terça-feira, 9 de agosto de 2016


O que intentou o agressor

"Nas próximas semanas, na Rússia há uma grande tentação para resolver "a força o problema da Ukraina". Mas o exército ucarainiano já não é o mesmo de 2014", - especialista.
Denh (Dia), 04.08.2016
Ivan Kapsamun


"Nas próximas semanas, na Rússia há uma grande tentação para resolver "à força o problema da Ukraina". Mas o exército ucarainiano já não é o mesmo de 2014", - especialista.


Quanto à situação no Donbas recentemente vem notícias perturbadoras. Cada vez mais ouve-se falar sobre a possibilidade de um reforço substancial de ações militares por parte do agressor - Kremlin. Isto é evidenciado por recentes declarações e fatos.

"Hoje - 3 de junho. - Red.) houveram negociações muito difíceis em Minsk, - escreve o respresentante da Ukraina do grupo de trabalho sobre segurança no grupo Trilateral de contato Yevhen Marchuk. - O lado russo, como sempre, nega categoricamente o seu envolvimento nesta guerra e até mesmo os fatos evidentes de sua presença nos territórios ocupados  de Donbas. Em relação a este respeito hoje na reunião do grupo de trabalho sobre a segurança, que conduziu o chefe da Missão da OSCE na Ukraina senhor Apakan E., leu a informação do site da assim chamada DNR". 

No especificado internet-recurso dos combatentes trata-se: "Graças ao apoio da Federação Russa as forças armadas da DNR significativamente aumentaram  as armas, incluindo brigadas blindadas e de artilharia, e os volntários russos, que vieram, foram ensinados por melhores instrutores da Rússia para derrota do inimigo".

O principal nas palaras de Eugene Marchuk não é o que ele disse sobre a maneira óbvia e cínica, que utiliza Rússia e seu fantoche "DNR", mas aquilo, que alguns no Ocidente frequentemente se deixam levar pela coleira do Kremlin, denominando a agressão russa contra Ukraina, por exemplo, "conflito interno". Claro, esta prática não pode deixar de causar preocupação.

Na preparação da Rússia à grande guerra escreve também a polonesa Gazeta Wyborcza, citando uma fonte próxima ao ministro da Defesa da FR. Segundo suas palavras, Moscou concentra 200 mil soldados e forças mísseis-ar (Se a tradução "mísseis-ar" não     estiver correta, perdão, é absoluta falta de conhecimento - OK) próximo da fronteira com Ukraina. Sobre o reforço das forças da FR na fronteira com Ukraina o ministro da Defesa da Rússia Sergey Shoigu falava ainda na semana passada. Ele declarou, que "em relação com a crescente ameaça do lado da OTAN e Ukraina", foi formado um exército na região sul de quatro divisões e nove brigadas. "O significado desses eventos é claro: na fronteira com Ukraina (onde há três anos não havia tropas) o lado russo cria no norte três grupos principais, prontos para um golpe súbito na direção de Kyiv, e no sul cria o exército para cercar as principais forças ukrainianas no território da Margem Esquerda da Ukraina" (Livoberejna Ukraina) ,- explica um especialista militar russo Ruslan Pukhov.

Enquanto isso, o número de civis afetados em consequência do conflito armado no Donbas, em julho atingiu o recorde desde agosto do ano passado, diz no site do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. Assim, em junho de 2016 foram documentadas 69 vítimas civis, incluindo 12 mortos e 57 feridos. Isto é quase duas vezes mais, que em maio, e uma cifra recorde de agosto de 2015. Em julho o número de vítimas entre a população civil chegou a 73, incluindo 8 mortos e 65 feridos. A maioria de todas as pessoas, durante os dois meses, morreu em resultado do bombardeio. 

Como vemos, o agressor não abandona seus planos quanto a Ukraina. O objetivo do Kremlin - destruir o estado ukrainiano ou colocá-lo, totalmente, sob controle. Para isso, ela usa vários métodos - informacional, militar, geopolítico... A  meta global da Rússia - minar a unidade do mundo ocidental, em particular, quanto a questão ukrainiana. Baseando-se em acontecimentos recentes, muito lhe dá certo - situação na Síria, acontecimentos na Turquia, eleições presidenciais nos EUA... Então, o que vale esperar da Rússia no Donbas, e a  o que esta pronta, para se opor Ukraina?

"À AMEAÇA É NECESSÁRIO REAGIR COM MEDIDAS DE DISSUASÃO E CRIAÇÃO DE COMUNIDADES CORRESPONDENTES"


Igor KABANENKO, almirante, ex-vice-ministro da Defesa da Ukraina.

- Rússia continua a acumulação de grupos ofensivos, que são criados, para resolução de problemas específicos - mais cedo ou mais tarde eles serão aplicados. É neste ponto que é necessário considerar a situação. Alguém diz que uma guerra em grande escala é improvável mas, ao mesmo tempo, que deve-se pensar sobre o melhor, precisa preparar-se para o pior. Ukraina é vista pela FR como "zona de interesses russos", porisso são possíveis quaisquer cenários. Nas artes militares não acontece tal, que os exércitos se implantem, simplesmente para que sejam concentrados em determinadas regiões, ou para aproveitamento de dinheiro. À ameaça é necessário reagir de acordo - com medidas de contenção e criação de grupos correspondentes, que poderão neutralizar esta ameaça, no caso de ativação de quaisquer cenários - em terraa, no mar ou no ar.

