sábado, 30 de julho de 2016

"Trabalhadores ukrainianos podem tornar-se reféns da resolução anti-ukrainiana"
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 28.07.2016
Opinião de intelectuais poloneses e ukrainianos sobre adoção da resolução controversa pelo Sejm polonês.


Andrew Pavlyshyn - Figura pública ukrainiana, jornalista, historiador, pesquisador de relações polaco-ukrainianas, tradutor de literatura intelectual polonesa.

- Esta resolução fecha oportunidades para a inestigação conjunta, e busca de entendimento, até que da arena política não se afastem aquelas pessoas que votaram por ela, e isto são 432 deputados do Sejm, de 460. Sete membros do partido  "Contemporâneos" e três membros da "Plataforma Cívica" abstiveram-se. Dois membros da "Plataforma" demonstrativamente saíram da sala. Mas ninguém votou contra.  "A favor" votou o ultra nacionalista, partido chauvinista "Kukiz 15", cujos membros ainda nas eleições declaravam desejo de mudanças territoriais, - tomar Lviv e Volyn da Ukraina. Estes - agentes declarados do Kremlin, que vêm do meio de ex-membros do Partido Polonês Unido de Trabalhadores. E, claro, "Partido Camponês" - única lasca que sobreviveu dos comunistas. Eles, desde o final dos anos 90 apresentavam-se a favor de decisões anti-ukrainianas, porque entre eles domina um ódio clínico aos ukrainianos.

Em 2000, graças ao apoio financeiro e do Gabinete do presidente Alexander Kwasniewski foi publicado o livro de Eve Semaskto "Genocídio, cometido por nacionalistas ukrainianos contra os poloneses que viviam na região de Volyn" - são mais de 1500 páginas, onde foram reunidos todos mais terríveis mitos sobre ukrainianos. Desde então o meio de "Kressovyakiv - revisionistas" sucessivamente e incansavelmente bicavam com ele (o livro) a sociedade polonesa, as elites e os políticos. Claro, quem não queria ouvir - não escutava. Mas a sociedade era saturada com idéias de ódio. Lá estão descritos 150 tipos de tórturas, que supostamente, os ukrainianos aplicavam aos polonesess. O apogeu de tudo isto tornar-se-á o filme de Smazhovski "Volyn", a ser lançado em outubro. Temo, depois da resolução o nível de extremismo vai aumentar, e depois do filme são possíveis destruições de ukrainianos nas cabeças de cada um. Fanáticos, ladrões de rua, membros de grupos criminosos, que procuram a quem pegar na rua, podem encontrar-se com nossos trabalhadores (Os ukrainianos vão à Polônia como trabalhadores temporários -OK). Eles poderão tornar-se reféns na Polônia. Por causa deles poderão pressionar o governo.

Lembro, no ano 2000 teve início uma grande discussão sobre o crime em Jedwabne - Jan Tomasz Gross escreveu o livro "Vizinhos", onde descreveu o extermínio de judeus, e mostrou, que os poloneses - não são apenas a nação cruz da Europa - sempre ofendida e desfavorecida, - mas também entre eles, como em qualquer comunidade, existem assassinos e sádicos. Provavelmente, com a ajuda de Siemashko foi lançada uma onda contra os ukrainianos, aos quais queriam mostrar como pessoas piores.

Aquele que quer obter a reconciliação, a cooperação, a amizade, - não reabre as feridas, não introduz megatons de ódio às mentes dos compatriotass.

Na Polônia avança a idéia de luta falsa com os "banderivtsi" (seguidores de Bandera) - mas ignora-se o sofrimento dos cidadãos de origem ukrainiana e judaica. Isto se parece com manipulação típica da memória histórica, e os problemas nela entraram longe demais. Agora do tabuleiro de xadrez histórico-político varrem as figuras e colocam novas. Para reforçar o surgimento de rainhas e auroques há muitos pequenos peões, um dos quais tornou-se a decisão aunti-ukrainiana.

10 de julho - dia da memória da destruição em Jedwsbne. Este ano, da elite política dos poloneses não apareceu ninguém. O presidente Duda disse que o maior erro do presidente Kwasniewski (dezembro de 1995 - dezembro de 2005) foi participar na comemoração dos judeus. Presidente Kaczynski (outubro de 2005 - abril de 2010) disse em uma entrevista, que os poloneses rejeitam a política da vergonha - eles, como se dissessem, pedindo perdão aos judeus, perdem a sua consolidação, e por nada devem envergonhar-se. Em 11 de julho escolheram como dia de memória das vítimas da tragédia de Volyn - para recobrir a memória de Jedwabne (Por muito tempo pensou-se, que o massacre cometeram os invasores alemães, mas agora sabemos que a maior parte era de bielorrussos e poloneses que viviam nas áreas circundantes - Pesquisa OK). Toda a esperiência de reconciliação entre ukrainianos e poloneses foram ignoradas. Os nacionalistas radicais poloneses querem, que os ukrainianos fiquem de joelhos e peçam desculpas. Isto não acontecerá nunca.

Isto faz o estabelecimento polonês - aqueles, que dirigem o país. Mas há liberais, que sempre ajudavam Ukraina e agora a apoiam. O problema é que eles não tem a possibilidade de falar através de canais governamentais. Eu continuarei a trabalhar, popularizando a cultura polonesa, de sábios e claros poloneses, aperfeiçoamento que pode oferecer muito aos ukrainianos. Juntamente com amigos poloneses continuaremos realizar vários projetos. Vamos esperar até que Polônia seja representada por forças européias e mais democráticas.

Devo dizer, que esta decisão, que tem caráter de resolução no Sejm, também tem uma semente racional. De fato, durante o processo de guerra partizan entre UPA (Exército Insurgente Ukrainiano) e várias formações de militares poloneses morreram muitos civis. Nosso erro fundamental é que, a nossa compreensão ética e experiência jurídica atual transportamos para tempos antigos - 70 anos atrás. É um absurdo modernizar o passado. Naquela época as pessoas tinham outra compreensão, valores, experiências, do que nós. Nem os poloneses, nem os ukrainianos não podem reconhecer essas ações como genocídio - o mais grave crime internacional. Isto contraria a Convenção dos Direitos do Homem, que foi aprovada em 1950, onde no artigo 6 e 7 é previsto, que não se pode julgar um crime retrospecto, se não houve composição de crime no momento em que foi cometido, e ninguém pode ser designado como culpado sem um justo e imparcial processo e decisão de um tribunal.

A nível internacional, Polônia demonstrou, que se recusa de status condicional de defensor da Ukraina na União Européia. Se houver agressão em larga escala da Rússia contra Ukraina. Usando a fórmula de ajuda aos poloneses aqui, haverá retorno ao estado de verão de 1939. A maior parte da Ukraina forçosamente anexarão ao meio-império russo, e a região ocidental - à Polônia, porque com o membro da OTAN, nós não nos atreveremos a lutar. Não descarto, que esta é uma das variáveis, que considera o atual estabilishment polonês. ´

É melhor ser pessimista, alertar sobre maus cenários, e trabalhar no desenvolvimento de bons, que ao contrário.


Jadwiga Hmeloska - uma dos fundadores do "Solidariedade", durante a União stivamente lutou na clandestinidade; ativista polonesa, jornalista, trabalha em estreita colaboração com o movimento crimeano-tatar, anticomunista.

Ainda em 2008, em Kyiv na conferência, eu avisei, que Rússia irá colocar ukrainianos e poloneses um contra outro, bater as cabeças, usando trágicos momentos da história compartilhada. Então é necessário falar abertamente sobre todos os assuntos, na escola estudar a verdadeira história, para que isto não se repita. Quando nossas nações guerreiam uma contra outra, então nossos inimigos são felizes. Há muitos documentos, que encontram-se na Ukraina, Polônia, Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos, que testemunham como tudo começou. Parte da OUN (Organização de Nacionalistas Ukrainianos) de modo algum digo que todos, por assim dizer, eram patrocinados originalmente de Moscou, depois pela Alemanha. Eles matavam todos: poloneses e ukrainianos que ajudavam os poloneses. Claro, nem todos os nacionalistas faziam isto - era uma minoria, a maioria retrocedeu. Vale a pena lembrar, que quando estes acontecimentos trágicos tiveram lugar, Bandera estava preso no campo de concentração na Alemanha.

Sei este caso: o chefe da família era aukrainiano, a esposa - polonesa. Os filhos adotaram o lado ukrainiano e frequentavam a igreja grego-católica, as filhas frequentavam a igreja católica. Na época daqueles aconteciments, um dos filhos veio ao pai e disse,que precisava matar a mãe e as irmãs - o pai matou o filho radical.

Minha avó por parte da mãe era ukrainiana, eles viviam a 18 quiloômetros de Stanislav (Atualmente Ivano-Franquivsk, centro econômico e cultural, uma das maiores cidades da Ukraina). Certa noite, à sua casa vieram membros da OUN, e queriam matá-los. Vovozinha, em março (ainda é frio na Ukraina-OK), só de camisola fugiu para Stanislav - e ajudou-a na fuga... outra unidade da OUN.

