quarta-feira, 30 de abril de 2014

Em Luhansk capturaram todos os edifícios de maior importância
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 29.04.2014
Andrii Kuznetsov

Luhansk - na terça-feira pessoas não identificadas, armadas, capturaram os prédios da administração, procuradoria, milícia, tribunal de apelação. Pelas ruas da cidade andavam pessoas armadas.

Tudo começou com uma manifestação em frente ao SBU regional (Serviço de Segurança da Ukraina). Lá anunciaram que findou o prazo do ultimato, apresentado ao governo. Como quem diz, não houve resposta do governo, então é necessário ir à  administração regional. Muitos participantes já traziam ferramentas para o ataque: tacos de madeira, cassetetes de borracha, capacetes. A multidão marchou pela rua Soviética, cantando seu slogan costumeiro: "Referendo! Referendo! Rússia! Rússia!".


Quando chegaram à administração regional, os jovens com máscaras e camuflagem começaram bater no vidros, quebrar a porta. Milícia não ofereceu resistência. Os manifestantes rapidamente ocuparam todos os andares. No alto do prédio penduraram uma bandeira russa. Uma bandeira ukrainiana encontrada no interior, estenderam na escada, queriam limpar os sapatos, mas acabaram recolhendo-a. Na fachada arrancaram as placas "Administração Regional da Província" e Conselho Regional


"Em Kyiv   podiam capturar todos os edifícios, significa que eles eram heróis. E nós, significa que não somos ninguém, que é necessário nos destruir... Considero, se os rapazes acham necessário tomar este edifício, significa que é necessário", - diz Svetlana, uma das manifestantes.

Próximo do edifício do SBU não havia ninguém, além dos soldados da Guarda Nacional. Os funcionários foram liberados com antecedência. De acordo com informações extra-oficiais, o presidente da Administração Regional estava em Kyiv.


Ameaças aos jornalistas e lesão a advogado.

Os manifestantes pró-russos não procuravam contato com os jornalistas. Alguns até ameaçavam. O jornalista do rádio local "Pulse" Ihor Rets disse que foi cercado por seis pessoas, duas armadas. Eles consideram que nós não esclarecemos bem sua atividade. E ameaçaram atirar na perna se nós não cumprirmos suas ordens. Eles exigiram mostrar documentos. Exigiram reformar os cartões de memória, depois, simplesmente os levaram", - disse Ihor.

O famoso advogado Ihor Chudovskyi, que apoiava o Maidan em Kyiv, foi baleado quando o levavam a TV regional para uma conferência de imprensa com ativistas pró-russos. Agora Chudovskyi está no hospital com ferimento a bala.

Após a captura da Administração de Luhansk, a multidão com bandeiras russas, rumou à promotoria regional. O prédio estava protegido, mas foi conquistado rapidamente. Os funcionários foram retirados sob ameaça dos autômatos. Colocaram a bandeira russa também no prédio  do Tribunal de Apelação, que está em frente da promotoria.

  
Chefe da Milícia

Após a multidão vir sob as paredes do Departamento da Milícia Regional, o chefe  Volodymyr Huslavskyi entregou sua renúncia por escrito, em troca da não ocupação do prédio. Mas, as pessoas não se dissiparam. Pelo contrário, seu número aumentou. Combatentes com armas automáticas começaram jogar granadas de luz e som para dentro do prédio e depois o tomaram. 

Na praça propunham à milícia entregar as armas para controle dos antigos funcionários do "Berkut" (Os militares que, com muita agressividade serviam ao governo contra a população pacífica - Ok)

Os manifestantes escolheram seu "chefe do povo". É o senhor Anatoli Naumenko, que já chefiou a milícia anteriormente. 
Vinham pessoas armadas à TV Regional e rádio. Elas apresentavam-se ao vivo. Apresentou-se em camuflagem Viacheslav Petrov. Na legenda dizia  que ele era representante do Estado Maior da "República Livre de Luhansk". Ele conclamou as pessoas para não entrar em pânico e preparar-se para referendo local, que ele acredita terá lugar no dia 11 de maio.

Os moradores de Luhansk perguntam: cadê o governo?

A situação em Luhansk é complicada. Forças pró russas tomaram a Administração Regional, a Câmara Municipal, a Procuradoria e o Tribunal de Apelação. Não está bem definida a situação com o prédio do Ministério do Interior. 
As bandeiras da Ukraina foram arrancadas. Foram colocadas as russas tricolores e também as cores das fitas de St. George russas. Nas entradas dos edifícios capturados erguem-se barricadas.

As tricolores russas em outras cidades de Luhansk.

De acordo com a mídia as bandeiras russas já aparecem em Pervomaisk e Krasnyi Luch.

Na véspera os representantes do chamado "Conselho do Povo" exigiam que o Conselho Municipal dos deputados de Stakhanov realizassem a sessão e aprovassem um referendo local para 11 de maio. Compareceram apenas 17 dos 50 deputados. Devido a falta de quorum a reunião não ocorreu.

Em geral, as constantes exigências são: anistia para seus partidários, não reconhecimento do governo de Kyiv, concessão ao idioma russo, estatuto de segundo idioma e referendo sobre o estatuto da região.

Quem controla a milícia?

Os moradores de Luhansk queixam-se da falta de poder e não sabem a quem pedir ajuda, já que o chefe regional da milícia demitiu-se.
Enquanto isso, os representantes das forças pró-russas assaltam e roubam as pessoas nas ruas. De um jornalista local, e seu colega, sob ameaça de revólver, levaram os telefones, alegando que suas fotos não cobriam bem os acontecimentos. A quem encaminhar as queixas? A última notícia no site do Departamento regional do Ministério do Interior datada de ontem, diz que "os membros do principal departamento interno dos assuntos do interior estão em seus postos profissionais e trabalham em regime intensivo". 

Ausente da cidade estava o presidente da administração provincial Mykhailo Bolotskykh, não se sabe porque viajou para Kyiv.

