forças de segurança, conversaram com o representante do polígono e, em resultado, ele foi parar no hospital e enviou uma carta dizendo que já não pode satisfazer mais as condições do acordo. (E Ukraina que se prepare, porque este "patriota" planeja perpetuar-se no cargo. Exatamente por isso toda esta perseguição a Sadovyi , para que este não tenha pretensões ao mesmo cargo. Falta caráter, aliás não há nenhum - OK). Este é o caminho para lugar nenhum poque o povo de Lviv é inteligente,

Agora nós levamos o lixo, parte na nossa "oblasth", parte em outras regiões, que ainda aceitam, que ainda não foram "exprimidas". Na Ukraina há centenas de locais de descarte de lixo. Cada transportador, pessoalmente decide. Nós nos dirigimos, na reunião do conselho, a todos os prefeitos, a todos os chefes das administrações regionais com o pedido de solidariedade e apoio. Nós não pedimos algo extraordinário - apenas que cada cidade aceite uma máquina por dia. Isto não é muito, é -um por cento do que a cidade produz. Antigamente levávamos o lixo para Kyiv. A capital, diariamente, produz três mil toneladas por dia, será que é muito? Um por cento do que eles produzem. Mas, nem isso, há. 

Prezados, vou parar a tradução deste texto. Hoje, dia 21, o jornal nos traz notícias melhores.


Em Lviv assinaram um memorando sobre desbloqueio dos aterros de resíduos sólidos no território da "oblasth"
Vysokyi Zamok, 21.04.2017


- É necessário que no Estado haja menos "lixo político". Agora precisamos ser unidos, ser uma comunidade, e resistir à mafia, que quer que estejamos de joelhos.

- Sobre a investigação do fogo no aterro Hrybovytskyi (trata-se do lixão que pegou fogo no ano passado, no qual morreram 4 pessoas - (oficialmente 3 porque o corpo de uma pessoa não foi encontrado - OK) nós não somos informados. Eu não tenho muita confiança que saberemos a verdade, já que a questão é politizada. Penso que saberemos a verdade, mas posteriormente. A informação que eu possuo, definitivamente foi incêndio planejado, para desestabilizar a situação na cidade. Se os investigadores conseguirão, se terão coragem para revelar este crime, não sabemos. (Se realmente o incêndio no lixão foi provocado, levou a vida de 4 pessoas, e tudo isso para destruir o oponente político, o (s) responsável (responsáveis) merecem o que, forca ou prisão perpétua?? - OK). Sadovyi não sabe se os investigadores terão coragem de revelar a verdade.

O artigo continua. Fala sobre as tarifas, coleta do lixo, pagamento aos transportadores, estradas e não compreende porque foi aberto processo sobre desvio de fundos na compra de novos ônibus, bondes e trólebus, pela procuradoria militar

- A impressão, que aqui há militares criminosos e promotoria militar tem a principal aplicação de seus esforços. A cidade fez acordo para comprar 55 ônibus, com a empresa de Lviv "Electron" em maio, e todos estes veículos já devem estar estacionados no ATP-1 (auto-parque). Nenhum problema com a execução do presente contrato eu não vejo. Eu acho que os investigadores da procuradoria militar ocupam-se com funções não inerentes às suas funções, eles procuram ladrões onde não devem. Os ladrões devem ser procurados em Kyiv, que nos levaram à derrota em Ilovaisk e Debaltseve, onde morreram centenas de nossos soldados. Mas eles procuram aqui, erraram o endereço.

Quanto à possível falta de vagas nos Jardins de Infância, Sadovyi espera que funcionem mais Jardins particulares, que já elaboraram os preparativos. Então a prefeitura comprará vagas para crianças que não conseguirem vaga nas escolas públicas. Para isto serão introduzidas modificações no orçamento da cidade.

Sadovyi também refere-se às construções irregulares, e culpa o governo que permitia situações irregulares, violava as regras da lei. Tais problemas deverão ser resolvidos. 
Na rua Lechakivska foi construído um edifício sem nenhuma documentação, findam os procedimentos legais e o edifício será demolido. Atualmente a situação é muito melhor que anteriormente.

