sábado, 10 de dezembro de 2016

Congresso americano acertou "Criméianossa".
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 07.12.2016
Sergei Stelmakh

Capitólio - Congresso USA 
A câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos proibiu a cooperação militar com a Rússia até Kremlin não liberar os territórios ukrainianos e não cessar as ameaças aos países-membros da OTAN. Desde a primavera de 2014, Moscou, com todos os meios procurava conflito em larga escala com EUA, tentando chantagear o Ocidente com armas nucleares. Kremlin blefava, imitando prontidão na iniciação da guerra global, se Washington e Bruxelas se recusassem fechar os olhos na "Criméianossa" e não permitissem a Vladimir Putin destruir Ukraina como um estado.

Moscou encontrou-se preso em suas próprias impensadas decisões. O estado americano e a máquina militar lenta, mas seguramente volta-se contra a agressiva liderança do Kremlin. Agora a iniciativa encontra-se nas mãos de Washington. As autoridades dos EUA, sistematicamente, dão ao conhecimento de Vladimir Putin e ao seu comando político, que nenhuma "distribuição" da Ukraina, nas condições russas, haveria. A julgar pelas ações das principais instituições do Estado, a prevista linha estratégica tem caráter de longo prazo. 

A Câmara dos deputados dos EUA aprovou um projeto de lei sobre o financiamento do Ministério da Defesa para o próximo ano. Este documento está postado no site do Congresso. Ele proíbe ao Pentágono ter algum assunto/questão com os colegas russos, até que sejam fornecidas evidências objetivas da de-ocupação dos territórios ukrainianos (Donbas e Criméia) e a cessação de ações agressivas do Kremlin, que ameaçam os países da OTAN. 

"É proibido o lucro da cooperação bilateral da cooperação militar entre o governo dos Estados Unidos e a Rússia, enquanto o Congresso não receber da Rússia provas de que, (1) terminada a ocupação do território da Ukraina e ações agressivas, que ameaçam a soberania e a integridade territorial da Ukraina e os membros do acordo da Organização do Atlântico Norte; (2) atendidas as condições e aprovadas as medidas para apoio dos "acordos de Minsk" sobre cessar-fogo no leste da Ukraina", - diz no texto.

O documento também proíbe ao Pentágono realizar quaisquer ações que podem ser consideradas como reconhecimento, de fato, da anexação da península pela Rússia. "Proíbe-se o aproveitamento de fundos para realização de quaisquer atividade, que reconheçam a soberania da Rússia, sobre a Criméia", - indica o texto.

As autoridades americanas admitem algumas reservas. A cooperação em algumas áreas é possível, mas somente depois que Moscou começar "cumprir as condições dos acordos de Minsk e começar as medidas para alcançar os objetivos definidos". Mas, isso é improvável que confortará o governo russo, para o qual o acordo completo de realizações quanto ao Donbas vai significar o colapso das "repúblicas" terroristas de Donbas e a impossibilidade de influenciar a política ukrainiana. E, de modo algum, garante indulgência na questão da Criméia".

Para definitivamente se tornar lei, o documento deve passar pelo Senado e receber a assinatura do presidente. Mas a tendência já é evidente. Também vale a pena lembrar, que a votação da lei sobre o financiamento do orçamento militar é a continuação lógica do ato "Sobre o apoio da estabilidade e da democracia na Ukraina", aprovado pelo Congresso no outono do corrente ano. O documento também contém uma disposição que proíbe ao presidente dos EUA considerar a Criméia "russa".

Em primeiro lugar - Moscou não deve esperar por "igualdade de relacionamento" com a administração de Donald Trump, como dizia o presidente Vladimir Putin durante uma recente mensagem à Assembléia Federal. Sob tal formulação a direção do Kremlin entende o reconhecimento "Criméianossa" e quaisquer direito privilegiado de interferir nos assuntos internos da Ukraina, mas isto são desejos de Putin. O Partido Republicano tem a maioria nas duas casas do congresso. Os representantes das forças políticas, como mostraram os acontecimentos dos últimos dois anos, estão firmemente definidos contra a política de Moscou, que apreendeu a Criméia ukrainiana e organizou uma "guerra hibrida" no leste do nosso país. Foram os republicanos que ativamente apoiavam a iniciativa para oferecer ao nosso país não apenas armas de defesa, mas também armas ofensivas. Os proeminentes representantes do Partido Republicano repetidamente criticavam a administração de Barack Obama por ser "macio" quanto a Moscou. Por exemplo, o recém-eleito vice-presidente Michael Pence disse, que o "excesso" de relações com a Rússia, iniciado com o governo Obama, levou à anexação da Criméia ukrainiana.

Segundo - a aprovação de tal documento, é incorporada à lógica de formação de uma equipe militar-política do futuro governo. Donald Trump escolheu para dirigir o Pentágono, o general James Mattis. Ele é distinguido por uma abordagem crítica à política russa, desejo de agir a partir de uma posição de força. O general manifestou, repetidamente expansão ao apoio da Ukraina, acusando a Rússia pela ocupação da Criméia e parte das regiões de Donetsk e Lugansk. Chefe da CIA na nova administração será Mike Pompeo - um crítico consistente do Kremlin. Condicional "russófilo" é, provavelmente o conselheiro presidencial de segurança nacional Michael Flynn - general aposentado que anteriormente liderou a inteligência militar. Se o documento for à decisão final, será um argumento adicional para o fato de que não haverá nenhum "grande acordo" em relação a Ukraina, entre Trump e Putin. O sistema político americano, que inclui em si o mecanismo de contenção e contrapesos não permitirá isso. 

Tradução: O. Kowaltschuk   

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