Recentemente tentavam igualar a situação os ativistas pró-ukrainianos. Em Luhansk, diariamente realizavam-se manifestações na praça central, pela unidade da Ukraina. Também houve manifestações semelhantes em Stakhanov, Starobilsk e Rubizhne. No entanto as realizações de tais atividades em Luhansk não são seguras. As pessoas são espancadas e intimidadas. Queimam bandeiras ukrainianas.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 28 de abril de 2014




Em Donetsk, manifestação por uma Ukraina Unida
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 28.04.2014

Os manifestantes pela Ukraina Unida foram atacados por separatistas pró República de Donetsk armados e em camuflagem. Eles gritavam: "Rússia, Rússia".
Os feridos eram arrastados para os quintais.

   ://www.youtube.com/watch?v=RNukK48xb_k


A vítima recebe ajuda. Foto: twitter.com/bopanc
Na rua começaram circular "autozaks" (veículos com cabine como de um caminhão mas a parte posterior assemelha-se a um ônibus, mas com poucas e pequenas janelas -OK).
Pela rua passam grupos de jovens com bastões, cantando: "O fascismo não passará". (Isto é colocar algo que não existe somente para provocar. Acusam assim todos que não são a favor da Rússia - OK).

https://www.youtube.com/watch?v=jA2hbrbp1hw

Manifestantes pró Ukraina. novosti.dn.ua
No final, os separatistas-simpatizantes da autodeclarada República de Donetsk comentam que o "desempenho foi bom". 

Durante a manifestação pacífica, os separatistas feriram gravemente, no mínimo 15 pessoas. Duas delas receberam ferimentos na cabeça   e permanecem hospitalizadas, mais duas com ferimento maxilo-facial.
As brigadas médicas andam pelas casas à procura de mais feridos, caso haja.
Recebeu uma pedrada na cabeça o repórter do "ZN" (Espelho da Semana) Yevhen Shubalov. Ele caminhava tranquilamente, com outras pessoas, no final da manifestação. De repente foram atacados   por pessoas com cassetetes e barras de ferro.
Um dos feridos disse que as pancadas eram dadas profissionalmente, primeiro nas pernas para que a pessoa fosse ao chão, depois nela deitada.
Muitas pessoas que não participavam das manifestações, mas testemunhavam o que acontecia, revoltadas aproximavam-se da milícia e exigiam explicações para tanto desmando na cidade e por que os cidadãos pacíficos são atacados e surrados como animais com cassetetes e barras de ferro. Milícia nada respondia (Devem ter recebido dinheiro para proceder assim. Isto não aconteceu pela primeira vez. O que fazem os novos governantes??? - OK)

Foto da página do Euromaidan no Facebook
Tradução e postagem: O. Kowaltschuk

domingo, 27 de abril de 2014


Exposição dos tesouros do Myzhyhiria
Radio Svoboda (R. Liberdade, 26.04.2014)

O Museu Nacional de Arte da Ukraina em Kyiv abriu a exposição "Código Myzhyhiria", que apresenta objetos da antiga residência do ex-presidente. 7 salas do museu estão cheias de diferentes objetos quanto a origem, estilo, execução, valor. No geral, o museu recebeu 518 peças. Seu custo total - no mínimo 50 milhões de dólares. (Isto é o que o ex-presidente não conseguiu levar durante sua fuga. Segundo noticiaram os jornais Yanukovych levou consigo muita coisa. Hoje ele reside próximo a Moscou, num esplendido palácio, maior que o Myzhyhiria, que comprou nos primeiros dias de sua chegada a Rússia - OK).









sábado, 26 de abril de 2014


Ukraina comemora o 28º aniversário do desastre de Chernobyl
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 26.04.2014


Em 26.04.1986 a 1 hora e 23 minutos da noite uma série de poderosas explosões destruiu o quarto reator de Chernobyl.
No entanto, a primeira informação oficial sobre o acidente de Chernobyl o Conselho do Ministério  da URSS publicou apenas em 29.04.1986. O primeiro relatório sobre os níveis de radiação TASS foi feito apenas em 7 de maio de 1986, e dizia apenas: "Houve um acidente com destruição parcial do núcleo do reator. O nível da radiação não ultrapassou os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde e da Agência Internacional da Energia Atômica. No território imediatamente vizinho, o número é 10-15 mR/hora".

O acidente inesperado ditava ações à liquidação, as quais era difícil planejar. Atrapalhava o fato de que todas as regras e critérios, nas primeiras semanas e meses foram escondidas da população e da maioria das organizações governamentais envolvidas na liquidação do acidente.

Para esconder a verdade, o governo da União Soviética organizou a festa de Primeiro de Maio e uma corrida de bicicletas em Kyiv. Portanto, não havia nenhuma maneira para organizar os trabalhos para redução da dose, para prevenir a injustificada radiação.

Por estas razões foi adiada a evacuação da cidade de Prypiat, aldeias de até 30 km, temporária evacuação das crianças de Kyiv, aconteceu forte radiação dos militares-funcionários da AEC (Estação eletro-atômica) e dos funcionários do Ministério do Interior.

O desastre de Chernobyl, em escala global considera-se o maior da história da energia nuclear tanto pela quantidade de pessoas mortas e as que ficaram com consequências, como de prejuízos econômicos. Os efeitos da radiação sofreram dezenas de milhares de hectares de floresta. Foram submetidos a contaminação radioativa os rios Prypiat, Desna e parte do Dnieper.

Sete meses depois da explosão os membros da liquidação do rescaldo ao custo de suas vidas controlavam os elementos. E somente em 14.12.1986 na Estação Nuclear de Chernobyl completou-se a construção do "sarcófago" no destruído quarto bloco energético.

Hoje na praça da Estação Nuclear continua a construção de uma nova estrutura, que inclui um conjunto de equipamentos para remoção de elementos que contém combustível nuclear. Este sistema é projetado para converter esta unidade num sistema ecologicamente seguro e de segurança pessoal dos funcionários e população próxima. 

Por ocasião deste triste aniversário, o presidente em exercício Oleksandr Turchynov, em seu pronunciamento à nação, disse que o governo fará todo o possível para resolver os problemas sociais das pessoas que ainda sofrem consequências da avaria e os problemas de segurança da Estação Nuclear.
Ele conclamou as pessoas para lembrar, neste dia de luto, os primeiros heróis bombeiros, cuja vida interrompeu-se nas chamas do reator destruído, todos que se sacrificaram protegendo o mundo da radiação mortal. "Com palavras de sincera gratidão, nós nos dirigimos aos participantes da liquidação das consequências da catástrofe, pessoas de boa vontade, países e povos, que até agora nos ajudam superar o desastre de Chernobyl", - disse Turchenov.