Já em 1945, ukrainianos e poloneses assinaram acordo para lutar juntos contra o NKVD (Comissariado Popular de Assuntos Internos), fato que Rússia esconde até hoje. Durante o Maidan na Ukraina 90% de poloneses apoiaram os ukrainianos, nos diziam que os ukrainianos são assassinos, que tudo poderá repetir-se. (Devido algumas leituras nos jornais tenho impressão que a situação começou piorar com a chegada do atual presidente polonês - OK).

Fez bem o presidente Poroshenko, que depositou flores no memorial às vítimas em Varsóvia e lembrou, que anteriormente foi assinado um documento, que diz que é impossível, que os assassinos de civis poloneses - crianças, mulheres e idossos - fossem heróis da Ukraina. Isto foi assinado pelos nacionalistas ukrainianos e poloneses, até mesmo pelo filho de Shukhevych. Se isto reconhecerem seus nacionalistas, então nós podemos reconhecê-lo como país. Mas na Polônia, agora, ativamente trabalha a quinta coluna. Depois tudo vai emaranhar-se tanto que os próprios políticos não conseguirão dizer, que isto é absurdo, - o principal para que tudo isto não vá muito longe. Porque isto empurrará Ukraina para os braços da Rússia, e nós, da Polônia, também. Eurocépticos na França e na Alemanha já falam, que Putin será o salvador da civilização ocidental.

O interesse da Polônia é para que Ukraina seja um país independente, que seja econômica e militarmente forte, estável e calmo. Os mesmos interesses da Ukraina Para Polônia.

Foi bom que aceitaram esta resolução, pois não haverá intimidações e argumentos que podem nos confrontar. Devem trabalhar mais ativamente os Institutos de Estado da Memória Nacional. Nossa juventude sabe mal a história, precisa trabalhar muito com ela, ajudá-la compreender que a discussão de tais eventos, abertura de arquivos - uma lição para o futuro. Precisa sentar e pensar, que nos interesses de minha nação, e deste tempo atual determinar sua política. Precisa compreender, quem é meu inimigo e inimigo de meu inimigo e apoiar o último. O bom é aquilo que é necessário ao país, não esgaravatar no passado. 


Piotr Hlyebovych - ativista polonês dos direitos humanos, editor clandestino, jornalista, "inimigo pessoal de Aksenov (político russo, separatista, Primeiro-ministro da República da Criméia):
Há poloneses normais, não-radicais, e ukrainianos nacionalistas, que se reúnem, colaboram, apresentam outros heróis da Ukraina, que são aceitáveis para os poloneses. Queremos promover Petliura, porque ele foi verdadeiro símbolo de coop - Ativista polonês dos direitos humanos, editor clandestino, "inimigo pessoal de Aksenov (político russo, separatista, primeiro-ministro da República da Criméia):eração polaco-ukrainiana na época. Apresentamo-nos a favor, para abrir todos os fatos históricos e falar também aquilo que os poloneses causavam contra os ukrainianos. Junto com vocês, temos quase 80 milhões. Com tal população é preciso se defender contra inimigo principal, e não guerrear entre si.

Nas relações entre as pessoas mudanças simplesmente não haverá. Muitos ukrainianos trabalham na Polônia, eles são bons trabalhadores. Eles são necessários para nós. Mas os estereótipos e nacionalistas sempre houve, há e haverá.

Entre os Estados também não mudarão as atitudes. Ukraina protege Europa a partir de Putin. Ela deve receber apoio, para que Rússia não consiga avançar. Precisa, constantemente, falar sobre a anexação da Criméia, o que a Europa evita.

Há na Polônia nacionalistas pró-russos, que lutam no lado da Rússia em sua guerra, apoiam Putin. Há a imprensa que se posiciona como patriótica-polonesa, mas apoia Rússia plenamente. Durante a revolução especialmente rodavam em alguns canais documentários sobre Volyn. As relações polonesas-ukrainianas sempre foram difíceis, mas elas precisam ser resolvidas e não, constantemente remoelas. Nós apoiamos todas as iniciativas pró-ukrainianas, que vão para a aproximação e reconciliação, mas não toleramos extremistas de ambos os lados.

(Os poloneses, hoje, não lembram as guerras passadas, de conquistas, que promoveram contra Ukraina desde o século XVI. Não citam as terras ukrainianas que ocupavam, a escravização dos aldeões. Mas acusam os ukrainianos pelas perdas que obtiveram no século passado. Tenho a irmpessão que eles mostraram-se mais propensos às acusações depois do início da atual presidência. - OK) 

Tradução: O. Kowaltschuk 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Algumas notícias
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 26.07.2016
Iryna Bila

A imprensa continua a avaliação dos primeiros 100 dias do governo Volodymyr Groisman. Assim, o "Jornal em ukrainiano" entre as falhas do novo gabinete diz que a privatização é fracassada, não se tornou instrumento de efetiva política econômica. Interrompido o programa do FMI, que decidiu, no verão, não continuar a cooperação com Ukraina. Até agora, não há registro único, nacional, de benefícios sociais. E, sem ele, pode-se distribuir o dinheiro à vontade e lança-lo às "almas mortas". Afinal a ajuda social recebem de 12 a 20 milhões de ukrainianos.
No entanto, o novo governo tem alguns progressos.

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Apesar da quantidade de equipamento militar no Donbas ocupado, Kremlin tem um grande problema com a motivação das forças armadas russas e combatentes alugados. Os especialistas do jornal "Day" tem a preocupação com o possível uso de sistemas de mísseis, isto é, batalhas sem contato. No entanto, como indica a edição, o agravamento da situação no front acontece paralelamente com a desestabilização no interir do país. Trata-se, particularmente, sobre a procissão, a qual, ideologicamente aproveita Kremlin. A massa deste evento leva os jornalistas à suposição, que das  "avozinhas" querem criar significativas "vítimas". Kremlin com sua extensa rede de agentes provocadores e grande experiência em tais questões fará de tudo para pintar um retrato de "extremista" Kyiv, diz o jornal. (A procissão chega a Kyiv hoje, 27 de julho).

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Neste mesmo número, na publicação "Savchenko, sem acerto, iniciou o caminho à política". O "Jornal em Ukrainiano" escreve, que a ex-aprisionada expressa teses agradáveis a Kremlin. Talvez estas declarações surgem devido à falta de entendimento ou falta de experiência, observa a publicação. Em qualquer caso, hoje, em substituição aos aplausos e admiração geral à Nadia Savchenko vêm estado de alerta e o lembrete "não crie um ídolo para si". O tempo mostrará quem ela é realmente e se joga o jogo de alguém. No entanto, agora já está claro, que o início na política pública é muito duvidoso, convence o "Jornal em Ukrainiano",

(Cito apenas algumas declarações de Savchenko, do artigo publicado no jornal "Vysokyi Zamok": Remover as sanções da Rússia; não dar à Ukraina armas letais porque as tensões crescentes podem causar a Terceira Guerra Mundial; é contra ofensiva das forças ATO na região de ações de combate; é a favor da retirada das sanções da Rússia. Ela também disse que Ukraina deve pedir perdão aos seus inimigos, do contrário não haverá paz! Disse que está pronta para pedir perdão à mãe do lado inimigo, que perdeu o único filho. (Muitos ukrainianos rsponderam que não acham que devem pedir perdão porque não foi Ukraina que começou esta guerra). E, pelo atual conflito no Donbas, Savchenko atribuiu a culpa para o lado ukrainiano, que nos últimos 25 anos "tolerou tal situação, que as pessoas estão dispostas a jogar-se umas às outras"... Curiosas as suas respostas às ambições presidenciais: " - Primeiro eu respondia que não quero, mas posso", mas agora eu, com certeza, respondo "que devo". O presidente, na visão de Savchenko deve ter... funções ditatoriais." Para mudar... a estrutura do país, reescrever as leis para que funcionem para pessoas, vencer a corrupção - precisa ser um ditador que tem tudo em mãos" ). 

Os ukrainianos já estão pensando se ela não é agente russa. Os analistas dizem que as declarações de Savchenko coincidem com a propaganda do Kremlin.

Algumas pessoas acham que ela foi "recrutada" na prisão, ou ainda antes, e agora lançam a ela, de tempo em tempo, "idéias inteligentes". Confirma esta possibilidade sua correspondência com os líderes dos militantes russos no Donbas durante sua permanência na prisão. Existem cópias dessas cartas.

Outros detalhes, especialmente surpreendente o fato de não ter tido consequências com a saúde após o período de fome. Quando voltou para Ukraina não foi ao médico fazer exames, mas foi aos microfones. (Pelas fotos deu para perceber que ela não emagreceu. Inclusive num dos vídeos que acessei uma mulher comentou isto -OK).

Outro fato que surpreende os ukrainianos é que o governo russo permitiu a transmissão de quase todas as sessões com a participação de Savchenko. Mas transmitir a participação de outro prisioneiro inflexível, crimeano Oleg Sentsov não tiveram coragem. Talvez porque ele não assinou nada com o comando de Putin.

Agora Savchenko prejudica Ukraina apresentando as idéias russas. Com a autoridade adquirida na prisão ajuda o inimigo. Ela foi obrigada a difundir tais idéias - em troca de sua libertação. E  a seguram no gancho, do qual ela não se esforça muito para sair.