Sobre as empresas locais, turistas e "loukoster", a grande novidade deste ano foi a vinda de Ryanair Loukoster à cidade (Não consegui descobrir o significado da palavra "loukoster" - OK). Em abril começa a empresa Wizzair. Também como  "loucoster" trabalha a empresa turca Atlasjet. Com Ryanair as negociações duraram mais de cinco anos. Colaborou a Empresa de Turismo de Lviv que tornou-se parceiro neste projeto. Porque cada turista que vem, deixa aqui seu dinheiro - nos restaurantes, cafés, hotéis.  (Eu estive em Lviv - nunca dormi numa cama com lençóis tão maravilhosos - não dá para esquecer. - OK), compra de souvenires. Tudo isso é, mutuamente benéfico, para que mais pessoas venham, haverá mais empregos em Lviv, e nossos fabricantes, prestadores de serviços terão mais renda.

Ativamente desenvolve-se a indústria de alimento - Nestlé fez grande investimento. A indústria alimentar é muito ativa. Também desenvolve-se  TI, engenharia de máquinas, indústria leve, turismo. Eu gostaria muito que nós nos orgulhássemos com nossas universidades, institutos de pesquisa, porque, se a cidade tem uma grande concentração de intelectuais, então ela tem futuro.

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Imitador da soberania. Como preparava-se o terreno para a ocupação russa da Criméia.
Hoje a cidade ukrainiana, gradualmente sai do choque após os acontecimentos de 2014, gradualmente os analisa e tenta tirar conclusões.
Tyzhden. ua (Semana ukrainiana), 28.02.2017
Igor Losev


Como preparava-se o terreno para ocupação russa da Crimeia.









O autor deste texto pessoalmente assistiu tudo, o que levou ao triste final, muitas vezes sendo não apenas um expectador, mas um participante do que aconteceu em Sevastopol e Criméia durante, pelo menos, 21 anos: regularmente visitava sua cidade natal, trabalhava na "Prosvita" (instrução), como membro honorário, que ainda é. Publicava-se no jornal "Frota da Ukraina" (órgão do Ministério da Defesa, publicado em Sevastopol) e foi seu observador político, regularmente apresentava-se nos canais da TV e estações de rádio local. E, ainda participou de inúmeras conferências e debates... Então, as informações recebia, não de estranhos e não somente da mídia.
Outra coisa, que por ter facilidade de obter informações às vezes precisava pagar pelas vidraças estilhaçadas da moradia em Sevastopol e outros problemas desagradáveis. Durante todos estes anos, em mim formou-se uma profunda convicção de que a Federação Russa, inevitavelmente, atacará Ukraina e, começará a partir da Criméia. A questão era somente quando e se poderá Ukraina dar uma resposta adequada. 

"Plano de Gorbachev"

Os propagandistas russos, mesmo agora argumentam, que a intervenção da Federação Russa na Criméia em 2014 foi uma reação espontânea ao Maidan, com a finalidade de proteger os russos étnicos e os falantes do idioma russo. Na verdade, essas ações foram cuidadosamente preparadas por muitos anos e em todas as direções. O ano 2014 tornou-se apenas o último acorde da longa "sinfonia". Tudo começou nem mesmo com a proclamação da independência da Ukraina, mas em janeiro-fevereiro de 1991, quando na Criméia começaram executar o "plano de Gorbachev" para salvar a União Soviética. Sua essência consistia em que, para o colapso da União Soviética responder com colapso, isto é, desintegração das repúblicas soviéticas. Para isso Moscou começou, ativamente, aproveitar contra elas o separatismo de suas próprias repúblicas autônomas. Na Georgia seria Abkhasia, Ossetia do Sul, no Azerbaijão - Nagorno Karabakh. Em Moldávia não havia autonomias, então começaram a lhe preparar na Criméia como ação preventiva contra Ukraina e tártaros crimeanos, que naquele momento começaram regressar em massa para sua pátria. Poder-se-ia não permitir essa entidade se o então presidente da Verkhovna Rada da República Socialista Soviética da Ukraina Leonid Kravchuk demonstra-se tão incomuns a ele características, como decisão e firmeza de princípios. O referendo local sobre a autonomia simplesmente podia-se não permitir, explicando a Moscou, que isto poderia levar a distúrbios na URSS (República Socialista Soviética da Ukraina) e ao referendo sobre saída da Ukraina da URSS.  Como isto se faz, então já haviam demonstrado Lituânia e Geórgia. No entanto Kravchuk comportou-se como Kravchuk... Este foi um dos primeiros erros de sua enorme corrente...
Então na Criméia havia muita dependência do status da -possessão da frota soviética do Mar Negro. A luta por ela, de fato, era luta pela Criméia, Sevastopol e influência no sul da Ukraina. Como dizia o geopolítico ukrainiano Yuri Lypa, quem domina Sevastopol, domina Criméia, quem domina Criméia, domina o Mar Negro. Mas Sevastopol domina aquele, que possui a frota... Kravchuk perdeu a batalha pela frota, Kuchma nem tentou lutar. A frota do Mar Negro, apropriada pela Rússia, tornou-se a faca nas costas da Ukraina e uma forma geopolítica para ela. Como escreveram na publicação pró-russa na edição crimeana: "A frota  do Mar Negro - é uma natural limitação à soberania da Ukraina".
A propósito, a autonomia da Criméia desde o início era, em senso total, "autonomia armada", porque às suas costas havia a frota do Mar Negro, muitos oficiais, generais e almirantes tinham o status de deputados do parlamento da Criméia. E, em Sevastopol, no conselho da cidade, também havia muitos militares soviético-russos. A frota do Mar Negro era o principal sustentáculo contra as forças locais anti-ukrainianas. Como um grupo puramente militar ela não tinha importância especial, afinal a frota turca rapidamente ultrapassou-a pela potência, e o papel estratégico ela não pôde desempenhar, porque ainda no final do século XIX o Estado-Maior da Rússia indicou, que a Frota do Mar Negro teria valor estratégico apenas se o império alcançasse o domínio sobre os braços de Bósforo e Dardanelos.