Zona de Chernobyl - Fotos fora do Padrão











Tradução e postagem: O. Kowaltschuk


quinta-feira, 24 de abril de 2014


Em Slaviansk operação antiterrorista
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 24.04.2014

Ministro do Interior anuncia a operação antiterrorista. Às pessoas pede-se para ficar em casa.
"No curso da operação antiterrorista do Ministério do Interior e Ministério da Defesa foram desbloqueados e destruídos três postos de controle de grupos armados ilegais na parte nordeste da cidade de Slaviansk, da província de Donetsk", diz o comunicado.
"Durante o embate 5 terroristas foram mortos. Ferido um soldado da operação antiterrorista". diz o comunicado.

Postos de controle nas entradas da cidade
O Ministério da Defesa informa, que durante a operação antiterrorista foram distribuídos folhetos, exortando as pessoas  a aderir à paz, na medida do possível não sair de suas casas, não deixar as crianças sem os pais nas ruas, não sucumbir às provocações e não executar ordens criminosas dos representantes do poder ilegal autoproclamado.

https://www.youtube.com/watch?v=4m1eVQIyRFQ#t=44

De acordo com as fontes da Operação Antiterrorista, o autoproclamado prefeito de Slaviansk, Ponomarov anunciou "fuzilar no local cada pessoa que possuir este folheto".
O posto de controle na rodovia de Kharkiv foi recuperado pelas forças Armadas. Morreram 3 pessoas. Atiraram, inclusive, nos jornalistas, mas não houve feridos.

Foto de veículos blindados ukrainianos próximo de Slaviansk. Do Facebook de Piotr Andrusieczko
Na entrada de Sloviansk queimam pneus no posto de controle da fábrica de ração.

https://www.youtube.com/watch?v=v-wJVTUGUF0

A comunicação móvel não funciona corretamente. Em Slaviansk a tensão aumenta. Sobre a cidade circulam helicópteros que controlam o deslocamento militar.
Segundo testemunhas, à cidade, de vários lados aproxima-se técnica blindada do exército ukrainiano.
As pessoas que vivem na periferia informam que ouvem tiros. Segundo  a secretária Stella Khorosheva, na aldeia Khrestyshche há tiroteio, o prédio do Comitê foi liberado.

https://www.youtube.com/watch?v=ureQblDiJwY#t=16

A secretária de imprensa também informou que os dados estão em constante mudança mas, em relação a intermitente informação celular sobre o movimento de grupos militares, eles não estão disponíveis. A Slaviansk aproximam-se máquinas de combate da Infantaria.
Também publicado vídeo do movimento dos militares ukrainianos em Malynovtsi, região de Donetsk, que localiza-se a 12 quilômetros de Slaviansk.

Tradução: O. Kowaltschuk


DEZ  HORAS  EM  SLAVIANSK
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 23.04.2014

Dmytro Halko - jornalista da edição bielorrussa "Nova Era" - na Ukraina já a um mês e meio. Contou à "Verdade Ukrainiana sobre sua viagem a Slaviansk, única bandeira azul-amarela, detenção ilegal e soldados ukrainianos que guardam os postos de controle sob a bandeira russa.
Slaviansk - é centro do Triângulo das Bermudas, que agora localiza-se em Donbass. Chegamos pelas oito horas da manhã. A cidade, neste horário, parecia um fantasma: ruas completamente vazias, algumas pessoas nos postos de controle.

-  Que pessoas?
 - Elas são todas diferentes, locais ou não - não está claro. Vestidas de alguma forma. Armadas com quaisquer tacos, barreiras, facas. Mas há forças militares reais.

- Há suporte da Ukraina?
- Não, da Ukraina em Slaviansk não ficou nada, além da bandeira ukrainiana no prédio da Universidade Pedagógica de Donetsk. Milícia ukrainiana lá não há.
Apareceu uma espécie de declaração do Ministério do Interior que não houve testemunhas de nossa detenção, testemunhas de nossa estadia em Slaviansk. É surpreendente ouvir isto, uma vez que conosco não contatou nenhum agente da lei, e lá, em Slaviansk não havia nenhuma milícia.

- Você falou sobre os militares...
- Eu, não posso afirmar com toda certeza que eram militares russos. Mas houve a possibilidade de trocar algumas palavras, e perguntamos: Eh! vocês, rapazes, de onde são? Mas, nenhuma pessoa respondeu que era de Slaviansk. Somente um respondeu que era de Donbass, bem Donbass, é grande. (Inclusive inclui uma parte do território russo - OK).
Além disso, os habitantes locais - sempre falavam sobre essas pessoas, como aquelas que vieram de algum lugar, que desabaram sobre elas do céu. Mas não como seus concidadãos.

- Conte-me mais detalhadamente sobre a vinda a Slaviansk...
- Próximo a prefeitura não havia ninguém, ela estava atrás das barricadas, não tinha como entrar. Nós fomos ao edifício do SBU (Serviço de Segurança da Ukraina). Lá havia uma barricada significativa, guardada por uma pessoa camuflada, com Kalashnikov nas mãos e uma pessoa com roupas casuais. A esta  perguntamos se podíamos entrar. Ela pegou nossos passaportes de jornalistas estrangeiros e disse que iria perguntar ao comandante. Ela também nos contou que sua mãe vive em Roma, eles se comunicam, mas ela está aqui pela Rússia.

O comandante, em minha opinião, era russo, pela aparência e pelo dialeto. Acompanhou-nos por 20 - 30 minutos pelo alojamento. Eles tem técnica blindada, capturada ou dada sem luta - eu não sei. O comandante, com grande orgulho mostrou esta técnica, dizia que ela vai forçar a passagem do Dnieper para quebrar Kyiv.

- Que técnica e quanto?
- Acho que havia 4 carros BMP (tanques). Naquele momento havia apenas dois. Na entrada do edifício sob, a bandeira russa, passaram pessoas vestidas de preto, com armas a vista. Estas pessoas, fomos categoricamente proibidos fotografar. Neste caso, eles atirariam.