À sociedade ukrainiana melhor ignorar Savchenko e suas mensagens. Tudo é claro: ela é apenas uma pessoa que foi capturada e libertada pelo inimigo.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 24 de julho de 2016

Ukraina - Polônia: o cálculo não é simples.
Nas conversas sobre "acontecimentos de Volyn" esquecem o aniversário da tragédia dos ukrainianos na Polônia.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 11.07.2016
Svyatoslav Lipovetskyi

Independente do fato, se aceitar o Sejm polonês a data de "11 de julho" como dia de "memória das vítimas da tragédia de Volyn e martírio de Kresov'yan (Kresov'yan, de Kres, designação polonesa de terras ukrainianas junto à fronteira oriental polonesa, hoje Ukraina Ocidental - OK), podemos estar certos de que a maioria da sociedade polaca atenderá aos apelos de políticos para lembrar aqueles eventos e mais uma vez condenar os ukrainianos. ( O Sejm polonês reconheceu genocídio cometido por nacionalistas ukrainianos contra os cidadãos da Segunda República Polaca nos anos 1943 - 45. - OK). No entanto, há 70 anos, no verão de 1946 decorreu mais uma data, que os poloneses não mencionam e à qual pouca atenção dispensam os ukrainianos - liquidação de Igreja Grego Católica ukrainiana no território polonês, que era o elo entre ações punitivas do Exército (Armia Kraiova) - e exército polonês - OK) e ação "Visla" (Operação Visla - limpeza étnica, em 1947, pela decisão da URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, da República Popular da Polônia (RPP) e República Socialista Tcheca (CSR).

Zakerzonnia. Sangue nas vestes.
(Zakerzonnia - nome dos territórios étnicos ukrainianos, localizados a oeste da linha chamada Kurzon que faziam parte da Polônia - OK).

Na segunda metade de 1940 grande drama ukrainiano desenvolveu-se no território da Polônia socialista, que incluiu terras étnicas ukrainianas: Kholmshchyna, Nadsyannya, Pidliashsha e Lemkivshchena. Despejos, terror, prisões e execuções (Até na URSS desde 1947 havia moratória para pena de morte), queima ou destruição de aldeias inteiras - é nisto por vários anos atolou-se Zakerzonnia.

Uma página em separado desta história ocupa a liquidação da Igreja Grego-Católica Ukrainiana, que permaneceu, talvez a única instituição ukrainiana no território da República Popular Polonesa (RPP).

Após a liquidação formal da Igreja Grego-Católica Ukrainiana no território da União Soviética, em 25 de junho de 1946 aprisionam bispos de Przemysl - Josafá Kotsylovsky e seu assistente Hryhori Lakota. "Espancado o bispo ancião puseram na rua junto com a cadeira, a qual ele segurava fortemente, manifestando assim a sua resistência. Ele foi atirado no veículo com a cadeira. Com a cabeça ferida caiu no estrado do carro", - escreviam em novembro de 1946 na edição clandestina "Na sentinela".

O último bispo de Przemyl, Josafa Kotsylovsky
Kotselovsky morreu no campo de concentração Chapaevka, próximo a Kyiv em 1947. De acordo com alguns relatos, os últimos que cuidavam deste homem abençoado, através do arame farpado, eram as freiras da Igreja Ortodoxa Russa. Lakota morreu três anos depois, em 1950, no acampamento próximo a Vorkuta. Sobre ele escreveu em suas memórias o padre católico Peter Leoni: "No exílio, entre a miséria humana, eu encontrei verdadeiros anjos no corpo humano, que com sua vida representavam querubins, louvando Cristo-Rei com glórias. Entre eles havia o confessor da fé, bispo Gregory Lakota, bispo auxiliar de Pzemysl, que desde 1948 à meados de 1950 ilustrava-nos, esgotados pelos trabalhos forçados, com seu exemplo de virtudes cristãs." No entanto, a perseguição de 850 mil ukrainianos do Zakerzonnia, particularmente padres, começou alguns anos antes. Talvez a maior quota de destruição da população ukrainiana são os eventos na aldeia Sahryn na Kholmshchyna em dez de março de 1944. A aldeia foi cercada junto com seus habitantes, pelo exército polonês (AK). Hoje, estabeleceram mais de 600 nomes, embora alguns testemunhos apresentados falam em número superior a 1000 pessoas.

Outra aldeia símbolo - Pavlokom, próximo de Przmysl. Aqui, em 30 de março de 1945, parte do exército polonês liderado por Josef Bis matou 366 ukrainianos, a maioria dos quais eram mulheres e crianças. A execução dos ukrainianos acontecia de sangue frio, no território próximo à igreja. Antes disso, na própria igreja, as pessoas foram separadas em grupos, retiram as roupas e objetos de valor. Perdoaram a vida a mulheres e meninos até 7 anos e meninas até 10 anos.

Desterro de ukrainianos para Polônia, março de 1946.
Entre os assassinados havia o padre paroquial Volodymyr Lemtso. Seu filho, que na época completou seis anos (Os padres podiam casar-se - OK), mais tarde testemunhou: ..."iniciava-se o dia 3 de março de 1945, que durante 60 anos me privou de sono normal. Iniciava-se o dia que ficou gravado na memória infantil, privando a infância, mudando o meu destino". A derradeira "vítima" de Paulokom tornou-se a Igreja Grego-Católica, que os poloneses locais demoliram em 1963. Tragédias semelhantes viveram várias dezenas de aldeias do Zakerzonnia.

Em Pavlocom, onde antes da guerra viviam 1190 ukrainianos e 170 poloneses, apenas 60 anos após a tragédia, os poloneses deram permissão para colocação do monumento. Aprovaram projeto "correto" e inscrição: "Memória eterna a 366 vítimas que morreram tragicamente de 1 a 3 de março de 1945, das mãos de nacionalistas ukrainianos em "terra desumana"...

Além das vítimas do conflito polaco-ukrainiano, há uma categoria daqueles, que foram executados pelo tribunal. Padre Vasyl Shevchuk, mais conhecido como capelão do UPA (Exército Insurgente Ukrainiano) "Kadelo" nos anos 1930 era pároco em Pavlokom. Ele juntou-se aos partisans, onde continuou cumprir seu dever sacerdotal - confessava, casava, protegia, rezava a missa, mas na floresta. Em junho de 1947, durante a transição para Oeste "Kadelo caiu nas mãos dos checo-eslovacos, que o entregaram aos poloneses. Em 13 de setembro de 1948 o padre Vasyl Chevchuk foi fuzilado.

Em geral, hoje os pesquisadores estimam, que no Zakerzonnia, das mãos dos poloneses morreram aproximadamente 50 padres ukrainianos. E, um dos sobreviventes, mas também reprimido, padre Basil Grynyk, em 1970 lembrava: "Todos, eu contava, que mataram aproximadamente 30 padres nossos... Mas eu não lembro, que na região de Przemysl fosse morto um padre latino".

Soldados da Armia Kraiova, a 'liquidação" da aldeia.
Ação "Vístula".

A solução final da questão ukrainiana foi em 1947. Em 28.03.1947 foi criada a centena do Exército Insurgente Ukrainiano de Stepan Stebelskyi - "Khrin", organizada emboscadas e bombardeios de tropas do exército polonês. Entre os mortos estava o vice-ministro da Defesa da Polônia, general Karol Svyerchyevskyi. No dia seguinte, as autoridades comunistas da República Popular Polonesa decidiram a evacuação dos ukrainianos para os territórios alemães, que depois da II Guerra Mundial passaram para Alemanhã.

De alguma forma isto lembrava os acontecimentos de 1934 - quando, após o assassinato do ministro Pyeratskyi, no dia seguinte, pelo decreto do goerno foi criado o campo de concentração em Bereza Kartuzka. Na verdade, a ação migratória forçada em 1947 estava sendo preparada, e a morte de Svyerhyevskyi foi o pretexto formal para sua implementação.

Pela primeira vez a grande migração de poloneses e ukrainianos aconteceu ainda em 1944 - então houve a troca de moradores das terras da fronteira. De Ukraina Ocidental retiraram os poloneses e ukrainianos - de locais fortemente compactos no território polonês. Esta ampla troca da população entre aombos os países terminou no verão de 1946. E, apesar de que no território da URSS foi levado quase 500 mil ukrainianos, isto não resolveu o problema.  Os governantes poloneses preparavam-se para soluções definitivas. Assim, mesmo antes da morte do general, no mais alto nível frequentemente levantavam a questão da criação de território polonês mono-étnico através do despejo dos ukrainianos restantes para o oeste do país. O caminho para a União Soviética, naquele período, já estava fechado.

A morte de Svyerchyevskyi foi uma razão direta para ação trimestral, que no início denominava-se "Leste", e depois "Vistula". Aliás, os poloneses não encontraram testemunhas concretas, que pudessem indicar claramente, que o general polonês morreu pelas mãos do Exército Insurgente Ukrainiano. Não falou sobre isto em suas bastante detalhadas memórias o comandante Khrin.