Frota de Troia

No nível tático da Federação Russa diariamente avançava para profundidade da Ukraina, tentando conseguir vitória em cada colisão. Esta tática de pequenas, porém regulares vitórias, no total, dava efeitos significantes.

A presença desta frota na Ukraina tinha apenas um sentido: ameaçar, constantemente, o Estado ukrainiano e consolidar contra ele todos os círculos políticos locais. Isto foi uma poderosa base russa no interior do nosso país. Sem a Frota do Mar Negro na Criméia a agressão de 2014 teria pouca chance de sucesso.
Ao redor da frota, como cogumelos depois de uma chuva forte, apareciam afiliadas com ela inúmeras organizações sociais, culturais, juvenis, de mulheres, de veteranos, religiosas, esportivo-militares, etc. Eram unidas pela lealdade absoluta à Rússia e total rejeição à Ukraina. Em muitas ações anti-ukrainianas em Sevastopol, Simferopol, Yalta, Kerch, Feodósia, etc., estavam os "diretores e serviços especiais" da Frota do Mar Negro. A atividade anti-ukrainiana não cessava durante todos os 22 anos de controle da Ukraina independente, sobre Criméia, com resposta muito fraca de Kyiv. Às vezes até mesmo os chauvinistas russos surpreendiam-se com o silêncio de Kyiv...

Aos planos russos contribuiu muito uma autoridade politica de Kyiv oficial, em Sevastopol e Criméia. Por exemplo, em 1990  liderava em Sevastopol, da parte da Ukraina, um tal de senhor Semenov. Em sua propaganda pré-eleitoral e declarações públicas ele afirmava, que entre os marinheiros russos e ukrainianos havia "incompatibilidade biológica". Mas, deixar Sevastopol e Criméia, em sua opinião, deviam ser os marinheiros ukrainianos. Posteriormente, o senhor Semenov fez uma boa carreira em Kyiv...

O segundo "horodnychei" (No império russo, pessoa que se ocupava , no território da cidade, com funções administrativas e policiais - Dicionário ukrainiano) da Ukraina - um tal de Yermakov, que constantemente trocava as bandeiras, apresentando-se pela Ukraina, ou pela Rússia. Formando o governo local, Kyiv, cada vez mais dava preferências às pessoas cata-vento. As forças anti-ukrainianas da Criméia, com os governantes ukrainianos cada vez mais unia o medo do "nacionalismo burguês ukrainiano" (ou aqueles que se diziam ukrainianos). E, para equipes da Criméia o "nacionalismo burguês ukrainiano" - é o professor do idioma ukrainiano, é o membro da "Prosvita" (instrução, "Iluminismo") e qualquer simpatizante da Ukraina. (Prosvita - disseminação do conhecimento - como processo e atividade. O termo foi ampliado no século XIX e início do século XX, no início, na Galícia. Agora é considerado obsoleto; termo correto é "educação" - Dicionário ukrainiano - pesquisa OK). 
Suspeitos crimeanos em nacionalismo burguês ukrainiano Kyiv ignorava. A pessoa pró-ukrainiana não tinha muitas chances de uma carreira "no nacionalismo burguês ukrainiano. Mas na península corriam inteiros rebanhos de "honrados jornalistas da Ukraina, os quais pressionavam Ukraina o quanto pudessem. E hoje, na Criméia, ativamente cooperam com o novo governo, aproximadamente duas dezenas de "Heróis da Ukraina" do período dos presidentes Kuchma, Yushchenko, Yanukovych...
Tal política de pessoal, estúpida e suicida de Kyiv oficial, totalmente satisfazia Moscou. (E isto sempre existiu, basta ler Shevchenko - OK).