Separatistas nos tanques de desembarque próximo ao Serviço de Segurança da Ukraina em Slaviansk.
- Uniforme negro? Como em "Alpha"?
- Sim, um uniforme de forças especiais.
Depois de meia hora o comandante nos dispensou. Ele parecia um oficial, um general. Ao meu pedido para andar pela cidade e fotografar ele não podia atender, seu comando era apenas nesta parte.
As pessoas que estavam ali paradas, e às quais fizemos perguntas, respondiam apenas: "Nós não estamos autorizados".

Em Kyiv poderia falar com qualquer pessoa, e ninguém, nem uma vez respondeu que não estava autorizado. No Maidan as pessoas vieram com seu pensamento e sua verdade. Aqui as pessoas respondiam exclusivamente como militares.

Estas pessoas replicam completamente Maidan. As barricadas são iguais, e oferecem chá ou um pouco de comida. Havia muitos bêbados.
Havia mulheres, e quando souberam que somos jornalistas estrangeiros, puseram-se a espantar os bêbados. Depois quisemos visitar a área dos ciganos. Queríamos saber se realmente houve ataques. Pelo caminho conversávamos com as pessoas. Quando passávamos pela grande ponte de Slaviansk, fotografamos uma plaquinha que diz "Minas". Nada mais fotografamos. 
Mas apareceram pessoas camufladas. Não eram militares. Um estava armado com mosquete, outro com faca, o terceiro - já não me lembro.
Eles aproximaram-se e disseram que nós espionamos, que realizamos fotos ou gravações secretas. Eu quis mostrar as fotos, mas mandaram esperar, viria um carro e fariam averiguações. Fomos levados ao terceiro posto.

- Quem estava com você?
- Fotógrafo italiano Kossimo Attanasio e jornalista francês Paul Gogo - ambos freelancer.
O carro foi cercado por umas dez pessoas.  Perguntaram quem éramos, exigiram entregar a câmera, ameaçaram quebrá-la. Em geral comportaram-se grosseiramente. Todos nós ficamos muito assustados. Eu ainda servia de intérprete.

- Levaram nossos documentos e câmeras para verificação. Mandaram sair do carro e esperar no local determinado. O grupo ficou a uns 15 metros de distância - vestiam camuflagem militar. Estavam armados com AK, aparentemente novo modelo. Segundo Kossimo Attanasio era um novo modelo Kalashnikov, presente somente no exército russo.

Barricadas numa rua de Slaviansk. Foto ITAR-TASS/Mihail Pochuevo
Quando a situação desanuviou um pouco, perguntamos que arma era aquela. Responderam apenas que a receberam para uso temporário.
De repente eles mudaram drasticamente, preocuparam-se com sua imagem "Vocês desculpem, compreendam, situação militar". E nos dispensaram e entregaram nossos pertences.

Nós pensamos que já estava tudo explicado e seguimos por aquela ponte. Fomos parados no posto de controle do outro lado. Nós mostramos as fotos no posto anterior. Dissemos que já fomos inspecionados. Mas, ouvimos em resposta: "Nós não sabemos, quem vos verificou. Aqui é cada um por si. Se vocês não tem licença do nosso governo - dancem! Ou a obtenham na prefeitura!" Já ouvi de outros jornalistas, mesmo de Paul Gogo, que anteriormente esforçou-se para entrar no prédio, que receber a permissão é impossível. Durante tal tentativa o jornalista de Moscou Times - Oleg Sukhov - foi detido como membro do "Setor Direito". Ele foi conduzido a uma sala, em frente da qual, estava, talvez, Serhii Lefter (jornalista ukrainiano sequestrado anteriormente - ed.) Suas mãos estavam amarradas a uma cadeira, ele estava sendo guardado por um "homenzinho verde" com uma arma (Quanto aos tais "homenzinhos verdes", eles já foram assumidos por Putin como pertencentes ao exército russo _ OK)
Portanto nós não fomos atrás da acreditação. É engraçado - lá não há governo, é algo incompreensível. E ainda pelo caminho, quando nós íamos a partir do segundo posto de controle, aproximou-se um jeep pintado com cores da bandeira russa. Dentro havia pessoas com novíssimo uniforme, com máscaras e armas, e nos olharam com tal rigor, que foi a gota d'água. Resolvemos sair dali.

- E o número do jipe era russo ou ukrainiano?
- Eu acho que não havia número. E próximo do prédio do SBU eu vi  um carro com números batidos, mas com alguma ordem de passagem no vidro. O papel grudado no vidro tinha uma bandeira russa, algo oficial. 
Na cidade notei vários carros da polícia, parecendo ukrainianos, nos quais estavam pessoas com esta camuflagem, com armas.

Slaviansk. Separatista. Foto uainfo.org.
- E como se denominam estas pessoas armadas?
- Elas não se apresentam. Elas tem escrito na roupa "Milícia Popular de Donbass". Conosco ninguém conversou. Única pessoa que conversou conosco era um civil que estava nestes postos de controle, com fita de St. George e sem máscara. Um fundamentalista ortodoxo. Entendemos que ele era da localidade, até mostrou seu passaporte, preservado da União Soviética, onde estava escrito "Nacionalidade russa".
Com isto ele se orgulha. E diz, que aqui todos somos russos ortodoxos. O que significa, não queremos este "contágio europeu".
Somente ele conversou normalmente conosco, contou seus motivos. Entre estas pessoas há muitos barbudos, e não é porque não fizeram a barba, mas realmente com uma barba grande, parece uma fraternidade ortodoxa. Pode ser, eles sejam de Slaviansk, não sei.
Muitas pessoas de aparência marginal, bêbados e criminosos. Este é o segundo grupo. E terceiro - militares. Militares, como militares.

- Então, isto é o exército russo no território da Ukraina?
- Penso que sim. Temo que sim. Se quisessem refutar, eles nos diriam. Mas eles nada dizem sobre si, não mostram os passaportes, não se apresentam. Mas não se atrevem dizer que são de Slaviansk.
O que pensar?! Resta apenas uma coisa. Enquanto isso, os moradores locais não os consideram seus compatriotas. 