A ação "Vistula" durou de 28 de abril a 28 de julho de 1947. Os ukrainianos de Nadsyannya, Lemkivshchyna, Kholmshchyna e Pidlhiashshia não eram exportados apenas para o ocidente da Polônia, mas eram pulverizados entre a população polonesa, temendo o surgimento de novos locais de residências ukrainianas compactadas. Uma parte de ukrainianos foi às prisões e campos de concentração, o mais famoso dos quais foi Haworzno - um antigo ramo de Aushwitz. Espancamentos, fome, trabalho físico desgastante - fatos que eram quase idênticos aos fatos nazistas, apesar de já acontecerem no pós guerra.  Durante a realização da ação "Vístula" foram condenados à pena de morte 173 ukrainianos. Em Jaworzno detinham ainda quase quatro mil pessoas, dos quais cerca de 200 morreram. No total, segundo dados poloneses - para o Ocidente removeram mais de 150 mil pessoas.

Assim, em três meses de 1947 foi colocado o ponto final sobre a questão ukrainiana, mas, ao mesmo tempo foi destruída a única cultura, que ao longo de milênios acalentavam os autóctenes locais. Ainda, por três anos, o governo polonês, oficialmente negou aos ukrainianos o direito à propriedade, que ficou nas térras étnicas. A fraca voz da igreja católica para não desmontar pelo menos os iconostasis nas velhas igrejas - não foi ouvido. E, não surpreende - dez anos antes, no verão de 1938 foi destruída mais uma centena e meia de igrejas de madeira em Kholm. Destuí-las no final de 1940 e nas décadas seguintes tornou-se muito mais fácil.

O último acordo de ações de migração tornou-se a troca de territórios, que foram executadas pela URSS e a República Popular da Polônia em 1951 realizou-se a troca de 480km², que novamente foi acompanhada pela deportação da população.

Tradução: O. Kowaltschuk                                                                                                                                                                         

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Este ataque é antes contra Bielorrússia, que contra Ukraina".
Statkevich sobre o assassinato de Sheremeta.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 20.07.2016
Valery Kalinovski


Minsk - Pavlo Sheremet era da Bielorrússia, manteve-se até o final como jornalista bielorrusso. Assim, sua morte foi muito dolorosa para sua família, amigos e colegas em Minsk.

A mãe de Pavlo Sheremet informou que seu filho será enterrado na terra natal, em Minsk. A notícia foi publicada em Minsk, no site da oposição "Partizan Bielorusso", cujo fundador, redator e blogueiro era o próprio Pavlo Sheremet.

Ele tinha vários projetos na internet da Bielorrússia, recentemente visitou sua mãe e o túmulo de seu pai. Seguia os desenvolvimentos de seu país, escrevia e comentava sobre eles.  Em 1997 Sheremet foi um dos primeiros presos políticos bielorrussos punidos por atividades jornalísticas. Depois disso ele não suportava mais o regime de Lukashenko.

O político bielorrusso de oposição Nikolaj Statkevich, também ex-preso político, sobre a morte de Sheremet - o assassinado dirigente do popular site patriótico "Partizan bielorrusso", que firmemente observava as patrióticas posições bielorrussas e lutava contra o chauvinisno russo, por livre e independente Bielorrússia. Este ataque foi, em primeiro lugar, contra a Bielorrússia não contra Ukraina", - diz Nikolay Statkevich

Amigo próximo de Nemtsov

Svetlana Kalinkina - colega de Pavlo Sheremet de trabalho no jornal independente "BDG" e co-autor do Livro "Presidente acidental" sobre Alexander Lukashenko, (presidente da Bielorrúsia - OK) que ela escreveu junto com Sheremet. Ela acredita em motivos políticos do assassinato, conectado com suas atividades profissionais.

Pavlo era muito próximo a Boris Nemtsov (que também foi assassnado - OK). Aqui podemos apenas especular algo. Mas o fato de que há relação com política, em minha opinião - cem por cento" - disse Svetlana.

Em 2000, na Bielorrússia desapareceu o colega e amigo de Pavlo Sheremet - teleoperador Dmitry Zavadski. Olga Zavadski, mãe de Dmitry não conseguia segurar as emoções. "Pavlo era muito direto em suas declarações, muito crítico, e a alguém, provavelmente, estorvava. E, o fato de que não tinha medo de falar sobre os regimes de um ou outro país, Belarus, Rússia e Ukraina, conduz a certas conclusões". 

Juntamente com Dmitry Zavadski, na Bielorrússia, desde a independência foram mortos dois 
jornalistas.

Pavlo Sheremet morreu em consequência de explosão do carro que ele dirigia no centro de Kyiv, às 7:45 horas da manhã, quando ía ao trabalho. O artefato foi colocado junto ao assento do motorista. O carro pertencia à sua esposa. Pavlo geralmente ía a pé para o trabalho. Naquele dia, por estar atrasado, pegou o veículo. 

Zorian Shkiriak, assessor do Ministério de Assuntos Internos da Ukraina disse que a investigação preliminar considera principais causas possíveis do assassinato sua atividade profissional e as relações hostís. Ele acrescentou que é impossível excluir o "rastro russo".

A Procuradoria da Ukraina qualificou o assassinato de Pavlo Sheremet como assassinato premeditado, cometido de forma perigosa para a vida de muitas pessoas.

O principal redator da publicação online da "Verdade Ukrainiana" Musaev Borovik relaciona a morte de Pavlo Sheremet com sua atividade principal - na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa incitaram as autoridades da Ukraina trazer à justiça os autores e organizadores do assassinato do jornalista Pavlo Sheremet. 

Pavlo Sheremet era bielorrusso, jornalista russo e ukrainiano da TV, rádio e edições periódicas. Nos últimos cinco anos viveu em Kyiv, trabalhou na edição da "Verdade Ukrainiana" e Rádio "Vesti".

Assassinato dee Sheremet - 2º dia do inquerito.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 21.07.2016

A despedida com Pavlo Sheremet na Ukraina vai até amanhã, 22 de julho. 
A investigação considera seis versões, disse na transmissão "112 Ukraina" o assessor do Presidente do SBU Yuri Tandit, mas no momento pode-se falar de apenas quatro: atentado a Helena Pretula , em cujo carro Sheremet ía  ao trabalho, o chamado "rastro russo", antipatia pessoal e atividade profissional.

Deputado Mustafa Naiem: "A Polícia Nacional está fazendo um grande trabalho, eu não estou inventando. Estão incluídos investigadores com experiência em investigação de explosões. Há vestígios. O principal é encontrar o executor. E só depois poderemos falar sobre o mandante".

O representante do Departamento dos EUA John Kirby falou sobre a introdução de especialistas americanos ao caso.

Os jornalistas bielorrussos da "TV Belsat" publicaram uma análise do especialista polonês Andrzej Mroczek, de uma das câmaras, que, segundo eles, estava trabalhando nas ruas e registrou o momento da explosão. Segundo Mroczek, no caso explosivo controlado por rádio, o executor frequentemente fica próximo para controlar o processo.

No vídeo da "TV Belcat", avista-se um homem que apoia-se numa bengala, no entanto, após a explosão, rapidamente corre até o carro. Infelizmente a fita acabou neste ponto.

Na mídia social a discussão é sobre outro vídeo - de jornalistas do "Canal 17", que se encontraram no local do crime e publicaram na rede um vídeo de primeiros momentos depois da explosão, que entre outras coisas mostra o jornalista morto e retirado do carroo.

O assessor do Ministro do Interir Zorian Shkiriak, especialmente apelou ao Facebook fechar este canal. "Penso, que há muito tempo deve-se abordar seriamente aos anti-estado mídias de propaganda do Kremlin, que abertamente realizam provocações informativas no território da Ukraina, trabalhando a favor do Kremlin, cravando faca nas nossas costas.
A equipe do "Canal 17" publicou um vídeo no qual chamou sua presença de coincidência. Eles pretendiam receber um comentário do prefeito de Kyiv, esperavam sob sua residência.
"Nós culpam dizendo que nós sabíamos sobre sua ausência. Sim, nós sabíamos, mas fomos verificar. Não nos ensinem trabalhar." - disse o diretor do canal Jan Novoseltsev.
(Na Rússia um estrangeiro pode falar assim? -OK).
No final, Novoseltsev ofereceu as imagens aos investigadores.

Tradução: O. Kowaltschuk 

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Criméia - Ukraina: paralelos históricos
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 14.07.2016
Sergey Grabowski


Nos anos após-guerra, até reconstrução, a população da URSS educava-se na ideologia de irreconciliável hostilidade e diferentes  direções dos destinos históricos de ukrainianos e tártaros da Crimeia. Como se o canato dos tártaros da Crimeia sempre causasse mal aos cossacos e citadinos ou aldeões, e se os tártaros aliavam-se com Bohdan Khmelnytskyi, então certamente traiam. Porisso a conquista dos exércitos russos com apoio dos cossacos ukrainianos da península da Crimeia tornou-se grande benefício para as "nações fraternas" - russas" ("irmãos mais velhos") e da Ukraina ("Irmãozinhos"). Estas ideologias do sistema educacional soviético e publicações de livros insistentemente faziam absorver as cabeças de dezenas de milhões de pessoas, fazendo-as  prisioneiras   de um dos totálitários "mitos do século XX". Este mito está vivo até hoje, embora, é claro, ele perdeu seu poder e abrangência.