Dominação cultural

Kyiv não resistia à expansão educacional do Kremlin. Apenas em Sevastopol, para 370 mil habitantes, foram abertas 10 sucursais de universidades da FR. Em todas essas escolas ensinavam aos jovens locais (especialmente ciências sociais e políticas) segundo programas da FR. O prefeito de Moscou Yuri Luzhkov, pessoalmente, inaugurou em Sevastopol, uma escola para elite russa. E isto, apesar do fato, que o ensino em outras escolas da cidade, realizava-se no idioma russo. E, abrir lá, uma filial da Universidade de Moscou, em nome de Lomonsov, permitiu pessoalmente Leonid Kuchma (Presidente da Ukraina). Ao mesmo tempo, durante 22 anos, Kyiv não criou em Sevastopol, nenhuma (!) escola ukrainiana.

Todo este tempo, à Crimeia, constantemente vinham delegações culturais russas, políticas, educacionais, científicas, econômicas, outras. Uma saía, outra ocupava seu lugar. A península não "secava" de delegações. Entrava enorme quantidade de livros russos. E de Kyiv? A partir de Kyiv, zero. Por alguma razão, ninguém das colinas Pechersk, observando esta atividade vulcânica russa na Crimeia, não pensou: com que finalidade tudo isto se faz e como deve terminar?

A capital ukrainiana demonstrava completa indiferença aos ukrainianos crimeanos, que de fato, permaneciam na esquecida diáspora ukrainiana em algures da Argentina ou Brasil. Os governantes de Kyiv, nunca se encontraram com os ukrainianos ativos de Sevastopol, preferindo melhor comunicar-se com os designados por eles funcionários pró-Moscou. Houve apenas uma exceção, quando houve o encontro do funcionário da Administração Presidencial da Ukraina com os locais ukrainianos. Penso, apenas foi porque, aquele funcionário era o conhecido publicista ukrainiano, escritor e tradutor Taras Marusyk...

Os jornais de Sevastopol (todos eles tinham permissão para publicações, de autoridades da Ukraina) foram divididos em três categorias: patologicamente anti-ukrainianos, radicais anti-ukrainianos e moderadamente anti-ukrainianos. Eram duas - três dezenas para uma cidade relativamente pequena. Frequentemente eram distribuídos gratuitamente, apesar de uma impressão cara. Afinal, alguém financiava tudo isso. Alguns, abertamente, declaravam na primeira ou última página: "Impresso na editora da Frota do Mar Negro da FR"... Kyiv não percebia nada. Havia seis estações locais de TV, quatro deles anti-ukrainianos. Então o que derramava-se sobre as cabeças dos moradores de Sevastopol, de manhã à noite, durante 22 anos? Com completa não objeção das autoridades ukrainianas...

Eis, absolutamente jornal legalizado do período da permanência da Ukraina do grande patriota verbal da Ukraina, senhor Yushchenko. Fevereiro de 2006. Podem-se citar exemplares mais recentes ou anteriores, o repertório é permanente. Jornal "Russian Sevastopol". Artigo de um tal Evgeny Morozov "Criméia anexada". Ideia principal - Crimeia apossada pela Ukraina, nenhuns ukrainianos lá não há, isto é invenção austríaca. O autor afirma: "O enquadramento pela Ukraina, da Criméia e Sevastopol em sua gestão é, em primeiro caso dissimulado, e no segundo completamente flagrante anexação". E propõe ações concretas: "Rússia em conexão com a vontade da população da Criméia e Sevastopol deve restaurar sua soberania nestes territórios". Mas a conclusão geral é: "Desejamos a unificação de regiões russas e pró-russas da Ukraina, ou não desejamos isso, do mesmo modo nós, Rússia, devemos aprovar a decisão sobre seu destino e devemos estar prontos a isso. Acreditamos que o problema da Criméia e seu estudo durante 15 anos podem tornar-se um modelo para resolver um problema maior e mais sério - ukrainiano". Isto é para aqueles, que por algum motivo pensam, que Kremlin se sentirá satisfeito com a Criméia e Donbas...

O jornal "Escolha da Rússia": "Ukraina, como uma entidade territorial e política de fato não existe. Nós vivemos, pela inércia, em quaisquer formação que não tem indícios de Estado". 