- E os apoiam?
Sabe, a relação deles com os invasores, como à alguma intempérie. Eis, uma trovoada, tempestade ou procela: o que fazem com isto?! Eles não apoiam, eles simplesmente precisam aceitá-lo.
De diversas pessoas soou a frase: "Até sua chegada, tudo estava normal". Em certo sentido isto pode ser considerado como apoio a Ukraina. Naturalmente, é pouco. A pessoa, certamente, não vai lutar por ela e até tolerará se o território for ocupado. Mas, no entanto, eu não encontrei uma única pessoa que dissesse: "Sim, estes são os meus defensores, eles estão aqui por nós. Você saiam daqui, malditos europeus!"

- Houve outros encontros?
- Atravessamos a ponte sem problemas, pegamos um táxi e fomos para estação e aqui, acidentalmente, encontramos o último cigano que encontrava-se em Sloviansk.
Esta pessoa estava terrivelmente assustada. Ela voltou para pegar pertences da criança. Eu o parei, pedi para contar o que acontecia. No dia anterior toda comunidade cigana abandonou a cidade. Porque, segundo ele, as casas receberam disparos da rua. E todos os representantes da comunidade receberam ameaças de que seriam destruídos, inclusive crianças, se não forem embora.
Esta pessoa disse, que os homens armados querem que permaneçam na cidade somente os russos. E isto não se referia apenas aos ciganos. Ele deu exemplo de seus vizinhos que em casa falavam somente no idioma ukrainiano. Eles também receberam ameaças semelhantes.
O homem da comunidade cigana pediu, para ajudá-lo de alguma forma chegar a Rinal Akhmetov (O oligarca mais rico da Ukraina - OK), porque quer conversar dom ele.
Ou seja, Rinat Akhmetov é percebido como uma espécie de árbitro e governante de fato. Embora, por exemplo, os separatistas da administração regional de Donetsk consideraram traição   o fato  de que durante o último jogo Dínamo - Shakhtar no pódio estavam bandeiras ukrainianas. Eles consideram que desta forma Akhmetov os traiu. Mas ainda assim consideram-no rei.

Acabamos nos atrasando para o trem, pegamos táxi e fomos para Kramatorsk. Pelo caminho, em posto de controle rodoviário havia um franco grupo de marginais, que disseram que nós éramos espiões da União Européia, apresentando pretensões ao italiano e ao francês quanto aos seus passaportes, apesar de que nunca viram um passaporte italiano ou francês.

E no quilômetro 16 eu vi um posto de controle muito surpreendente, no qual, supostamente estavam militares ukrainianos sob bandeiras russas e de St. George. Estavam com os chamados voluntários.

Cossacos exilados em um dos postos de controle. Foto: Ekspert.onlain
- Quero esclarecer sobre os militares: eles possuíam marcas de identificação?
- Sim-sim, eles possuíam distintivos ukrainianos. Isto é simplesmente chocante. Sobre que operação terrorista pode-se falar?!...
Este Triângulo das Bermudas - Slaviansk - espalha-se por toda parte. E com isto algo é necessário fazer, caso contrário, será pior.

- Quanto tempo você permaneceu em Slaviansk?
- No total foram aproximadamente dez horas. Ficamos detidos não mais que duas. 
-Eles bateram?
- Não, no início agarravam com as mãos, mas foi só.
- Quanto tempo você está na Ukraina?
- Na Ukraina estou desde 8 de março: Kharkiv, depois Donetsk, Dnipropetrovsk, Odessa, Kherson, Zhytomyr, Novgorod-Volynskyi, Kyiv, Kharkiv, Donetsk
- A Criméia você foi?
- Depois da "conversa" em Donetsk compreendi que estou tomando posição pela Ukraina, apesar de que sou jornalista. Por isso entendi que é melhor não ir a Criméia. Além disso, eu conheci duas pessoas que estiveram duas semanas detidas na Criméia, que ficaram em Kherson para tratamento médico. 
Em Donetsk fiquei preso no SBU com agente do GRU (Central de Inteligência da Rússia). Aqui ainda entendi que havia Ukraina e eu aquietei-me, porque ainda trabalhavam alguns serviços, denunciavam alguém, algumas bombas.
E o que aconteceu agora, é difícil eu dizer.

Tradução: O. Kowaltschuk




quarta-feira, 23 de abril de 2014

AS MELHORES FOTOS DO EUROMAIDAN

AS MELHORES FOTOS DO EUROMAIDAN 
Radio Svoboda (Rádio Liberdade)

Parede de fogo na rua Hrushevskoho na noite de sábado. Kyiv, 25 de janeiro de 2014

Rua Hrushevskoho. Kyiv, 23 de janeiro de 2014
Rua Hrushevskoho. Kyiv, noite de 21 de janeiro de 2014
Queima o transporte da milícia durante o confronto na rua Hrushevskoho. Kyiv, 19 de janeiro de 2014
Durante o confronto na rua Hrushevskoho sacodem o ônibus da milícia. Kyiv, 19 de janeiro de 2014
Automaidan realizou outra viagem à residência do presidente Yanukovych. Em 12 de janeiro de 2014

Político Yurii Lutsenko ferido pelos combatentes do "Berkut" próximo ao departamento da polícia em Sviatoshensk, Kyiv, 11 de janeiro de 2014
Natal em Lviv (Ukraina Ocidental), 8 de janeiro de 2014
Participante do Euromaidan reza na igreja criada na tenda na Praça da Independência em Kyiv, 6 de janeiro de 2014 
As barricadas do Maidan Em Kyiv devido aos feriados de Natal e Ano Novo adquiriram aspecto solene


   


terça-feira, 22 de abril de 2014


NOTÍCIAS  -  22 DE ABRIL DE 2014

Aproximadamente 70% de cidadãos da Ukraina, que vivem no Leste e Sul da Ukraina, não apoiam a idéia de separação da região e sua anexação a Rússia, segundo dados do Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv. E apenas 24,8% apoiam a idéia da federalização. Por um Estado unitário descentralizado votou quase a metade da população, 45,8%. E mais que 2/3,  69,8% de população adulta não considera Viktor Yanukovych como presidente legítimo.

***

A maioria dos ukrainianos se opões a concessão do idioma russo o status de segunda língua oficial. Votaram contra 56,5% dos ukrainianos. A pesquisa foi realizada pelo Centro Razumkov e Grupo Sociológico "Rating".
37,6 apoiam dois idiomas oficiais: ukrainiano e russo.