Assim, nas relações dos ukrainianos e tártaros da Crimeia no século passado, havia muitos problemas - mas entre que nações não surgiam tais problemas naqueles tempos cruéis? No entanto, houve também muito em comum no destino das duas nações, e, especialmente, que nem os ukrainianos, nem os tártaros da Criméia nunca pretenderam num papel imperial, desejando conquistar outros países.O Canato da Criméia e o Estado cossaco tinham estatuto de autonomia dentro do estado Otomano e império russo, mas sempre procuravam restaurar o seu original estatuto de independência. Isto, às vezes conseguia-se com auxílio da força armada, mas por um curto período. Nestas ocasioões os crimeanos normalmente ajudavam os ukrainianos, e os ukrainianos ajudavam os crimeanos. Não por acaso, naquela época, na linguagem dos tártaros aparece o conceito  "Kardas Kadagi", ou seja, "primos cossacos", e entre os cossacos caracterizaram-se muitos nomes de origem Tatar (Akhmatova, Dzhedzhaliy, Dzhemelynskyy, Julay, Tolda, Shanhyrey, Sheremet.

Geralmente, durante a era cossaca todas as batalhas  vencedoras de Bohdan Khmelnytsky, Ivan Vygovsky, Petro Doroshenko , Pelep Orlyk foram vitoriosas com a união dos exércitos ukrainiano-tártaro. Na Constituição de Pelep Orlyk não é acidentalmente que se-refere sobre "leis da próxima vizinhança, que indissolúveis amarram e fortemente unem o destino da nação cossaca com o país da Crimeia.
Por outro lado: derrotas militares e perdas de partes de sua soberania e estado cossaco, e canato da Crimeia tornavam-se fato, quando com umas ou outras forças externas conseguia-se colidir ukrainianos e crimeanos em conflitos.

Mas posteriormente os estados ukrainiano e dos tártaros crimeanos mesmo sob as formas restantes da autonomia dos Hetman e vassalo Canato da Crimeia, foram na segunda metade do século XVIII liquidados pelo Império Russo quase simultaneamente, e terras de ambas as nações tornaram-se objetos de colonização e introdução de escravidão em massa, chamado na Rússia "servidão" ("kripatstvo").  Praticamente ao mesmo tempo, os dois países renasceram durante a revolução de 1917 - como República Popular da Ukraina e República Popular da Crimeia - e foram destruídas nos próximos anos com "brancos" e "vermelhos" imperialistas russos. Depois, simultaneamente, saindo de seus planos de revolução mundial, os bolcheviques começaram criar uma política de "indigenização", incluindo para isto os ukrainianos e crimeano-tártaros nacionais-comunistas (para os quais em primeiro lugar não era, de fato, o comunismo, mas o renascimento nacional e modernização com o objetivo de igualdade de entrada na família mundial de nações). Depois, primeiro o crimeanos-tartaros, depois o renascimento nacional-cultural ukrainiano dos anos 1920 foram parados, e seus líderes e ativistas - fuzilados. Em 1944 Stalin deportou os tártaros crimeanos. Segundo testemunhos competentes de Nikita Khrushchev, a mesma situação ele tinha intenção de fazer aos ukrainianos; como obstáculo tornou-se apenas a incapacidade da NKVD de exportar, num curto prazo â Sibéria acima de 30 milhões de pessoas.


Finalmente, em 1960 começou a participação conjunta no movimento Resistência ao sistema totalitário (lembremos apenas a cooperação de Petro Grygorenko e Mustafa Dzhemilev); depois houve a conquista da independência da Ukraina em 1991 (quando os tártaros crimeanos quase com unanimidade votaram para esta independência), e apoio à luta contra separatismo crimeano e invasão russa na península.

Por outro lado, se Crimeia em 1954 não fosse transferida para Ukraina (mesmo sendo soviética), e continuasse sendo província da Rússia, então as possibilidades de retorno da nação tártara à sua terra natal, provavelmente não haveria. Ou permitiriam voltar algumas dezenas de milhares cuidadosamente "filtrados" tártaros crimeanos, rompendo e destruindo deste modo as perspectivas de reconstrução da vida nacional dos crimeanos.


A fome na Ukraina, sob a presidência de Viktor Yushchenko foi reconhecida, na lei, como genocídio. Mas a deportação dos tártaros da Crimeia, não foi reconhecida como genocídio. No entanto, ela também se enquadra na definição de genocídio no direito internacional. Mais: os nazistas alemães deliberadamente destruiram cerca de metade dos judeus europeus durante a Segunda Guerra Mundial. 
Os comunistas russos não menos deliberadamente destruíram quase metade dos tártaros da Crimeia durante a mesma guerra. A destruição dos Judeus é justamente reconhecida internacionalmente como genocídio. O nazismo também é justamente condenado; mas a destruição dos tártaros da Crimeia como genocídio não é reconhecido, o comunismo é condenado internacionalmente antes no nível de desejos, mas não juridicamente. Mais: até hoje a pessoa, que consecutivamente se opõe contra ideologia comunista, pode receber nos círculos liberais Ocidentais a reputação de "reacionário". Absurdo - ou algo bem mais perigoso sob a aparência de perigo de renascimento do totalitarismo?

Foi necessária a Revolução da Dignidade e invasão russa, para que na Ukraina, oficialmente, fosse condenado o comunismo e aprovadas as leis sobre decomunização. Já sob a ocupação da península pela Rússia que o Parlamento da Ukraina, finalmente, pela resolução de 12 de novembro de 2015 reconhecesse a deportação dos tártaros crimeanos em 1944 como genocídio e promulgasse em 18 de maio Dia da Memória das vítimas do genocídio da nação crimeano-tatar. No entanto até hoje não foi criada - pelo menos , a nível legislativo, enquanto vigora a ocupação da Crimeia - a autonomia da Crimeia, na terra da península, embora o presidente da Ukraina finalmente começou falar sobre isso, iniciando alterações apropriadas à Constituição da Ukraina. Mas será que haverá para isto suficientes votos de deputados no Parlamento, onde está considerável número da "quinta coluna" e há suficiente "pântano"? No entanto os tártaros da Criméia historicamente são um Estado-nação no território da Crimeia. Ignorar este fato e negar os direitos políticos da nação tártaro-crimeana pode-se continuar, mas não será isto uma espécie de chauvinismo, mesmo em, supostamente, vestes ukrainianas? Além disso, as aspirações de soberania do povo crimeniano não vão além da criação de uma república autônoma dentro da Ukraina.

Recentemente ecoam sugestões para criar temporariamente, até a libertação da Criméia, uma autonomia crimeano-tártara no território da região de Kherson. É plausível estaa idéia? Não. Criméia e apenas Criméia ocupa um lugar especial na mentalidade dos tártaros da Criméia. Criméia - alfa e o ômega de toda a existência nacional dos tártaros crimeanos. Sem a Criméia todo o seu etnocultural cosmos desagrega-se. Por exemplo, na Turquia vivem vários milhões de pessoas com raízes crimeano-tatar. Mas o destino arrancou seus antepassadoss da Criméia, e a grande maioria de seus descendentes assimilou-se com a matriz étnica congênere.

Se criar uma autonomia crimeano-tatar na região de Kherson, isto pode ter desagradáveis consequências para a população Tatar na Crimeia. Porque as estruturas ocupacionais com este pretexto são capazes de aumentar a pressão sobre os tártaros da Criméia, sob o lema: "Vocês lá no norte têm sua autonomia, então mudem-se para lá". Dada a especificidade atual e liderança de Moscou e da Criméia, neles pode surgir a tentação de repetir a deportação de 1944, ainda que escondido e supostamente sob justificável pretexto. Esta idéia é muito arriscada e perigosa ainda porque, será que há no Kherson vazios, não habitados locais pelos ukrainianos e adequados para uma vida normal do território?

O conhecido filósofo de Kyiv Miroslav Popovich ainda há 15 anos disse: "A nação da Criméia Tatar é um aliado natural de ukrainianos étnicos e políticos.  É - o sustentáculo de Kyiv na Criméia. Mas a política do Estado ukrainiano aqui deve ser inteligente". Infelizmente, inteligente esta política  na gestão de Kravchuk, Kuchma e Yushchenko (sobre Yanukovych já nem digo nada...) denominá-la assim é duvidoso ser possível. E mesmo depois da Revolução da Dignidade foram realizados apenas alguns passos na direção certa. Entretanto, Rússia aumenta a pressão nos tártaros crimeanos, abertamente tenta livrar-se deles - em parte com a ajuda da assimilação, em parte deslocando-os além da península. Nisto Putin continua a linha de Catarina II, Nicolau I, Alexandre II e Joseph Stalin, que sonhavam sobre "etnicamente pura" Criméia russa. Eles, afinal de contas, conseguiram destruir a diversidade etnocultural da península (onde estão os descendentes dos godos da Criméia, armênios locais, gregos e búlgaros, karaites?). Com triplo entusiasmo os invasores hoje nivelam na Criméia todos que não-russos (incluindo ukrainianos e crimeano-tártaros);apenas russo imperial, e nada mais!

Deste modo, na primavera de 2014, após a nova ocupação russa da península, a nação crimeanotatar entrou em mais um período trágico de sua história - e, novamente, trata-se de um destino histórico comum dos ukrainianos e tártaros. Constantes atemorizações , buscas, prisões, vítima dos quais pode tornar-se qualqer um devido a sua origem nacional, lembram muito aquilo, que já houve na Criméia - nos séculos XVIII, e XIX. Contra os crimeanos o governo de ocupação usa a estratégia de extrusão através de condições intoleráveis.