O jornal "Bloquei russo de Sevastopol", artigo "Que história ensinam nas escolas ukrainianas?": "Que história ensinam nas escolas ukrainianas?":  "Resposta: ... Delírio,  russo-fobia, mentira descarada, horrorosa criação de fatos, falsificação direta".

Gazeta "Comunidade russa de Sevastopol": "Sim, agora estamos divididos pelas fronteiras, mas acreditamos, que virá o tempo - e o dividido povo russo novamente se reunirá em um único grande estado". E mais adiante: "Depois de 1991, muitas pessoas de Sevastopol acreditam, que vivem sob ocupação".

O jornal "Rusychy": "É exatamente a guerra (não a troca de palavras mordazes entre Moscou e Kyiv) é o objetivo final do Grande projeto anti-russo realizado pelo Ocidente na Ukraina. Exatamente para destruir uma parte de russos pelas mãos de outra parte, criava-se , e com preocupação cultivava-se um segundo mutante étnico - "nação ukrainiana. Propõe-se saída desta situação: Ukraina torna-se parte da Rússia: Isto é possível no caso de união, ao redor desta meta, de todos os russos, todas as pessoas de bom senso na Ukraina, sua participação ativa na vida política". Em seguida apelo direto, que deveria interessar ao SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) e Procuradoria, mas, como sempre, não interessou:" "Saiam às ruas. Organizem a desobediência civil ao regime criminoso, que declarou guerra a toda nação".

Tudo isso foi escrito e impresso não na hoje ocupada Sevastopol, mas ainda naquela ukrainiana... E nenhuma reação do governo ukrainiano ou órgãos competentes. Então é de ficar admirado com o que aconteceu em 2014? Parece que hoje, conclusões adequadas daqueles eventos ainda não foram feitas.

Derrota em conformidade

E o que havia do lado ukrainiano? Um jornal mal financiado "Frota da Ukraina" do Ministério da Defesa e jornal do local "Iluminismo" (Prosvita) "Sino de Sevastopol", que editava-se com muita irregularidade por falta de fundos. Aliás, "Frota da Ukraina" os oponentes russos consideravam como um oponente sério e diziam ser "mais capacitado navio de guerra da frota ukrainiana". É simbólico que o jornal, apesar de que entre os jornalistas militares, não encontraram em 2014 nenhum traidor, destruíram. Fizeram isto não os russos, mas os nossos - águias de Poltorak", do Ministério da Defesa. Tal jornal mais não há... Rússia dinheiro não economizava, aos autores de artigos comuns pagava 100 dólares por uma publicação. Então para uma cidade provincial, era um bom pagamento.

O governo ukrainiano pouco se interessava pelas suas estruturas de força na Criméia, em contraste com os serviços especiais e propaganda russa. Mas, será que é só  na Criméia? Ainda no período de Yushchenko, um oficial de Sevastopol - do Serviço de Segurança da Ukraina, queixou-se para mim, que quando foi a Kyiv e visitou o escritório central do Serviço de Segurança da Ukraina, um funcionário encontrou-o, por brincadeira ou não, perguntou-lhe: "E vocês ainda não foram entregues à Rússia?"

Assim, em 2014, nas estruturas de força da Ukraina em Sevastopol e Criméia, houve traição em massa, mas ela aconteceu também na capital, quando a elite dirigente pós Maidan, de Kyiv, desmoralizou o agrupamento militar na península, privando-o de resistir, não dando-lhe ordens claras e conscientes, além do derrotista "não provocar os russos". Por exemplo, o ex-prefeito de Mariupol Michael Pozhyvanov publicamente culpou em traição e entrega da Criméia a Turchynov, Yatseniuk,  Pashenskyi, Avakov e Mahnitskyy. Mas isto já era o final de um longo caminho para derrota, porque toda política russa na Criméia, durante mais de 20 anos era uma expansão estratégica, e da Ukraina - um recuo estratégico. No nível tático a FR diariamente movia-se para a profundidade da Ukraina, esforçando-se para ganhar em cada colisão. Essa tática de pequenas, mas regulares histórias dava-lhe efeito significativo. Kyiv oficial, aquelas provas, na maioria, perdia e, frequentemente delas não participava. Rússia, passo a passo, com ausência de reação de Kyiv, aumentava sua presença na península: militar, política, informativa, econômica, conspiratória, cultural, educacional, qualquer outra. A quantidade devia passar para qualidade. No entanto, até o final Ukraina na Criméia tinha chances. Até agora tem. Mas é claro, não é com tal qualidade de governo, que poderá aproveitá-las.

Tradução: O. Kowaltschuk