Nas províncias de Odessa, Mykolaiv, Kherson, Kharkiv, Luhansk, Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia e Donetsk, quase a metade da população (49,9% ) duvida que Rússia protege, com sinceridade, os cidadãos falantes do idioma russo no Leste-Sul da Ukraina.

CRIMÉIA

O líder do Mejlis (Parlamento da Criméia) Mustafa Jemilev, na manha do dia 22 de abril, quando saía da Criméia com o vice do Mejlis Aslan Omer Kirimpli, na administração da fronteira da Criméia com Ukraina 
recebeu o "Ato de notificação sobre proibição de entrada no território russo por 5 anos, ou até 19 de abril de 2019.

Jemilev comentou que já foi proibida a entrada na Criméia a vários representantes de organizações internacionais, e diplomatas. Ele disse que tais decisões não são nada mais que indicações com quê país "civilizado" nós temos questão. E acrescentou que, apesar de tal "resolução", ele virá para Criméia.

O presidente russo assinou o decreto da "Lei de Reabilitação dos tártaros da Criméia e outros povos, anteriormente deportados da Criméia - movimento político para fortalecer a política da Rússia na Criméia. 



Jemilev: "Reabilitação da Rússia, de alguma forma não necessitamos. É Rússia que deve reabilitar-se diante de nós pelo crime de 1944", - disse ele (Os crimeanos foram exportados de seu próprio território, pelos russos, em 1944 - OK). Ele considera que imediatamente, após a declaração da FR em 1991, Rússia deveria ter declarado que a deportação foi um crime e assumir o reassentamento dos tártaros na sua terra. 

"Anteriormente a propaganda russa, com raiva, constantemente falava que Ukraina estimulava o retorno dos tártaros para romper a situação demográfica em detrimento dos russos. E agora, de repente, tal reverso", disse Jemilev.

Ele ainda falou sobre as represálias contra os tártaros. Por exemplo, nas mesquitas quase oficialmente estão presentes os colaboradores do FSB (Serviço Federal da Rússia), e marcam os que tem a barba mais longa, determinam o grau de religiosidade - e, portanto, talvez automaticamente, estas pessoas caem sob a categoria do Islã radical. "E ação grosseira ontem, quando eles retiravam a bandeira ukrainiana do prédio do Mejlis, torciam as mãos das mulheres e espancaram um jovem. Tudo isto são repressões", - acrescentou.

Rússia nega a proibição de entrada de Jemilev na Criméia.  No ato de notificação não havia carimbo do Serviço Federal de Migração. (São confusões propositais, uma espécie de aviso - OK).

***

Os problemas com o abastecimento de água à Criméia começaram devido a redução da oferta de água pela Ukraina, através do Canal Norte da Criméia.
A Agência Estatal de Recursos Hídricos da Ukraina disse que o abastecimento de água não foi interrompido, embora os acordos ainda não foram alcançados.
O ministro da Agricultura  Nikolai Fedorov, em entrevista ao Canal "Rússia 24" disse que Rússia está disposta a pagar adiantado, diferentemente de outras formas de cooperação com Ukraina, mas por razões políticas, não pode.
Devido a problemas com abastecimento de água está ameaçada a época de irrigação na Criméia, no cultivo do arroz, milho e outros cereais.

Resumo e tradução: O. Kowaltschuk


segunda-feira, 21 de abril de 2014


BÊNÇÃO DAS 'PASKAS' EM KYIV

Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 20.04.2014

A bênção acontece na madrugada da Ressurreição de Cristo depois de uma missa festiva.

Cristãos de todo o mundo celebram o feriado mais importante do ano litúrgico - Ressurreição de Cristo ou Páscoa. Neste ano coincidiu a data da celebração entre os católicos e ortodoxos.




Para o dia da Páscoa preparam muitas comidas e guloseimas para receber bem a todos os visitantes, conhecidos ou desconhecidos, que vierem.
A partir da Páscoa até o dia da Ascensão do Senhor, que é comemorado no quadragésimo dia, os fiéis se cumprimentam com as palavras "Cristo ressuscitou! - Ele ressuscitou verdadeiramente!"

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 20 de abril de 2014


O acordo de Genebra não cumprirá nem a Rússia, nem os separatistas?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 19.04.2014

Secretário de Estado dos EUA John Kerry e p chanceler russo, Sergey Lavrov, Genebra, 17 de abril de 2014
Kyiv - Os separatistas, de acordo com a declaração de Genebra de 17 de abril, não querem libertar os edifícios no Donbass nem entregar as armas
Em troca, seus líderes exigem de Kyiv: federalismo, liberação de ativistas pró-russos presos e desarmamento do "Setor Direito" (Setor Direito é uma organização pró-Ukraina, mais radical. Seu desempenho foi decisivo nas lutas do Euromaidan - OK). Parte dos políticos ukrainianos considera que o acordo de Genebra não trará benefícios para Ukraina. Os especialistas dizem, que ela não deterá Kremlin, que somente dará uma pausa antes da nova agressão.

O primeiro-ministro Yatseniuk garantiu que a declaração não traz prejuízo aos interesses ukrainianos, que Rússia foi forçada a assinar a declaração que condena a escalada do conflito no leste da Ukraina, porque, de fato, os conflitos no leste da Ukraina são controlados pelas autoridades russas.

Ativistas pró-russos em Sloviansk, 18 de abril de 2014
Deputado Oleh Liashko: a partir de tais declarações começava a Segunda Guerra Mundial. 
O deputado, que recentemente retornou de Donetsk controlado pelos separatistas, disse que o Ocidente com sua declaração mostrou relutância em defender os interesses da Ukraina no conflito com a Rússia."A declaração de Genebra indica que os países ocidentais realmente traíram Ukraina. Lembrem, Chamberlain, depois da divisão da Checoslováquia, veio com declaração semelhante, e disse: "Eu lhes trouxe a paz". Depois de um ano começou a Segunda Guerra Mundial", indica paralelos históricos Liashko. Segundo suas palavras, hoje Ukraina no conflito com a Rússia pode contar apenas consigo mesma.