No início da ocupação da península Kremlin queria subornar os líderes da Criméia Tatar, prometeram muito, mas encontraram apenas um punhado de "Quisling" (porque o povo em dois séculos e meio aprendeu bem, o que valem estas promessas). Portanto o governo de ocupação mudou para métodos de seletivo terror contra os crimeanos. Se darão eles ao Kremlin o desejado resultado? Isto depende da política de princípios de resistência, do governo ukrainiano e da comunidade internacional: do contrário, não se pode excluir a repetição do genecídio de 1944,  porquanto exagerar o nível de civilidade do atual governo russo não dá. E alcançando o desejado na Criméia, Kremlin irá dessa cabeça-de-ponte para a continental Ukraina... 

Sergey Grabowski - PhD, membro da Associação de Escritores ukrainianos.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 17 de julho de 2016

A procissão do Patriarcado de Moscou coordenam serviços especiai russos - veterano da ATO.
Radio Svoboda - (Rádio Lierdade),15.07.2016
Michael Shtekel


Ativistas cívicos e veteranos dos combatenes no Donbas recolhem assinaturas para proibição da procissão religiosa da Igreja Ortodoxa Ukrainiana  (Patrarcado de Moscou) - dizem, que junto com os crentes virão provocadores russos. No entanto, os representantes desta igreja enfatizam - nenhumas provocações haverá. Enquanto isto a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Kyiv convida os habitantes de Kyiv para se juntarem a ela na procissão religiosa, para mostrar que Ukraina não é dependente da Rússia.

Os veteranos das ações de combate apelam para proibição da procissão da Igreja Ortodoxa do Patrarcado de Moscou. O apelo correspondente planejam enviar a administração estatal da cidade de Kyiv, recolhem assinaturas, diz a ativista de direitos humanos Helena Rozwadowska.

"Este apelo é assinado por muitos ativistas e voluntários. É assinado pelos moradores de Kyiv, mas nós nos dirigimos a todos os ukrainianos. Porque nós acreditamos que a procissão traz uma série de problemas. Nós não temos certeza que estas pessoas não trarão revolta para capital da Ukraina", - declarou Rozwadowska

Se o governo não proibir a procissão, o veterano e instrutor da ATO Oleg Bondarenko promete organizar patrulhas em Kyiv e nas entradas da cidade, para não permitir provocações e derramamento de sangue. Ele está convencido - entre os participantes e próximo dos participantes da procissãop há profisionais dos serviços especiais russos.

"Caminhar tal distância, mesmo com interrupções, mesmo com transporte, nas condições da escassez de água é difícil. Lá tem pessoas com treinamento militar especial. Elas estão em boa forma física e diferenciam-se com a expressão do olhar, roupas e aparência externa", - diz Bondarenko.


Eu olho para esta foto e lembro a primavera de 2014. Então, nas cidades de Donbas apareceram pessoas estranhas, camuflada e com sacolas. E nós olhávamos para este absurdo e pensávamos, que o nosso governo rapidamente os pega...
E você vê o que aconteceu?
"E se alguém dos nossos militares tentar atirar nestas pessoass, os militares russos vão estar atrás das pessoas, não na frente, mas atrás", na frente serão atingidas mulheres e crianças...
Pense país!!!

Reagir a ações suspeitas "atoshnyky" (Ex participantes da ATO) prometem com severidade. No entanto, prometem aos moradores de Kyiv não violar a lei - entrar em contato com a polícia no caso de comportamento suspeito. Eles cooperam com as autoridades policiais. 

"Nós não vamos tocá-los, desde que em Kyiv não haja sangue. Nós vemos todos - quem está na procissão, quem se move ao seu lado, quem já permanece em Kyiv ou nas igrejas do Patriarcado de Moscou. Sabemos sobre vocês" - declarou o veterano da ATO.

Padres, aos quais havia questões quanto ao apoio da guerraa, expulsaram da igreja do Patrarcado de Moscou. 

Os ativistas entregaram a Radio Svoboda algumas fotos, nas quais pode-se ver um caminhão com toldo, com números de padrão militar, símbolos brancos sobre fundo preto e pessoas em camuflagem. As fotos foram tomadas em 14 de julho próximo a igreja do mártir Demetrius Solunskyi em Kyiv.

Em comentário a Radio Svoboda, o presidente do Departamento de Informaçãoo da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou Bispo Clemente disse, que o veículo trazia à igreja trabalhadores para reparar o iconostasis. E que o carro não era militar.


A procissão sagrada é uma ação pacífica e apolítica dos crentes, diz o representante da Igreja do Patriarcado de Moscou. Segundo Dom Clemente, em 17 de julho na capital esperam nada menos do que 30 mil peregrinos. O bispo observou, que no ano passado vieram a Kyiv não menos pessoas e tudo correu bem, sem provocações. Ele também rejeitou as acusações de que os sacerdotes da Igreja Ortodoxa do Patriarcaod de Moscou apoaram os militantes pró-Rússia.
"Eu não tenho nenhum fato, em que os representantes do Serviço de Segurança ou outras agências de aplicação da lei aprsentassem eventuais reivindicações à Igreja Ortodoxa Ukrainiana. Houve uma ou duas declarações públicas, quando houve pretensões ao clero. Segundo as conclusões confirmadas, alguns padres já não são membros da Igreja Ortodoxa ukrainiana", - disse o bispo.

Os sacerdotes prometem que provocações não haverá e dizem que a ordem será controlada pela polícia. No ano passado, alguns políticos também prometeram provocações, mas tudo foi tranquilo, dizem na igreja.

Um dia depois, em 28 de julho, acontecerá a procissão sagrada da Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Kyiv e, segundo o chefe do Patriarcado de Kyiv, Yevstratiy Zorria, as procissões não vão cruzar.

Yevstratiy Zorria
"A procissão organizada pelo Patriarcado de Moscou, segundo nossas convicções, é mostrar que Ukraina está comprometida com o "mundo russo" e segue sua liderança espiritual. E isto deve afirmar o Patriarcado de Moscou na Ukraina. Também deve ser argumento para o Patriarcado de Constantinopla. Sugere que a autocefalia, pela qual,  também o Parlamento dirigiu-se, não é necessária, porque a nação ukrainiana sujeita-se à igreja russa", - disse Zorria, comentando os motivos do Patriarado de Moscou.


Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Ministerio das Relações Exteriores da Ukraina prepara uma resposta às declarações do Senado da Polônia para reconhecer a tragédia de Volyn como genocídio. A questão é sensível.
Tyzhden. ua (Semana Ukrainiana), 08.07.2016

O Ministério das Relações Exzteriores da Ukraina prepara uma rsposta ao Senado da Polônia quanto ao apelo de reconhecer a tragédia de Volyn (Ukraina) como genocídio. Sobre isto, em 08 de julho falou o porta-voz do Ministério do Exterior da Ukraina Mariana Betsa.

"A reação do Ministério das Relações Exteriores estudasse, a questão é, realmente, importante, sensível. Nós sempre, em todos os níveis, esfatizávamos a importância de evitar a politização deste processo e que esta questão deve ser considerada apenas pelos historiadores dos dois países", - disse Betsa.

Informação. Este ano cumpre-se o 73º aniversário da tragédia de Volyn que custou a vida de dezenas de poloneses e ukrainianos durante conflitos no território da atual Ukraina Ocidental. Os historiadores ukrainianos e poloneses têm diferentes opiniões sobre as causas e o número de vítimas da tragédia de Volyn. Os historiadores ukrainianos consideram os dados dos colegas poloneses exagerados sobre a morte de 100 mil poloneses, observando, que na verdade, o conflito poderia levar a vida, no máximo de 30 mil poloneses. Além disso eles apontam para o fato de que os ukrainianos também morriam pelas mãos dos poloneses e está historicamente provado o fato, que os assassinados brutais causavam os trabalhadores do soviético NKVD, sob o disfarce de OUN-UPA (Organização dos Nacionalistas Ukrainianos - Exército Insurreto Ukrainiano).

Em julho de 2013, o Sejm (Parlamento) da Polônia recusou-se a denominar a tragédia de Volýn, "genocídio" de poloneses. Também a câmara baixa do Parlamento polonês não apoiou a alteração de um grupo de deputados, sobre o estabelecimento de 11 de julho como Dia da Memória de vítimas da tragédia de Volyn, martírio de "kresovian" (palavra polonesa, de "Krersy" que significa limite, final, beira - OK).  Em 02 de junho os religiosos, políticos e intelectuais, líderes do povo ukrainiano, dirigiram-se aos poloneses, com uma carta aberta, na véspera do 73º aniversário da tragédia de Volyn. Eles pediram perdão à Polônia e prometeram esquecer os erros mútuos, como também não recorrer à declarações drásticas e precipitadas que podem jogar a favor de Kremlin. A carta foi assinada, pelos ex-presidentes Viktor Yushchenko e Leonid Kravchuk, patriarca da Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Kyiv Filaret, arcebispo da Igreja grego católica ukrainiana Sviatoslav Shevchuk.

O Partido Popular da Polônia registrou no Sejm da Polônia o projeto, com o qual propõe definir o dia 11 de julho como Dia da Memória das vítimas de genocídio cometido pela "OUN - UPA nos Kresy Orientais da II Rzeczpospolita" (Polônia).