Nós somos testemunhas de uma nova geração de guerra - "guerra  hibrida", de diversas fontes ecoam convicções, certezas, "argumentos", que supostamente "Rússia precisa defender-se". Sim, no senso político Rússia diz uma coisa, mas faz algo bem diferente. Por exemplo, a tese de que Putin "cansou-se de Donbas" é necessário considerar no contexto de um confronto hibrido. Isto distrai a atenção das pessoas, lhes permite relaxar, e neste declínio é possível uma grande ascensão. E, a nova luta armada tem um caráter momentâneo, de um lado, como se houvesse concentração no movimento político, recebimento de vantagem política, mas depois - a utilização da força militar, ou pelo menos a criação de condições para sua utilização.


A atual gestão de crises prevê a formação de condições internas para a ofensiva - criação de células de instabilidade, suas associações, mas depois - uso da força militar, sob o pretexto de "apoio", "garantir os direitos da população do idioma russo", podem ser levantadas questões religiosas e qualquer coisa mais.

"IMPORTANTE DIPLOMATA AMERICANO DISSE-ME, QUE RÚSSIA PREPARA OFENSIVA"

Paul FELHHENHAUER, observador militar da russa "Novaya Gazeta":


- Agora há uma verdadeira ameaça militar - na direção sul-oeste da Rússia de fato acontece a acumulação de forças armadas. Nesta direção - Cáucaso, Além-Caucaso, Turquia e Síria. Mas Ukraina neste plano é muito significativa e importante. O pronunciamento de Sergey Shoigu no colégio do Ministério da Defesa na semana passada - não é o único mau sinal. Mais uma notícia desagradável - carta oficial de Vitaly Churkin de 22 de julho ao presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Uni9das, publicada no site da missão russa. Nele Churkin descreve, que horrores ocorrem no Donbas e que nisto tudo a culpa é da Ukraina, que prepara uma nova grande ofensiva. Sobre isto, muito se fala e faz tempo falam também outras pessoas oficiais russas. Isto é algo que se parece como "desculpa oficial" no caso de combates em larga escala na Ukraina, que Churkin "previne".

Não há muito tempo, um alto diplomata americano me falou, que sobre o mesmo assunto, no mês passado, durante uma conversa telefônica, Putin falou para Obama. O mesmo diplomata afirmou que, de acordo com os dados dos EUA, não é Ukraina que prepara ofensiva, mas a Rússia. A conversa de Putin com Obama pode ser um meio de pressão sobre Washington, para que ele, por sua vez pressione Kyiv e exija concessões de Poroshenko.

Mais uma história - com a dispensa do emaixador russo  na  Ukraina, Mikhail Zurabov. No verão os embaixadores e diplomatas em Moscou mudam, mas a liberação de Zurabov estava totalmente despreparada: O Ministério das Relações Exteriores não realizou o "agrément", mas para aprovação da candidatura para Ukraina Mikhail Babich na Duma, que antes das eleições entrou em férias, conseguiram alguns deputados. Como afirmam, Zurabov foi removido terminantemente porque, ele é muito amigável com Petro Poroshenko.

Cada uma dessas características, por si só, pode não ter explicação catastrófica, mas todas juntas elas são desagradáeis. Então, há uma certa probabilidade de que em agosto começará a grande guerra russo-ukrainiana.

O atual regime russo nunca, e sob nenhum pretexto, permitirá para Ukraina a integração européia. Kremlin disse a Poroshenko, que eles podem concordar em alguns assuntos, mas o status não alinhado da Ukraina - é a base de qualquer acordo entre os países.Claro, Donbas, como Transnistria, permanecerá sob protetorado russo, dentro da composição da Ukraina. Também é desejável obter o reconhecimento oficial da anexação da Criméia. Kremlin tem várias opções para atingr este objetivo. Em Moscou muitos acreditam (e sobre isto falou abertamente o presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa Nikolai Patrushev), que Ukraina entrará em colapso e o atual regime sofrerá derrota em resultado de problemas políticos, econômicos, sociais e outros. Para que, então, correr risco de guerra, se é possível esperar um pouco. Mas a situação atual mostra que Ukraina não desmoronará.

Por outro lado, agora para Rússia criou-se uma situação única e confortável, que lembra os eventos internacionais em relação à Georgia em 2008: Jogos Olímpicos, eleições nos EUA e convenientes condições meteorológicas de agosto. Estados Unidos dividiram-se pelos preparativos às eleições, e Barack Obama - "pato manco". Naturalmente, Rússia pode esperar, que Donald Trump vencerá em novembro e com ele se chegará a acordo sobre Ukraina. Mas Tramp é imprevisível e, ultimamente, parece que não se elegerá.

Europa também está com problemas, divisão, consequências "Brexit", crise migratória, sanções, outros. Se Rússia preparar algo grande na Ukraina, com a finalidade de mudar o atual regime, o Ocidente não será capaz de fazer algo organizado, além de gritar bem alto. Podem ser usadas todas as ferramentas do exército russo, exceto a nuclear, e mais de 100 mil militares para "quebrar" a frente. Mas para isso será necessária uma grande força, porque, as Forças Armadas da Ukraina já não são as de 2014.

Tradução: O. Kowaltschuk

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