O chefe do Ministério do Exterior da Rússia Sergei Lavrov declarou, em comentários à mídia russa, que a declaração trata da libertação dos edifícios públicos e desarmamento das formações armadas, mas estas ações referem-se, principalmente, ao "Setor Direito". (Já torceu a situação a seu favor - OK)

Já o Ministro do Exterior da Ukraina Andrii Dyshchytsia disse que a declaração de Genebra não se relaciona com os ativistas de Kyiv, porque aí os edifícios foram tomados legalmente, o governo não é contra. Já em Kramatorsk, Sloviansk, Luhansk, Donetsk e outras cidades do leste, os separatistas e combatentes russos não pretendem entregar as armas e libertar os edifícios antes do referendo sobre o regime da Ukraina.

A declaração de Genebra não garante que o conflito no leste da Ukraina diminuirá segundo o estrategista político Taras Berezovets."Este acordo foi assinado apenas para ganhar tempo para reagrupamento das forças. Para Ukraina ela apresenta momentos perigosos: não trata nem sobre Criméia, nem sobre a retirada das tropas russas da fronteira ukrainiana. Na diminuição da escalada e desarmamento dos combatentes no leste não se deve esperar, porquanto Rússia, ao contrário - está interessada em agitar as tensões", - diz Berezovets.

Taras Berezovets chama a atenção para o fato que todas as agressões militares russas  contra Ukraina aconteceram nos feriados cristãos. Então, na Páscoa podem ocorrer novos conflitos e tomadas de edifícios, e até mesmo a vinda do ex-presidente Yanukovych. Os dirigentes das forças de segurança ukrainianas declararam que estão prontas para detê-lo, como réu em uma série de infrações penais.


Tártaros da Criméia perdem empregos
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 18.04.2014

Mustafa Dzhemiliov, deputado, denuncia que os tártaros que hoje vivem na República Autônoma da Criméia e recusam a cidadania russa, são dispensados do emprego.

"A situação na Criméia é deprimente. A cada passo há verificação de documentos. As pessoas não sabem o que fazer. Os tártaros que não querem  se tornar cidadãos russos, não poderão conseguir um emprego. E os que se recusam - já começam a serem dispensados do trabalho. Está sob interrogação também o direito de propriedade", - disse Dzhemiliov


Estudantes do leste e oeste celebrarão a Páscoa juntos
Ukrainska Pravda Zhyttia (Verdade ukrainiana Vida), 19.04.2014

Já é o quarto ano que os estudantes de Lviv recebem visitantes das regiões orientais e meridionais da Ukraina, para juntos celebrarem a Páscoa em Lviv. Serão mais de duzentos estudantes. A ação é organizada pela Irmandade Estudantil da Universidade Católica Ukrainiana (UCU).
Andrii Levetskyi, um dos organizadores contou que a idéia surgiu em 2010 para estabelecer contatos amistosos com estudantes de todas as regiões da Ukraina. Os visitantes permanecerão em Lviv 4 dias. Terão oportunidade de conhecer as tradições, farão excursões para conhecer a cidade, as igrejas. No domingo todos participarão do café especial de Páscoa.
Além dos estudantes, desejaram vir algumas famílias.
Os hóspedes serão alojados nos quartos da Universidade e nos abrigos locais. Algumas famílias também oferecem hospedagem.
A ação "Páscoa juntos", este ano faz parte do programa dos estudantes de Lviv "Do leste a oeste" quando os alunos de Lviv, semanalmente, recebem seus pares de uma cidade da Ukraina do leste. Assim Lviv já recebeu alunos de Donetsk, Mariupol, Zaporizhzhia, Kharkiv, Dnipropetrovsk. Falta Luhansk, Kryvyi Rih e Criméia. (Estas ações são promovidas para estabelecer melhores relações entre os ukrainianos em geral e para dar oportunidade aos ukrainianos do leste e sul conhecer melhor as tradições, muitas das quais se perderam, regiões em que os agressores desempenharam maior influência negativa. Estas regiões estiveram sob o domínio russo desde 1.654.  Na parte oeste, apesar do domínio polonês, que também foi longo, preservaram-se o idioma e as tradições, - OK-).

Donbass e Kyiv - juntos 
Ukrainska Pravda Zhyttia (Verdade ukrainiana Vida), 18.04.2014

No sábado, durante a manifestação "Donbass e Kyiv - juntos" a ser realizada no Parque Shevchenko, acontecerá a ação "Dê páscoa(¹) - renasça a esperança!"
 Aos habitantes de Kyiv pedem que venham e tragam "páscoas" que serão oferecidas aos habitantes de Luhansk e Donetsk no domingo de Páscoa. Também é desejável escrever cartinhas de apoio.

(1)  Pão especial feito na Páscoa.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 18 de abril de 2014


PÁSCOA: RELIGIÃO E TRADIÇÕES UKRAINIANAS
Pesquisa Internet

Páscoa - maior feriado cristão. Este dia é considerado como o dia da ressurreição de Jesus Cristo.
A palavra "Páscoa" vem da antiga comemoração em que os judeus comemoravam a libertação do cativeiro egípcio.
Para Páscoa, os fiéis preparavam-se sete semanas da Quaresma - é o período que Jesus passou no deserto. Significado especial tem a Quinta-feira em que Jesus com seus discípulos dividiu a refeição festiva. Neste dia, todos os ortodoxos, de acordo com a possibilidade, esforçam-se para comungar. À noite, na igreja leem os 12 Evangelhos, onde descreve-se a Paixão de Cristo.
Na Sexta-feira Santa retiram da Igreja o sudário, acompanhando com rezas e cânticos. Neste dia triste recomenda-se não comer.
Na madrugada da Ressurreição de Cristo realiza-se uma missa festiva e abençoam-se os alimentos. Assim a Igreja abençoa os fiéis depois de uma longa quaresma. Uma rica mesa de Páscoa é símbolo de alegria celeste e símbolo da Ceia do Senhor.