O projeto estabelece que a dimensão maciça e o organizado crime de Volyn tem o caráter de limpeza étnica e genocídio", mas em 1942-1945 no território de Volyn e Galícia Oriental "vítimas do crime foram 100 mil poloneses inocentes, inclusive crianças". No Sejm registraram mais dois projetos em 11 de fevereiro, que foram organizados, anteriormente, pelos deputados do partido "Kukiz 15" e o partido "Lei e Justiça". Em 26 de junho o speaker do Parlamento ukrainiano Andrew Paruby disse, que antes da Cimeira da OTAN, em Varsóvia, o Sejm polonês não examinará as questões controversas da história ukraino-polonesa, como foi acordado com o presidente do Sejm polones, Marek Kuchinski.

Na resolução aprovada hoje, 08 de julho, o Senado da Polônia apelou ao Sejm instituir 11 de julho, como Dia Nacional da Memória das vítimas de "genocídio, cometido pelos nacionalistas ukrainianos contra os cidadãos da Segunda República Polonesa". Pela aprovação da resolução votaram 60 senadores, 23 eram contra e um absteve-se.

Tradução: O. Kowaltschuk


quarta-feira, 13 de julho de 2016

"Procissão - religiosa" pelo "mundo russo".
Vyssokyi Zamok (Castelo Alto", 12.07.16
Ivan Farion

Na marcha de orações da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou os especialistas suspeitam provocação anti-estatal encomendada por Kremlin.



Aos participantes da caminhada a direção da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou garantiu que rezarão para a paz na Ukraina.

De Pochaiv - Lavra, na região ocidenal (Ternopil) e Svyatogirskoia - Lavra (grande monastério ortodoxo masculino, subordinado em sua atividade ao mais alto governo da Igreja, que fica no leste (Donetsk), à Kyiv, acompanhados por ícones da Mãe de Deus, vem as colunas ao encontro uma da outra de cidadãos da Igreja Ukrainiana Ortodoxa do Patriarcado de Moscou. Ação, que denomina-se "All-ukrainiana procissão da paz, amor e orações para Ukraina", abençoou o Metropolita Onuphrius, da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou, chamando-a "ato espiritual". As colunas se reunirão, na véspera do Dia de Batismo da Rus-Ukraina (Rus era o nome primordial da Ukraina, que foi roubado pelos russos. Então os habitantes da região mudaram o nome do país para Ukraina - OK).
Em 27 de julho elas caminharão da Colina de Volodymyr à Kyiv-Pechersk Lavra, onde acontecerá um serviço final (missa). 

Na UOC MP (Igeja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarado de Moscou) proclamam o nobre objetivo da unidade dos cristãos ortodoxos ukrainianos, que supostamente orienta a organização deste evento. 
No apelo do Metropolita Onuphrius, afirma-se, que a procissão "de fato une Ukraina, porque a Igreja Ortodoxa sempre foi e é agora a força, que une todas as pessoas da nossa Ukraina". O rpresentante da UOC MP Arquimandrita Viktor (Kotsaba) enfaticamente declarou. "... Nós devemos afastar a raiva, o ódio, a maldade, armando-nos com amor e perdão, fortalecer nssas orações: para que cessem as lágrimas maternas, que as crianças não fiquem órfãs, as mulheres - viúvas, para que a juventude não se torne inválida, para que nossas cidades e aldeias não sejam destruídas, e as casas - abandonadas. Este é exatamente o propósito desta procissão ukrainiana - marcha da paz, amor e oração pela Ukraina.

No entanto os opositores da UOC MP têm uma opinião diferente. Consideram esta procissão quase uma provocação política, uma encomenda do Kremlin, cuja missão - provocar um novo ponto de tensão na Ukraina e assim desacreditar nosso país aos olhos do mundo. A afirmação da UOC MP como "força unificadora" os analíticos consideram astuta.

Ao mesmo tempo lembram, como os sacerdotes desta denominação participaram de atividades separatistas no Donbas, recusavam-se a enterrar os participantes mortos da ATO, mas em seus sermões enaltecem o guia espiritual do presidente russo - patriarca de Moscou Cirilo, que, como se sabe, no início da agressão apelava aos ukrainianos para não resistir à ocupação... Os especialistas também não excluem, que nas colunas dos fiéis, que vem do leste, podem encontrar-se os "exilados cossacos" - agitadores propagandistas das chamadas DNR, FSC e militantes, que estarão prontos para inspirar ações violentas para os meios de comuncação russos.

Para movimentação política desta marcha aponta, em particular, o arcebispo de Chernihov Nizhensks, secretário do Santo Sinodo da UOC MP, chefe da Informatin Management do Patriarcado de Kyiv Yevstratii Zoria:

"Lembra, como em resposta no Maidan o partido de Yanukovych fazia sua concentração, que em seguida denominaram Antimaidan?  Sim e neste caso, o Patriarcado de Kyiv desde 2009, realiza em 28 de julho uma procissão no centro de Kyiv, em honra de duplo santificado: o Batismo da Rus-Ukraina e reverenciamento de Santo Volodymyr. No passado ano de 2015, a liderança do Patriarcado de Moscou teve a idéia de fazer o mesmo: em 27 de julho, para capital foram reunidos os simpatizantes da ortodoxia russa para sua própria manifestação. Este ano pareceu pouco a caminhada de um dia - decidiram organizá-la durante quatro semanas.  Patrocinam este evento (organização e mídia) - aqueles mesmos políticos que estavam por trás do Antimaidan. Juntos, eles querem provar que o Patriarcado de Moscou - é a Ukraina, que aqui - espaço do "mundo russo".

O que devem fazer os que não acreditam no "mundo russo"? Quem está inquieto com isto (e eu observo, como esta inquietação espalha-se na comunidade)? Penso, que a melhor resposta deve ser uma procissão em 28 de julho - a partir da Catedral de St. Volodymyr até o mnumento de St. Volodymyr.

Em 30 de novembro de 2013 a Igreja Ukrainiana defendeu o direito de seu povo no Maidan. Em 28 de julho de 2016 a nação tem a oportundade de defender a independência da sua igreja. Pacificamente. E por isso - venceremos". 

Enquanto isto, os ativistas sociais preparam-se para sair em protesto contra o surgimento em Kyiv do "exército hibrido de São Putin" (espera-se que do leste, a Kyiv vem, no mínimo, 10 mil leais à Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou). Os voluntários dirigiram-se ao prefeito de Kyiv Vitaly Klitschko, à gestão da aplicação da lei, com a exigência de proibir conflitos armados, motivados por diferenças religiosas e opiniões políticas. De acordo com os ativistas, durante o conflito militar com a Rússia é inaceitável a realização em Kyiv de eventos maciços iniciados pela UOC MP.

Oleksandr Paliy, cientista político
Com esta marcha o Patriarcado de Moscou quer voltar o "mundo russo" na Ukraina após seu descredito na guerra. Quer reabilitá-lo com seus apelos hipocritas para a paz. Isto é - parada de astutos! Em vez de conclamar Putin para cessar  a guerra (ele é o único que pode fazê-lo, porque foi ele que a desencadeou), os fariseus de Moscou organizam manifestações na Ukraina.
Provocações durante esta caminhada, é claro, são possíveis. Os padres moscovitas estão interessados em cobrir o derramamento de sangue provocado por Putin na Ukraina.


Taras Wozniak, editor da revista cultural "Ji".
A atual "caminhada de oração" - uma provocação obvia de duas unidades do FSB. Uma delas tem este nome. A outra - Igreja Ortodoxa Russa. Esta provocação é destinada a minar, tanto quanto possível a situação na Ukraina, e não é solitária. Ela revigora-se com a deterioração da situação no front, bloqueio da tribuna parlamentar do lado dos representantes do Partido Radical e "Pátria"(Partidos ukrainianos - OK). Isto é - organiza-se o colapso do país. Quanto antes e quão asperamente nosso governo reagir, mais rapidamente venceremos esta provocação súbita. Na Ukraina há guerra, e aqui novamente "kozachky". Como deve agir o governo? Ele sozinho sabe! Para isso nós o escolhemos, para isso ele tem serviço secreto, exército, polícia. Para isso nós lhe pagamos o seu salário...





Andrew Yurash, chefe do Departamento de Assuntos religiosos e étnicos do Ministério da Cultura da Ukraina.
Esta caminhada é destinada a ação da Igreja Ortodoxa ukrainiana em união com o Patriarcado de Moscou para exibir sua massa, força e influência na Ukraina. Objetivo final - reunir a maior quantidade de crentes em 27 de julho na colina de St. Volodymyr e demonstrar sua força. Trata-se de uma ação tecnológica, que tem uma gama completa de logística, mídia, estrutura jurídica, gestão forte.
Por lei, os cidadãos ukrainianos tem o direito e a oportunidade de auto expressão religiosa ou quaisquer outras convicções e sentimentos. Portanto esta procissão se encaixa no quadro da lei ukrainiana. Mas, se durante a procissão os participantes exclamarem slogans, participarem ações, que contradizem a legislação ukrainiana (como aconteceu recentement em Kharkiv, onde gravaram a fita de St. George, ícone da família real de Nicholas III), então isto será violação da legislação nacional. E, em seguida, a polícia e outras autoridades devem agir em conformidade.