Atualmente, aos pesquisadores é muito difícil analisar quais são as cerimônias de Páscoa genuínas, quando surgiram e em que circunstâncias. Com rituais cristãos misturaram-se antigos rituais pagãos associados com celebração do sol. Sob influência do calendário cristão parte dos ritos pagãos misturaram-se com a semana da Páscoa e parte desapareceu já que correspondia à Quaresma, que é oposta à "alegria da primavera".
Dos costumes conhecidos, pelas testemunhas oculares, há o vestígio de três cultos: culto da geração, do sol e da primavera, e de Cristo que trouxe à humanidade a idéia da Ressurreição - idéia de renascimento espiritual e físico. Crença comum a todos os povos eslavos é que na Páscoa o "sol brinca", ou "passeia", embora seja aceito como atributo do feriado cristão, porque "neste dia todos se alegram no céu e na terra", era, talvez, uma das principais idéias iniciais da festa do sol da primavera, da qual surgiram outras, como "na véspera do domingo de Páscoa não pode dormir" porque "aquele, que dorme, perde sua felicidade".

Depois da missa, que dura a noite toda, a procissão em volta da igreja repete-se três vezes, e então começa o processo do ritual da santificação dos alimentos: pascas (pão especial), linguiças, rábano e outros alimentos (dependendo da região). As donas de casa colocam os produtos em cestas decoradas com toalhas bordadas, velas e pervincas. Após o serviço religioso as famílias vão para casa e iniciam a refeição. 

Primeiramente comem o ovo consagrado. Nas cestas podem estar consagrados também assados, linguiça, peixe, queijo, alho, estragão, raiz forte, sal e vinho, cordeiro. As pessoas acreditam que o cordeiro consagrado garantirá a fidelidade das forças da natureza e protegerá dos desastres naturais. 

Após a refeição, os jovens vão ao pátio da igreja e iniciam diversas brincadeiras que acompanham com cânticos. Na Páscoa todos devem alegrar-se. Quem ficar triste neste dia, ficará triste o ano inteiro. 
Se alguém morria na Páscoa, considerava-se que sua alma feliz ia diretamente ao céu, porque neste dia "o céu estava aberto".

Também costumavam tocar o sino da igreja. Quem tocasse por primeiro teria a melhor colheita. 
Na segunda-feira, segundo a tradição, os rapazes jogavam água nas moças, elas podiam revidar na terça (eram três os dias santificados). Ainda poderiam colocar fogo ao redor da igreja. Este fogo limpava o ar e livrava de todas as impurezas. Devia extinguir-se sozinho.

As comemorações terminavam com reunião em memória dos mortos. Nos morrinhos dos túmulos enterravam ovos, cascas de ovos, sal benta e, até um cálice de vodka, e diziam: "comam , bebam e lembrem de nós". 

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 17 de abril de 2014


AS MELHORES FOTOS DO EUROMAIDAN
Radio Svoboda (Rádio Liberdade)


Os simpatizantes da Suprema União "Liberdade" realizaram em Kyiv em 1º de janeiro uma caminhada com tochas por
ocasião do 105 aniversário de nascimento de Stepan Bandera
Ano novo no Euromaidan em Kyiv, 1º de janeiro de 2014
Ano novo no Euromaidan em Kyiv, 1º de janeiro de 2014


quarta-feira, 16 de abril de 2014


Notícias - 16.04.2014
Radio Svoboda (Rádio Liberdade)

Militares russos foram incumbidos de matar algumas centenas de pessoas e em seguida promover a entrada das tropas para Ukraina, disse numa coletiva um dos líderes da contra espionagem do SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) Vitalii Naida, com base em conversas interceptadas. 
"Documentadas negociações sugerem que devemos matar 100 - 200 pessoas, e depois disso, em uma hora e meia aparecerão, no território da Ukraina tanques e veículos blindados do exército russo", - disse ele.  Naida confirmou que nos territórios orientais age a brigada, a mesma que agiu na Criméia, comandada pelo mesmo comandante, Ihor Strelkov. 
Também foi esta brigada que sequestrava cidadãos chechenos, durante a campanha da Chechênia, e exportava-os para Rússia. E, além da campanha chechena, esta brigada participou da ocupação da Georgia.


Mídia ocidental hoje está repleta de mensagens contraditórias sobre os acontecimentos da Ukraina que mudam mais rápido do que ela tem tempo para publicá-las e analisar a situação. Alguns artigos chamam o Ocidente para agir decisivamente contra a política do presidente da Rússia, outros constatam que as forças ukrainianas são incapazes para resistir aos separatistas armados e seus mentores russos. 

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Hoje, no Congresso extraordinário de deputados do Partido das Regiões de Donetsk, os delegados pediram aos manifestantes depor as armas e desocupar os prédios apreendidos.
Mykola Letvenenko, presidente do Partido das Regiões: "O mais importante é a negociação e diálogo com as pessoas para preservar a vida.
Nós nos dirigimos a todos os conterrâneos e protestantes e apelamos: deponham as armas, não exponham ao perigo cidadãos pacíficos. Liberem os edifícios administrativos, os dirigentes dos órgãos do governo local, escolhidos pelo povo, cujo apossamento leva ao caos e à paralisia do sistema, prejudicial à vida das cidades e regiões da província, à deterioração da situação sócio-econômica do território no qual vivemos".
Letvenenko disse, também, que o referendo deve ser realizado sobre a questão do idioma e descentralização do poder, mas não sobre a federalização ou separação. (Nunca li nenhum pronunciamento tão ponderado dos principais "regionais" do país, especialmente dos que pertenciam ao clã do ex-presidente Yanukovych - OK).
Esta resolução foi aprovada pela maioria dos mais de três mil delegados do partido.
Em muitas cidades de Donetsk onde a maioria dos prefeitos é do Partido das Regiões, muitos deles já não conseguem controlar a situação.

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Kyiv - 15 de abril, o primeiro batalhão da Guarda Nacional foi para o leste da Ukraina, para apoio à operação antiterrorista. A guarda Nacional é subordinada ao Ministério do Interior e foi criada pelo Parlamento em 13 de março devido a agressão russa, corrupção em agências de aplicação da lei e o desejo de muitos homens ukrainianos em defender a Pátria.
Este primeiro batalhão de quase 500 homens, de 18 a 55 anos, passou por um treinamento militar de três semanas. Segundo dados do Ministério, diariamente oferecem-se centenas de ukrainianos.
A tarefa da Guarda Nacional é tarefa voluntária e de apoio ao exército regular, explicou o presidente em exercício Oleksandr Turchenov.

Tradução: O. Kowaltschuk