Tradução: O. Kowaltschuk  

terça-feira, 12 de julho de 2016

Notícias da Ukraina: 09 - 10 de julho de 2016
Vyssokyi Zamok (Castelo Alto)
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana

Obama fez uma declaração após a reunião do formato "G5" mais Ukraina.
"Primeiro-ministro Cameron, presidente Hollande, chanceler Merkel, primeiro-ministro Renzo e eu encontramos com o presidente Poroshenko e apoiamos, claramente, a soberania e a integridade territorial da Ukraina e salientamos a importância de reformas políticas e econômicas continuarem", - disse o presidente dos EUA.
Ele também lembrou, que na reunião da Comissão da OTAN-Ukraina em Varsóvia, foi assumido um pacote de ajuda a Ukraina para fortalecimento do setor de segurança.
Além disso, após a reunião o presidente da Ukraina Petro Poroshenko declarou, que os dirigentes G5 discutiram a coordenação das ações para pressionar a Rússia à execução dos acordos de Minsk.
Lembramos, 9 de julho, no Estádio Nacional de Varsóvia houve reunião da Comissão da Ukraina-OTAN, ao nível de chefes de Estado e de Governo. A reunião aprovou a alocação para Ukraina de um pacote abrangente de ajuda.

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Luhansk foi o epicentro da luta, os terroristas dispararam 60 minas sobre as forças ATO.

"Aqui, cerca de 4.00 horas da noite o inimigo disparou sobre nossas posições de artilharia, 122 mm, e lançou 60 minas de 120 mm morteiros sobre os soldados ukrainianos. Também, sob o fogo de morteiros encontraram-se nossos fortalecimentos em Novoselivtsi e Svetlodarsk. De lançadores de granadas e metralhadoras pesadas o inimigo dirigiu fogo sobre Avdiivka e  mina Butivka", - disseram na sede.

"Na direção de Mariupol sob fogo hostil dos lançadores de granadas encontraram-se os defensores de Shyrokyne e Novostritsk. Em Talakivka o adversário usou BPM, e próximo de Novahryhorivka - metralhadoras pesadas. Em Luhansk de diferentes sistemas de granadas os exércitos de ocupação conduziram fogo a Stanytsia e Novooleksandrivtsi, - diz o comunicado.

Conforme relatado à Semana, na noite para 9 de julho, em Luhansk, da bala do inimigo morreu um soldado e outro ficou ferido.

No dia anterior, os terroristas golpearam com granadas e metralhadoras pesadas a Avdiivka, Pisky e Luhansk.

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O "grande quinteto" (chefes dos países participantes da reunião da Varsóvia - OK) com Ukraina, vai desenvolver um "mapa do caminho" para cumprimento dos acordos de Minsk e segurança no leste da Ukraina. 

A partir de segunda-feira nos iniciaremos as consultas, inclusive consultores estrangeiros, com a coordenação do ministro dos assuntos do exterior Pavo Klimkin, onde Ukraina deve discutir a situação relativa à segurança e uma clara referência ao fato de que deve haver livre acesso para a missão de acompanhamento especial da OSCE, uma posição clara sobre o cessar-fogo e garantia do regime através da posição clara, garantia sobre retirada de artilharia pesada, controle das áreas que serão atribuídas à artilharia pesada", disse Poroshenko. (O lado russo até já andou dificultado a movimentação da OSCE, proibindo sua passagem e permanência em algumas localidades - OK). 

Segundo suas palavras, o lado ukrainiano "claramente salientou que devem ser libertados todos os reféns, que o SMM, Marketing em redes sociais, deve ter acesso a todo o território ocupado, à não controlada fronteira russo-ukrainiana, para não permitir infiltração do exército regular russo, unidades de mercenários russos, introdução de técnicas, artilharia, munições, para que sejam criadas condições para o início do processo político.( Como sempre, os líderes ocidentais sempre com as mesmas declarações, Rússia não dá a minima. - OK).

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NATO aprovou a alocação para Ukraina de um pacote abrangente de ajuda.
"Este é um documento vivo, que irá desenvolver-se e completar-se. NATO e seus sócios irão dar tanto, quanto Ukraina conseguirá pegar, efetivamente", - comentou Klimkin.

Além disso, o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg declarou  que foi adotado um pacote global de ajuda à Ukraina, acrescentando que  o pacote destina-se a diferentes áreas, incluindo a segurança cibernética, logística e reabilitação de militares.

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Serviço da Proteção da Ukraina desmascarou criminosos que mensalmente, ilegalmente, transportavam mercadorias para Donbas, no valor de 20 milhões de "hrevnias". Eles contavam com o apoio de terroristas dos territórios ocupados.

Oficiais do SBU detiveram um dos organizadores do grupo durante a tentativa do cruzamento da fronteira. Durante as buscas na residência e no veículo, os agentes de inteligência, em cooperação com o Gabinete do Procurador Regional de Donetsk apreenderam 835 mil "hryvnia"  e documentos que comprovam suas atividades ilegais. Alguns documentos comprovam suas atividades ilegais e testemunham os laços frequentes dos comerciantes com os militantes.

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NATO conclamou Rússia a parar com apoio financeiro e militar aos terroristas do Donbas. 
De acordo com Stoltenberg, todas as partes devem cumprir integralmente os acordos de Minsk e trabalhar no sentido de encontrar uma solução diplomática.

10.07.2016

Na Administração presidencial relataram o grande número de feridos no Donbas. 
No último dia foram lesionados 16 combatentes, e outros 3 morreram. Os militantes aplicaram fogo sobre as forças ukrainianas 51 vezes.

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Canadá decidiu vender armas para Ukraina - media.
Os acordos poderão ser assinados na próxima semana. Além de vender armas Canadá participará no desenvolvimento da indústria de defesa da Ukraina, segundo agência de notícias turca "Anadlu", com referência ao embaixador da Ukraina no Canadá Andriy Shevchenko.

O acordo podem assinar durante a visita do primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau a Kyiv, que acontecerá na próxima semana.

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"Antonov" conclui a construção da primeira aeronave, na qual não haverá componentes russos. (Caso alguém desconheça "Antonov" é uma sólida fábrica que constrói aviões na Ukraina -OK). 




Durante os últimos dois anos, os fabricantes ativamente procuram os produtores de mais de 70 mil nomes de detalhes que anteriormente a empresa encomendava na Rússia.
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A organização de direitos internacionais, Partnership for Human Rights (IPHR) tem evidências do bombardeio de várias aldeias na região de Luhansk do território russo, no verão de 2014. (Esta não é primeira declaração de provas contra Rússia. Ela não dá a mínima para declarações contra ela. -OK).

O documento contém elementos de prova da travessia ilegal da fronteira russo-ukrainiana por militantes da Rússia, também dados sobre os pontos habitados em Luhansk, bombardeio dos quais realizava-se através da fronteira do lugar da localização das Forças Armadas da Rússia, no território russo. Particularmente trata-se sobre o bombardeio no verão de 2014 nos assentamentos de Kolesnikivka, Komyshne, Melovoie e Pobeda.

"Nós mostramos evidências de cruzamento de fronteira ukrainiana pelos militares russos, isto é, força viva, como também helicópteros e BTR (blindados). Segundo a lei internacional, isto são indícios de conflito armado internacional. Ou seja, neste caso - o envolvimento direto de participação russa", - explicou no comentário DW coordenador de campo da missão IPHR na Ukraina Svitlana Valko.

Ela acrescentou que todas as provas serão encaminhadas para os tribunais internacionais, o que ajudará as vítimas do conflito proteger seus direitos.

Segundo Valko, o estudo baseou-se nos depoimentos de testemunhas, vítimas e dados recolhidos no decurso das observações de campo. IPHR também usou em seu trabalho as fotos de satélites, com as quais trabalharam os especialistas Bellingcat, e dados recolhidos pelos observadores da OSCE.

A apresentação oficial do relatório aconteceu em 7 de julho, em Kyiv.
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Outras pesquisas (particularmente do grupo Bellingcat) também têm evidências de tiroteio no território ukrainiano, do território da Rússia.

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Os países da OTAN darão para Ukraina um pacote abrangente de ajuda para reforma do setor da defesa, declarou o Secretário Geral Jens Stoltenberg na conferência de imprensa, com Petro Poroshenko, em Varsóvia.
Stoltenberg acrescentou que Ukraina já realizou uma série de reformas necessárias para atender aos padrões da OTAN, e à subsequente aplicação é muito importante.
"Ukraina continua empenhada em reformas e combate à corrupção. Continuaremos  prestar apoio prático e político." acrescentou o secretário-geral da OTAN.
Conforme divulgado, o pacote de ajuda para Ukraina prevê 40 novas áreas de cooperação e assistência, detalhes na entrevista.

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No dia 9 morreram três militares ukrainianos e 16 receberam ferimentos. Dos grupos voluntários, que não pertencem ao exército oficial da Ukraina, morreram dois e cinco receberam ferimentos avisou o porta-voz do presidente nas questões da ATO, Andrei Lysenko.
Lysenko avisa que estas perdas são as que foram  comprovadas, pode haver mais.
No dia 10 morreram três militares e 8 receberam ferimentos. Os ocupantes, no dia 10, abriram fogo sobre as toda a linha divisória no Donbas e abriram fogo 94 vezes.










Tradução: O. Kowaltschuk